Em final eletrizante, Brasil vence República Tcheca e conquista seu 10º título do Grand Prix
Seleção brasileira ficou duas vezes atrás no placar, mas buscou virada no segundo tempo
Com a Arena Brusque completamente lotada, o Brasil venceu a final do Grand Prix de Futsal sobre a República Tcheca por 4 a 2, na manhã deste domingo, 4. Os tchecos abriram o placar com Michal Seidler aos sete minutos do primeiro tempo, mas a seleção brasileira empatou com Ferrão faltando dois minutos para o intervalo e buscou a virada na segunda etapa. Este foi o 10º título brasileiro no Grand Prix, e a primeira conquista do torneio também foi em Brusque, em 2005.
Na primeira jogada, Ferrão matou no peito e tentou de voleio, mas a bola passou por cima, muito longe do gol. A partida estava truncada, com muitas faltas por parte dos tchecos, que contavam com uma defesa bem postada e uma ótima atuação do goleiro Libor Gercak. A primeira grande chance do Brasil veio com Daniel Japonês, que chutou colocado da entrada da área, mas a bola passou rente ao gol tcheco.
Aproveitando os erros no último passe do Brasil, a República Tcheca conseguiu armar um contra-ataque. Aos sete minutos, o capitão Lukas Resetar recebeu em boas condições na ponta esquerda de uma defesa brasileira que estava desorganizada e cruzou para Michal Seidler completar de primeira. O gol provocou as vaias da torcida brusquense, que lotou o ginásio e assistia à partida apreensiva. Logo depois, os gritos de “Brasil” ecoaram na Arena Brusque.
O Brasil continuava atacando a todo custo pelo empate, mas errava no último passe e nos momentos decisivos de suas jogadas. Aos nove minutos, uma linha de passe da esquerda para a direita confundiu os tchecos. De Falcão para Ferrão, de Ferrão para Dieguinho, que bateu firme, mas o chute passou por cima do gol de Gercak.
Aos 12 minutos, nova jogada. Ferrão gira para cima da marcação e, pressionado, finaliza bem, mas Gercak faz boa defesa com os pés.
Brasil sua a camisa para empatar
Faltando dois minutos para o intervalo, a defesa da República Tcheca é finalmente vazada. Ferrão recebe passe da direita e fuzila pro gol, sem chances para o goleiro Gercak.
Em tiro livre direto faltando 10 segundos para o fim do primeiro tempo, Rodrigo bate forte, mas Gercak impede a virada.
No intervalo, o técnico da República Tcheca, Tomas Neumann, foi expulso por desrespeitar o trio de arbitragem. No entanto, o treinador se recusou a deixar o ginásio, o que provocou atraso para o início do segundo tempo até que ele fosse finalmente convencido a deixar o ginásio.
Segundo tempo tenso inflama a multidão na Arena Brusque
O Brasil partiu pra cima logo no início do segundo tempo. Marcel finalizou, mas a defesa botou pra escanteio. Na sequência, Pito mandou por cima do gol.
Logo depois, novo contra-ataque tcheco. Lukas Resetar arrancou pela esquerda e guardou, devolvendo a vantagem à República Tcheca. Quatro minutos depois, Gadeia deixa o placar em 2 a 2, levando a multidão a loucura.
Com a República Tcheca se soltando mais e buscando ampliar a vantagem, o Brasil encontrou espaços. Aos seis minutos do segundo tempo, após bela troca de passes, a bola chegou na esquerda com Leandro Lino, que finalizou com precisão para virar o placar e explodir a Arena Brusque.
Aos oito minutos, perigo para o Brasil. A República Tcheca ataca com passes rápidos até a bola chegar em Radim Zaruba, que já sem ângulo e com o goleiro Guitta voltando ao lance, chuta na rede pelo lado de fora.
A República Tcheca não desistia da partida, e ameaçava o Brasil. Michal Seidler aproveitou o escorregão de Dieguinho aos nove minutos e partiu livre cara a cara contra Guitta, que fechou muito bem o ângulo e impediu o gol por cobertura. A resposta veio na sequência, com uma bomba de Bruno, no encontro entre a trave direita e o travessão de Gercak. A partir daí, o jogo era lá e cá, com a República Tcheca tentando um contra-ataque fatal, determinada a empatar o jogo, e o Brasil desperdiçando chances ou parando na defesa adversária.
Aos 13 minutos do segundo tempo, o Brasil conquistou a vantagem que tanto queria. Ferrão recebeu na esquerda, cortou pro meio e bateu. A bola ainda desviou na zaga, tirando qualquer chance de Gercak. 4 a 2.
A partir daí, o goleiro Gercak começou a atuar como goleiro-linha, participando da troca de passes tchecos em busca de espaços na defesa brasileira. Mas os brasileiros já haviam tomado controle total do jogo. Nas raras chances da República Tcheca ao fim do segundo tempo, os ataques paravam no goleiro Guitta. Depois do sufoco feito pelos tchecos, que valorizaram demais o espetáculo, e da virada brasileira, a torcida pôde começar a gritar “é campeão” momentos antes do apito final.
“Nosso time está muito feliz por ter chegado até aqui. Sabemos que o Brasil é um país de futsal. E enfrentar a seleção brasileira assim é um sonho, um conto de fadas, porque é a número um”, explica o ala Jan Janovsky, camisa 14 da seleção tcheca.
“No jogo anterior, também só conseguimos uma vantagem no final, depois que eles cansaram. Então sabíamos da dificuldade. Uma final com pegada, com espetáculo, é o que a torcida quer, e ainda mais com um final feliz, com o título”, declara Guitta, goleiro da seleção brasileira.
Torcida pede Falcão, e é atendida
Faltando cinco minutos para o fim da partida, a multidão na Arena Brusque começa a pedir Falcão, e é atendida. Faltando três minutos, o camisa 12, que havia atuado pouco na final, pôde jogar. Bastou recuar de letra para a defesa que a torcida foi à loucura.
Zona mista é “invadida”
Durante e depois das cerimonias de premiação, os torcedores tiveram acesso à zona mista da Arena Brusque, misturando-se com imprensa, comissões técnicas e jogadores. Foi o momento de pedir autógrafos e fotos. Apesar do forte assédio aos jogadores brasileiros, as equipes da República Tcheca e do Uruguai também despertaram o interesse do público. O capitão dos tchecos, Lukas Resetar, terminou o campeonato como artilheiro da competição e atendeu a torcida até mesmo na arquibancada, quando se pendurou nas grades de proteção para distribuir autógrafos e fotos.