Em jogo histórico, Brusque vira duas vezes em casa e vence Joinville no Catarinense
Com atuação abaixo da média, garra do time prevaleceu e reverteu uma partida com placar em 4 a 2 aos 30 do segundo tempo
Com atuação abaixo da média, garra do time prevaleceu e reverteu uma partida com placar em 4 a 2 aos 30 do segundo tempo
Em uma noite inesquecível neste domingo, 26, o Brusque fez uma partida que entra para a história vencendo o Joinville por 5 a 4, virando o jogo duas vezes, com gol de Edu aos 50 do segundo tempo, na estreia do novo gramado do Augusto Bauer. O JEC abriu o placar com Luquinhas, o Marreco virou ainda no primeiro tempo, chegou a estar perdendo por 4 a 2, e arrancou para uma virada histórica com uma atuação abaixo da crítica, que não prevaleceu sobre a garra. A equipe conquista seus primeiros três pontos no Campeonato Catarinense.
O primeiro tempo teve duas equipes bastante nervosas. O Brusque não conseguiu ter uma atuação excelente como na etapa inicial contra o Marcílio Dias, e encontrou um Joinville que fez um bom páreo, criando chances.
Aos oito minutos, Edílson aproveitou cobrança rápida de falta na direita e cruzou para Aírton, que alcançou de primeira no segundo poste e isolou. Foi a primeira chance clara do jogo.
Dois minutos depois, o JEC abriu o placar. Em jogada pelo meio, os visitantes armaram bem e contaram com um vacilo na defesa brusquense. Lucas de Sá passou para Luquinhas, que encheu o pé. Dida defendeu, mas a bola subiu, caiu e entrou no gol.
O quadricolor ficou nervoso saindo atrás do placar, e não conseguia encaixar bem os ataques. Aos 20, Campestrini atrasou mal para Ivan, Edu alcançou a bola e tentou driblar o goleiro, mas o camisa 1 do JEC agarrou a bola sem problemas. No minuto seguinte, Adriano cruzou para Fernandinho, que quase debaixo do gol, na pequena área, mandou por cima do gol, já desequilibrado.
Aos 25 minutos, o Brusque chegou ao empate. Após jogada trabalhada no meio, João Carlos dominou e furou com a perna esquerda dentro da área. A bola sobrou para Marco Antônio, que tocou na saída de Ivan e correu para o abraço.
O gol deu a tranquilidade necessária ao Brusque. Aos 31, em cobrança certeira de escanteio com Zé Mateus, Ianson subiu absoluto e cabeceou firme para virar o jogo.
O Joinville respondeu bem, aos 36. Dida bateu roupa no cruzamento de Fernandinho e se não fosse Aírton para afastar, o rebote poderia ter causado o empate dos visitantes.
Mas o empate veio na sequência, aos 38. Ianson falhou em domínio na saída de bola, Trindade aproveitou. Dida, desprevenido, saiu mal do gol. O camisa 8 do Joinville chegou a perder ângulo, mas tocou rasteiro e a bola bateu na bochecha esquerda do gol. Tudo igual de novo.
O JEC ainda quase fez o terceiro aos 42, mas Dida defendeu bem o cabeceio de Luquinhas e Fernandinho mandou uma bomba pra fora no rebote, já da entrada da grande área.
O Joinville precisou de menos de dois minutos na segunda etapa para revirar o jogo. Em jogada pela esquerda com espaço para trabalhar, o lateral-esquerdo Gustavo invadiu a grande área e bateu pro gol, estufando as redes. Foi um balde de água fria para o torcedor brusquense.
O Brusque não fez nem de perto uma atuação como a da estreia contra o Marcílio Dias. Teve muita dificuldade na criação de jogadas. Faltavam chances claras de jogo e finalizações que dessem, de fato, trabalho ao goleiro Ivan. No meio-campo, o quadricolor errava passes simples.
Na faixa dos 15 minutos, o sistema de som do Augusto Bauer havia anunciado a perda de um controle por parte de um torcedor. A metáfora era perfeita, o Brusque não tinha controle de nada em campo.
Aos 30 minutos do segundo tempo, tudo estava perdido. Após falha na saída de bola do Brusque, o Joinville aproveitou. Lucas de Sá fez belo passe para Fernandinho, que arrancou pela esquerda. Escorregou, levou o marcador junto, conseguiu se levantar e chutou para marcar o quarto do Coelho. Não havia muito mais para o Brusque fazer.
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A história do jogo começou a mudar aos 30 minutos, quando na grande área, sobrou uma mão joinvilense na bola. Pênalti. Edu correu, bateu firme, Ivan foi na bola em seu canto direito, mas não achou nada. Estava 4 a 3. Eram 33 do segundo tempo. Não haveria muito mais jogo.
Mas se o torcedor não foi recuperar seu controle perdido nas arquibancadas, o Brusque foi reencontrar o seu. Eram 45 quando Alex Sandro dominou na esquerda. Carregou a bola. O torcedor, pessimista, achou que logo a bola seria perdida. Ele continuou. Cortou pro meio. Se livrou dos marcadores. E rolou para dentro da área. Lá, estava Thiago Alagoano. De perna canhota, nem pensou. Chute, cara a cara com Ivan. Gol. Quatro a quatro. Augusto Bauer em chamas.
O Brusque tirou forças de onde nem tinha para conseguir prevalecer a garra sobre uma atuação abaixo da média. Uma falta na ponta direita teve a bola alçada na área. Cruzamento venenoso, fechado. Todos sobem, mas Edu sobe mais, e melhor. Desvia, a bola estufa a rede, e o resto é história. Eram 50 do segundo tempo.
Atordoado, o JEC, que já se defendia desde antes dos 30 minutos, quando aproveitava as falhas no ataque do Brusque, se lançou ao ataque. Desta vez, a zaga estava mais atenta. Não deixou a bola chegar ao gol de Dida. Soou o apito final e explodiu uma festa inesquecível no Gigantinho.
Brusque 5×4 Joinville
Campeonato Catarinense
2ª rodada
Domingo, 26 de janeiro de 2020
Augusto Bauer
Público total: 2.348
Renda: R$ 48.175
Brusque: Dida; João Carlos (Dandan 13′-2ºt), Ianson, Everton Alemão, Aírton; Rodolfo (Gustavo Henrique 30′-2ºt), Zé Mateus; Edílson, Thiago Alagoano, Marco Antônio (Alex Sandro 30′-2ºt); Edu.
Técnico: Jersinho Testoni
Joinville: Ivan; Renan Guedes, Campestrini, Charles, Gustavo; Trindade (Bulhões 16′-2ºt), Braga; Luquinhas, Lucas de Sá (Ramirez 34′-2ºt), Fernandinho (Romarinho 32′-2ºt); Adriano.
Técnico: Fabinho Santos
Trio de arbitragem: William Machado Steffen (Bombinhas), auxiliado por Gizeli Casaril (Bombinhas) e Alexandre Daraio (Blumenau).
Gols: Marco Antônio (25′-1ºt), Ianson (31′-2ºt), Edu (33′-2ºt e 50′-2ºt) e Thiago Alagoano (46′-2ºt); Luquinhas (10′-1ºt), Trindade (38′-1ºt), Gustavo (1′-2ºt) e Fernandinho (30′-2ºt).
Cartões amarelos: João Carlos, Edu e Marcio Quevedo (prep. de goleiros); Charles, Romarinho, Diego (reserva) e William Fabbro (auxiliar técnico).