Em cinco anos, Botuverá registrou 14 divórcios
Número do IBGE representa 8% do total de casamentos registrados na cidade no mesmo período
Número do IBGE representa 8% do total de casamentos registrados na cidade no mesmo período
De 2010 a 2014, o município de Botuverá registrou 14 divórcios, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa 8% do total de casamentos registrados na cidade no mesmo período – 147.
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A cultura italiana e, acima de tudo, a influência do catolicismo, segundo Jorge Rosa Filho, advogado e presidente da Comissão de Direito de Família e Sucessões da OAB-SC, são os dois fatores principais que contribuíram para o número que, afirma Rosa Filho, é baixo.
“Essas influências certamente causam reflexo nos divórcios, inclusive no própria formação das pessoas em relação a instituição do casamento. Uma colega minha morou na Itália durante seis meses e me disse que lá é tudo muito clássico e tradicional. Por exemplo, não se tolera casamento de pessoas do mesmo sexo. Não que os italianos sejam atrasados, mas aqui no Brasil, em geral, estamos mais evoluídos”, explica.
Outro ponto que também é levado em consideração pelo advogado refere-se a Botuverá ser uma cidade do interior com quase cinco mil habitantes. Geralmente, afirma Rosa Filho, municípios com esse perfil são mais conservadores.
“Em cidades do interior se cultiva o espírito da família tradicional. Em locais assim, todo mundo conhece o padre, o delegado, o juiz. Então tem uma influência muito grande da comunidade. Já em cidades maiores, se o casamento não deu certo, separa e amanhã ou depois se casa de novo”.
Botuveranese, o padre Adilson Colombi, de 73 anos, também aponta a cultura italiana como fator preponderante para o número de divórcios ser extremamente inferior ao número de casamentos no município.
“A maioria dos botuveraneses são descendentes de imigrantes da província de Bérgamo, na Itália, e essa província era uma região bastante cristã e cristã católica. Então, influencia as questões do valor fé, valor família e valor igreja. A convivência social e o sentido de comunidade também fazem parte disso”, avalia.
Embora o advogado considere baixo o número de divórcios, para o padre Adilson, o número pode ser considerado alto se analisadas as características de Botuverá e a quantidade de divórcios registrados no passado recente da cidade.
“Há 10 anos, havia de fato algumas separações, mas não chegavam a ser sacramentadas”, afirma o padre. “Acho que esse número atual é mais influência dos meios de comunicação e da presença de pessoas que não são de origem bergamasca. Elas trouxeram outro estilo de vida a Botuverá”, completa.