Em nome da arte
Há uns cinco anos, mais ou menos, disse para minhas alunas, em uma aula de Pedagogia, que a pedofilia ainda seria liberada. Elas me olharam assustadas e eu pedi então que observassem o curso dos acontecimentos e como, passo a passo, os costumes iriam se deteriorar de tal forma, que aquilo que consideramos hediondo acabaria […]
Há uns cinco anos, mais ou menos, disse para minhas alunas, em uma aula de Pedagogia, que a pedofilia ainda seria liberada. Elas me olharam assustadas e eu pedi então que observassem o curso dos acontecimentos e como, passo a passo, os costumes iriam se deteriorar de tal forma, que aquilo que consideramos hediondo acabaria se tornando coisa normal. Não sei por onde andam essas meninas, mas se elas puderem se lembrar daquela aula e estiverem vendo as manifestações “artísticas” que têm pipocado por aí, perceberão que a minha triste profecia está, muito infelizmente, se cumprindo. Primeiro foi aquele festival de putaria e desrespeito em Porto Alegre. Logo após, o episódio daquele imbecil pelado num palco, sendo tocado por uma menininha e brincando com outras. Nada disso é isolado. Aliás, a pedofilização da cultura anda a todo vapor nas escolas, porque a ideologia de gênero é a grande disseminadora da erotização precoce e da confusão psíquica que descambam na desordem moral em que estamos imersos. E, talvez, algumas das alunas que mencionei estejam, sem sequer se darem conta, contribuindo para isso. É preciso relembrar novamente a metáfora do sapo colocado na água, cuja temperatura aumenta gradativamente. Ele morre cozido sem perceber.
Agora a onda é fazer tudo em nome da “arte”, inclusive cometer crimes claramente tipificados no Código Penal. Primeiro foi o vilipêndio a culto (artigo 208). Agora, com o peladão e a menininha, o artigo 217 e seguintes.
Mas os defensores da “arte” dizem que a menina estava acompanhada da mãe e só tocou os pés do peladão. Claro! Ele não iria ter intercurso carnal com ela naquele momento. Esse é apenas um balão de ensaio. Um teste para a nossa tolerância e, acima de tudo, para a tolerância na interpretação da lei. Se ficar tudo de boa, então a “arte” ficará mais ousada. E como já aceitamos que é normal uma menina tocar o pé de um homem pelado, dificilmente estranharemos se, na próxima “performance”, o toque for no joelho. Vejam: todos estamos sendo experimentados. Eles estão testando nossa tolerância e o nível da nossa pamonhice, para ver até onde engolimos esse papo de que, em nome da arte, se pode fazer qualquer coisa. Outro babaca fez uma “performance” pelado, ralando uma imagem de Nossa Senhora Aparecida e jogando o gesso sobre o corpo. Um crime claro e expresso. Será que se eu desenhar uma suástica no peito e queimar a bandeira do arco-íris, serei saudado como arauto da liberdade de expressão? Se eu passar a mão nas partes íntimas de uma dessas respeitáveis senhoras que acham que a amostra do Santander é arte, e disser que foi apenas uma demonstração de carinho, será que me livrarei do B.O. por estupro? Será que encontrarei um promotor adepto da revolução cultural que não me denuncie? Ou um juiz “descolado” que alivie na minha sentença? Serei acobertado pelas reportagens tendenciosas da imprensa vendida? Quando perdemos a capacidade de ver o óbvio é porque a deterioração já está em estágio avançado.