Em busca de recursos, Hospital Azambuja aposta no atendimento a novos municípios
Até setembro foram realizados 300 procedimentos nas áreas de ortopedia, pediatria e cirurgia geral
O Hospital Azambuja aderiu em junho deste ano ao mutirão de cirurgias eletivas do governo do estado. Até setembro, foram realizados por meio deste programa 203 procedimentos nas áreas de ortopedia, pediatria e cirurgia geral. Com isso, a demanda por essas cirurgias reduziu significativamente, chegando em alguns casos, como da cirurgia pediátrica e cirurgia geral, a zerar a fila de espera no município.
“Começamos os mutirões em junho. Fizemos junho, julho, agosto e, em setembro, já diminuiu um pouco o volume. Agora, acabamos as filas de cirurgia geral e pediátrica em Brusque”, afirma o administrador do Hospital Azambuja, Fabiano Amorim.
Assim, o hospital inicia agora a busca por pacientes de outros municípios da região. “Estamos vendo com Itajaí, Itapema, Piçarras, Camboriú e toda essa região para trazer para fazer as cirurgias aqui no nosso hospital”.
No mutirão, o hospital recebe por procedimentos realizados, por isso, é importante a captação de pacientes. “É uma necessidade das pessoas e também do hospital. Precisamos manter gente dentro do hospital, para que a gente tenha nossa instituição funcionando. Parada ela não pode ficar. Tem que entrar dinheiro, então é uma maneira de conseguir recurso novo do SUS”.
Amorim ressalta que a tabela SUS não é atualizada há algum tempo, por isso, é preciso arrecadar recursos de outras maneiras para conseguir manter as contas do hospital em dia. “A inflação está aí, demos reajuste para os funcionários na ordem de 9,3%, o reajuste do material também chega. Além disso, a maior parte é afetado pela alta do dólar, então temos que conseguir mais recursos para poder girar a casa”.
Esta é a primeira vez que o Hospital Azambuja capta pacientes de outros municípios para realizar as cirurgias pelo SUS. As áreas que a unidade hospitalar brusquense vai atuar, dependem da demanda de cada município. “Tudo depende da situação que o município tem com cada um de seus prestadores. Tem local que tem mais problema com ortopedia, outro que a demanda maior é ginecologia, outro que é urologia. Estamos vendo a necessidade desses municípios para alocar aqui e fazer as cirurgias. Queremos trazer o máximo de cirurgias para cá”.
Amorim explica ainda que o hospital monta um protocolo com tudo que o paciente precisa para ser operado e encaminha para as secretarias municipais. “Eles encaminham o paciente com todos os exames para logo depois fazer o procedimento cirúrgico. No máximo, em 15 dias, é feita a cirurgia”.
Pagamento em atraso
O governo do estado é que faz o pagamento das cirurgias. No entanto, é raro que as despesas sejam pagas em dia, ainda mais depois da redução de recursos que o governo federal repassa para o estado para este tipo de procedimento. “O governo federal repassava R$ 30 milhões para o governo do estado e este ano reduziu o valor”.
Com isso, o pagamento está com uma defasagem de 60 dias. Para o hospital de Brusque, o atraso é um pouco maior. “Estamos com um atraso maior porque iniciamos o processo em junho, então, até a secretaria daqui enviar toda a documentação e a situação ser homologada, leva um tempo. A secretaria de estado pagou julho agora, mas não recebemos pelas cirurgias de junho ainda, mas isso logo deve ser resolvido. Mesmo com os atrasos, não deve interferir nas cirurgias do futuro”, diz.