Partidos de Brusque realizam pesquisas com vista nas eleições de 2016
Avaliações servem para testar nomes dos postulantes à candidatura em outubro do próximo ano
“Todos os partidos fazem pesquisas”, atesta o líder do PSD na Câmara de Vereadores, Ivan Martins. Uns mais, outros menos, mas nenhum deles abre mão de testar pré-candidatos antes de escrever seus nomes na chapa de prefeito e vice para a eleição municipal que se realizará no próximo ano.
O próprio PSD é um dos que irá testar o nome de seus pré-candidatos nas ruas antes de colocá-los à disposição do eleitor, nas urnas. Só a pesquisa interna, diz Martins, dirá se o nome escolhido é forte ou não. “O candidato forte, para nós, é aquele que o eleitor entende que é a pessoa certa; a pesquisa é a melhor forma de se avaliar a condição do político”, avalia.
Danilo Rezini, presidente do PMDB municipal, considera que a pesquisa é necessária quando se chega próximo a uma eleição, para decidir quem vai concorrer. Ele diz que o partido faz dois tipos de avaliação. Uma espontânea, na qual se questiona em quem o eleitor votaria; e outra com dois ou três nomes do partido, já pré-candidatos.
“Ela é mais um mecanismo para indicar, mas não é decisiva”, ressalta o presidente do PMDB local. “Tem vários fatores que implicam na escolha do candidato, a pesquisa é apenas um balizamento. Depois da pesquisa vem a discussão dentro da Executiva”.
Rezini diz que a sigla voltará a fazer pesquisas somente em março de 2016. Justifica que a instabilidade da política municipal impede que se faça avaliações conclusivas com tantos meses de antecedência à eleição.
“A política é muito dinâmica, ela se altera de uma semana para a outra. Um fato novo já beneficia ou prejudica o nome do candidato, então tem que esperar o momento certo para fazer pesquisa”, diz o peemedebista, que informou já ter feito duas pesquisas de caráter partidário neste ano.
Edson Machado, presidente do PP de Brusque, também diz que seu partido fará nova pesquisa somente no próximo ano, mais perto da data da eleição.
“Estamos fazendo uma reunião na próxima semana em que será tratado disso. Temos alguns nomes que vamos levar para ver como fica a posição do pessoal. Assim que for definido [o panorama político do município] no TSE, vamos fazer uma”.
Machado, assim como Rezini, diz que a pesquisa embasa, mas não direciona a decisão final, na hora de lançar a candidatura. “A gente procura ser democrático, mas tem certas coisas que às vezes não dá pra concordar com a maioria, mas procuramos o consenso”.
Para Jones Bosio, presidente do DEM, porém, o resultado da pesquisa precisa ter caráter decisivo.
“Tem que ser democrático, se é outro nome que se destaca, não tenho que impor minha candidatura. Vivi 20 anos nisso, de ter que engolir a candidatura de certas pessoas. Às vezes 70% do partido era contra, e mesmo assim determinava-se candidato tal e tínhamos que aceitar”.
[accordion][acc title=”Avaliações consideram perfis do eleitorado”]
Não só para avaliar os nomes de postulantes a cargos públicos é que os partidos políticos contratam pesquisas internas. No PT, por exemplo, a avaliação é centrada no perfil de candidatura que mais agrada o eleitor.
“Ela não pode ser usada de forma tão simples, apenas para testar nomes. É um bom instrumento para testar características que vão estar em disputa, qual tipo de pospostas e de candidatura que a população almeja”, afirma Felipe Belotto, presidente do PT municipal.
Belotto diz que, com tanta antecedência da eleição, pode ser fracassada a estratégia de avaliar os nomes, de forma simplória. “Por não ser muito conhecido, o nome pode estar em baixa na época da pesquisa, mas é preciso ver se o eleitorado tem afinidade com o perfil o perfil da pessoa”.
“Às vezes tem o puxador de votos, que a personalidade o leva até determinado patamar. Mas quando a campanha começa, vale muito mais o perfil do candidato do que o nome em si”, continua Belotto.
Bosio diz que o partido faz pesquisas trimestralmente, mas também mais focadas no perfil do eleitor e nos temas que podem ser discutidos na campanha.
Segundo ele, questiona-se o eleitor sobre preferência política, religião e engajamento político, buscando-se saber qual o nível de acompanhamento e participação em atividades político-partidárias, bem como os motivos que os levam a deixar o assunto de lado.
“Usamos as pesquisas para ver como anda o quadro político. Elas nos mostram que o jovem está vindo para a política, querendo mudar. Vai ter uma renovação de até 70% das Câmaras de Vereadores da região da SDR. E mostram também um quadro que já está cansado, de um eleitor que não quer mais ser filiado e discutir politica, que está saturado”, diz o presidente do DEM.
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[accordion][acc title=”Pesquisas incluem testar adversários”]
Os institutos de pesquisas contratados pelos partidos, na maioria das vezes, precisam testar também a popularidade dos possíveis adversários em uma corrida eleitoral.
O DEM confirma fazer esse tipo de avaliação, inclusive, afirma Bosio, com simulações de chapas de prefeito e vice sendo apresentadas ao eleitor, para ver quem se destaca em um cenário eleitoral hipotético.
“Às vezes se faz com mais de um instituto de pesquisa para ver se os resultados batem. Para ver quais os nomes estão se destacando, e quais vêm caindo”, explica Bosio, que informa compartilhar os resultados com os pré-candidatos da sigla.
“Ali [nas pesquisas] tem segredos de estado. A gente coloca outros nomes para ver como estão. Nada é garantido, mas assim podemos montar um quadro seguro para a eleição”, afirma Rezini, do PMDB.
Para Belotto, as pesquisas devem “pensar em todas as situações possíveis, para ver como estão os possíveis aliados e possíveis adversários”.
Também há, é claro, as manobras políticas que envolvem a utilização da pesquisa eleitoral como instrumento.
“Durante o período eleitoral pipocam pesquisas de tudo quanto é lado, com pouca qualidade, sendo usadas para o jogo político mais baixo”, afirma o presidente do PT.
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