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Em home office, Walter Orthmann completa 83 anos de trabalho na RenauxView

Recordista do Guinness Book celebra desenvolvimento da tecnologia, que permite que ele continua trabalhando em meio à pandemia

Atividades interrompidas, rotinas alteradas, lockdowns, distanciamento social, novos hábitos, cuidados e atenções. As variadas consequências da Covid-19, que marcaram a vida de muitas pessoas, não foram suficientes para tirar a motivação de Walter Orthmann que neste domingo completa 83 anos de atividade profissional na Têxtil RenauxView, a mesma empresa em que começou a trabalhar em 17 de janeiro de 1938.

Embora tenha trocado o escritório pelo home office, por conta dos cuidados que seus 98 anos demandam em tempos de pandemia, a rotina de Walter segue seus rituais de despertar à mesma hora e cumprir seus 40 minutos de exercícios antes do café da manhã. No final do dia, é a pedalada em sua bicicleta estacionária que marca o fim do expediente.

Entre estes dois compromissos com sua saúde física, Walter ocupa o dia, e a mente, com as tarefas comerciais que já realizava na empresa. Auxiliado por seu tablet e o aplicativo de troca de mensagens do telefone, continua ligado aos negócios da empresa e aos clientes que atende.

Pelo menos uma vez por semana, vai pessoalmente à empresa para interagir com o administrativo comercial e a equipe de desenvolvimento de padrões e estampas sobre os desenhos de seus clientes.

Ele confessa já estar “de saco cheio” de trabalhar de casa e com saudades das incursões diárias que fazia à tecelagem para acompanhar a tecedura dos tecidos que vendia. Mas com sua experiência e a determinação que lhe é peculiar ele sabe que isto é necessário e transitório.

“Todos temos que nos cuidar para que isso vá embora mais rápido, a máscara virou uma peça de roupa para mim”, ensina o recordista mundial certificado pelo Guinness World Record.

Com tantas mudanças que testemunhou em sua vida, Walter não é nostálgico com o passado. Em um de seus discursos nas várias homenagens que recebeu a partir da certificação pelo Guinness, pela mais longa carreira em uma mesma empresa, ele se disse impressionado e satisfeito com os avanços do mundo.

“Quando comecei a trabalhar não haviam calculadoras, era tudo de cabeça”; “aos 12 anos eu vi o dirigível Hindenburg sobrevoar Brusque, agora é o helicóptero da Havan que vejo quase todos os dias”; “todos os discos de música que eu já tive na vida agora cabem dentro do meu telefone”; “caminhava cinco quilômetros da minha casa para o trabalho, quando tinha sol eram cinco quilômetros de pó, quando chovia era um barro só.”

A evolução da tecnologia é um alento que ajuda Walter a se manter conectado ao mundo e às pessoas pois “graças à internet eu consigo trabalhar de casa, com mensagens e um telefone eu falo com quem quiser e preciso.”

E também graças às novas tecnologias de desenvolvimento de vacinas, a expectativa de Walter Orthmann agora é receber o imunizante o mais rápido possível poder voltar a trabalhar na empresa e retomar o contato diário com os colegas.


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