Em laudo pericial, assassina confessa de grávida de Canelinha se diz arrependida do crime

Rozalba Maria Grime foi considerada mentalmente sã

Em laudo pericial, assassina confessa de grávida de Canelinha se diz arrependida do crime

Rozalba Maria Grime foi considerada mentalmente sã

O jornal O Município teve acesso ao laudo pericial de Rozalba Maria Grime, assassina confessa da grávida Flávia Godinho Mafra, em Canelinha, que foi encerrado no dia 29 de novembro. O exame de sanidade mental havia sido solicitado pela defesa da acusada.

A entrevista com Rozalba foi realizada por um perito médico psiquiatra em 22 de outubro, no Instituto Geral de Perícias (IGP) de Brusque.

No laudo, ela foi considerada mentalmente sã e poderá ser julgada pelo crime. A ação penal que estava suspensa, retomou o curso normal. No documento, o perito dá detalhes sobre a vida de Rozalba coletadas na entrevista, desde a infância até o dia do crime.

Aproximação da vítima

De acordo com o laudo, Rozalba se aproximou novamente de Flávia em julho deste ano, em uma loja de bordados que a vítima trabalhava. Nesse período passaram a trocar mensagens via WhatsApp sobre as gestações.

Ao perceber que a gestação de Flávia era próxima da falsa gravidez, e que ela esperava uma menina, Rozalba passou a cogitar fazer algo. Questionada pelo perito o que ela teria feito se o bebê fosse um menino, a assassina confessa afirma sem hesitar que procuraria outro alvo.

Duas semanas antes do crime, ela planejou o chá de bebê falso. Rozalba convenceu a vítima a fingir que não sabia do evento, para parecer surpresa. Também convidou uma colega em comum, e logo depois anunciou para a colega que o chá tinha sido cancelado.

Pesquisa

A acusada relatou ao perito que pesquisou na internet vídeos médicos para entender como se abria a barriga de grávida, porém, não encontrou.

Em torno de dois ou três dias antes do crime, ela foi até o pátio da cerâmica abandonada e ficou por volta de cinco minutos no local. Questionada pelo perito se ela voltaria até o local do crime para ocultar o cadáver da vítima, ela nega e diz que acreditava que o corpo de Flávia não seria encontrado.

Dia do crime

Em 27 de agosto, a acusada comprou uma máscara de dormir. Ela já possuía o estilete utilizado no homicídio. Ela buscou Flávia no local combinado, para ir ao chá de bebê falso.

Ao chegar próximo da cerâmica, Rozalba vendou os olhos da vítima para levá-la ao suposto local da surpresa. Elas caminharam por alguns metros, quando a grávida recebeu um golpe de tijolo na cabeça. Nesse momento, ela tropeçou, pediu socorro e disse “Por que tá fazendo isso? Nunca te fiz nada!”

A assassina seguiu dando tijoladas na cabeça da vítima, até que ela caiu no chão. Mesmo assim, ainda estava consciente, e Rozalba desferiu mais dez golpes no rosto de Flávia. Ela relatou ao perito que a grávida sangrava muito, mas ainda estava respirando.

Com o estilete, ela abriu a barriga da vítima. Ela informou ao perito que teve dificuldade, passando o estilete entre quatro a cinco vezes, além de usar força física para afastar os tecidos e retirar o bebê.

A menina saiu do ventre com cortes, chorando, e com o cordão umbilical preso na placenta da mãe. Ela pegou a bebê e embarcou no carro. Nesse momento ela relata que sentiu adrenalina e nervosismo por ter cometido o homicídio.

Na estrada, três homens ajudaram ela, que alegou ter dado à luz no carro. A assassina pediu que eles chamassem o marido dela, e na sequência seguiram ao hospital de Canelinha, local em que as suspeitas começaram. No dia seguinte, 28 de agosto, ela foi presa na casa da mãe.

Rozalba visitou a cerâmica abandonada dias antes do homicídio. Foto: Miriany Farias

Arrependimento

Rozalba declara para o perito que está arrependida de tudo o que fez. Ela diz que não sabe como teve coragem de cometer o crime, e porque fez essa “cagada”.

A acusada acredita ainda que os conhecidos devem ter duvidado que ela cometeu o crime, pois sempre foi feliz e contente.

A última vez que olhou para Flávia, disse que se arrependeu, mas “já era tarde”. Também se sentiu culpada pelo marido, Zulmar Schiestl, ter sido preso. Ela acredita que não tem mais marido, e que ele não irá perdoá-la.

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Relembre o caso

Flávia Godinho Mafra foi encontrada morta no dia 28 de agosto. Ela era moradora do bairro Cobre, em Canelinha, e estava grávida de 36 semanas. O corpo foi encontrado no bairro Galera.

Rozalba Maria Grime, assassina da grávida encontrada em uma cerâmica abandonada em Canelinha, confessou que matou a vítima com golpes de tijolo na cabeça, de acordo com a Polícia Civil. No depoimento, a mulher afirmou ter usado um estilete para retirar o bebê do útero da gestante.

Segundo o delegado, a mulher admitiu ter contado à vítima que haveria um chá de bebê como forma de atraí-la. Flávia tinha saído de carona para um chá de bebê surpresa.

Ainda de acordo com o depoimento, ela levou a grávida para o bairro Galera, e a atacou com diversos golpes de tijolo.

A mulher ainda informou que estava grávida, e perdeu o bebê em janeiro deste ano. Ela não contou aos familiares e teve a ideia de roubar o bebê.


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