Em motociata, prefeito de Chapecó “gruda” em Bolsonaro; Jorginho Mello fica em segundo plano
Grude
Não passou despercebida uma atitude explicita de Bolsonaro em Chapecó, no último final de semana. Combinado ou não, quem não desgrudou do presidente em todo o tempo foi o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, em detrimento de outro aliado forte e integrante de sua tropa de coque na CPI da Covid, o senador Jorginho Mello.
Quão perto
O governador Carlos Moisés usou rede social para abrir o jogo sobre a situação em que encontrou as pontes Colombo Machado Salles e Pedro Ivo Campos. Diz que precisou “fazer em poucos meses tudo o que não foi feito na década anterior” para garantir a segurança das estruturas. Segundo ele, a falta de manutenção no passado quase levou as pontes à interdição, risco que não existe mais, graças aos trabalhos realizados. Garante que não haverá necessidade de interdição permanente de nenhuma das pontes “por muitos anos”.
Desmoralização
Coisas que derrubam esforços de anos para melhorar a ruim imagem da nossa Justiça: a de São Paulo mandou soltar a motorista de uma BMW presa depois de atropelar e arrastar uma fileira de motos que estavam estacionadas na rua na madrugada de domingo. Durante o atropelamento, um motoboy morreu e outro ficou gravemente ferido sobre a calçada. Foi liberada no mesmo domingo após pagar fiança de R$ 22 mil.
Irracionalidade 1
Só no Brasil mesmo! O deputado federal Coronel Armando (PSL-SC) é autor de projeto de lei que permite que cão de busca, resgate e salvamento, quando estiver acompanhando agente de órgão de segurança em missão oficial, seja transportado na cabine de aeronaves comerciais. Isso porque, pela lei atual, o animal tem que ir como “carga”. Em que um animal doméstico dócil e treinado, é incompatível com a segurança de voo e com o conforto dos que ocupam a aeronave?
Irracionalidade 2
Outro projeto em trâmite no Congresso é do deputado federal Darci de Mattos (PSD-SC), que quer acabar com uma briga de prefeitos e agricultores com ecologistas, aqueles de bar e passeata, e quase sempre servidores públicos: propõe dispensa ou simplificação do licenciamento ambiental para atividades de lavra de cascalho a céu aberto quando for comprovado pequeno potencial de impacto no meio ambiente. São cascalheiras que tem baixíssimo impacto ambiental, abundante e indispensável à manutenção de vias rurais.
Proteção
A imprensa carioca dá destaque a uma figura do entorno do ex-governador e presidiário Sergio Cabral por inadimplência em um condomínio em Mangaratiba desde 2016. O local é famoso por ter vários moradores pilhados por denúncias de corrupção dessa turma. O detalhe é que isso é peixe pequeno perto de uma situação que ocorre em Florianópolis, onde uma notória personalidade local faz questão de não pagar taxa de condomínio do apartamento onde mora há mais de 15 anos. Não dá para culpar o advogado de cobrança, que tenta fazer o seu papel. O caloteiro já conseguiu reverter na undécima hora por quatro vezes o leilão de seu imóvel por causa da dívida. A divulgação do nome do inadimplente deixaria muita gente surpresa e talvez abrisse mais claridade sobre o obscuro e inexplicável manto de proteção que se formou no âmbito do Judiciário e inclusive da área política ao referido personagem.
Não convence 1
O pequeno município de Rancho Queimado, de 3 mil habitantes e distante 50 km de Florianópolis, tem dado trabalho ao governo estadual e à sua Secretaria de Saúde, obrigados, de forma constante, a rebater, para diferentes veículos de comunicação, sobre o suposto sucesso local, assunto até na CPI da Covid no Senado, do “tratamento precoce” contra o coronavírus, com base em drogas como a cloroquina e a ivermectina.
Não convence 2
Os dados oficiais informam que Rancho Queimado tem duas mortes por covid até agora, o mesmo número do vizinho Leoberto Leal, com a mesma população, e Angelina, 4.700 habitantes, com uma e ambas sem nenhum outro “tratamento precoce” que não fosse vacina e as conhecidas medidas restritivas. O epidemiologista e ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas, Pedro Hallal, classificou o caso de Rancho Queimado como “uma piada do ponto de vista científico”.
Pandemia judicializada
Mais de 2 mil casos relacionados à pandemia da covid-19 em SC já foram analisados e decididos pelo Judiciário estadual, considerando-se apenas os processos em primeiro grau. Os conflitos têm as mais variadas origens, como pedidos de revisão de aluguéis e outros contratos firmados antes do período pandêmico, a manutenção ou não de aulas presenciais nas instituições de ensino e a busca por vagas na rede hospitalar.