Em operação contra estelionato na região, Polícia Civil de Brusque apreende mais de R$ 500 mil em bens
Primeira vítima identificada é moradora de Brusque
Primeira vítima identificada é moradora de Brusque
A Delegacia de Polícia Civil de Brusque realizou uma grande operação na manhã desta quarta-feira, 26. Na ocasião, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos municípios de Gaspar e Presidente Getúlio.
A ação foi voltada ao combate à associação criminosa com foco na prática de estelionato e lavagem de dinheiro. Segundo a polícia, delegacias dos dois municípios auxiliaram na operação. A investigação também teve suporte do Laboratório de Lavagem da DEIC/SC.
“A investigação começou após vítimas da cidade de Brusque serem identificadas. Porém, não é descartado que existem outras pessoas lesadas e que podem agora nos procurar para que possam ser ouvidas. Procuramos entender e estabelecer a dimensão do dano causado pelos criminosos”, diz Alex Bonfim Reais, delegado de Brusque.
Segundo Alex, em entrevista dada na tarde desta quarta-feira, 26, as investigações começaram no ano de 2020. Naquele ano, um casal teria alugado um salão de festas no município de Brusque e teria emitido cheques para pagar o aluguel do local.
Porém, após a festa acontecer, o proprietário do local tentou debitar os cheques e os documentos começaram a voltar. Após longa negociação para que pagassem os débitos, o proprietário se sentiu “enrolado” pelos criminosos.
“Em certo ponto da conversa, o casal pediu para que o proprietário enviasse documentos para que pudessem ser feitas transferências bancárias. Quando ele encaminhou os dados, o casal tentou aplicar golpes utilizando o nome dele. Eles tinham o objetivo de ir em agências bancárias para tentar abrir contas, pedir empréstimos e fazer financiamentos”.
“Uma vez que o crime aconteceu na cidade de Brusque, foi possível tentar localizar as pessoas. Conforme o andamento das investigações, foi possível identificar que esse primeiro casal trabalhava junto com outro casal, ou seja, quatro pessoas. Inclusive, são familiares”, complementa Alex.
A ideia do crime, segundo a polícia, era de que um casal aplicava o golpe e transferia dinheiro para o outro. Assim, eles sentiam que tinham uma “proteção financeira”, ou seja, se um casal que aplicava golpes fosse localizado, não haveria dinheiro com eles. Porém, é confirmado que todo o dinheiro era utilizado para benefícios de todos os integrantes do grupo.
“Por isso acreditamos se tratar de uma associação criminosa, já que temos ao menos, quatro pessoas envolvidas na prática dos crimes. Também foi possível apurar que ambos não tinham imposto de renda, porém, tinham um patrimônio muito acima daquilo que se espera de uma pessoa que não declara o imposto”, relata Alex.
Com a identificação altos valores movimentados nas contas, os dois casais tinham posse de vários bens de valores considerados altos para a polícia.Entre os bens apreendidos estão:
Também foi declarado que outros bens serão investigados. Entre eles estão um motorhome, casas de alto padrão e várias contas bancárias.
“Em primeiro momento, é possível dizer que os valores de todos os veículos apreendidos já ultrapassam os R$ 500 mil. Porém, o valor total pode chegar até R$ 700 mil ou mais”, diz Alex.
“Os objetos colocados na foto acima possuem o valor aproximado de R$ 50 mil. Porém, é preciso lembrar que ainda existe a medida judicial de bloqueio das contas. O relatório final deve ser enviado ainda na noite desta quarta-feira, 26, para a delegacia”, complementou.
Questionado se houve alguma condução por parte da polícia, Alex diz que não, visto que não se trata de uma situação de flagrante. O delegado alega que é preciso ter cautela por causa do período eleitoral. Porém, os bens e os objetos já foram apreendidos.
“Tudo que foi apreendido ficará à disposição da Justiça que, se entender que deve, vai declarar eventual ressarcimento das vítimas e também a perda dos bens”, conta.
“Os criminosos foram intimidados e devem comparecer, caso assim entendam, em data já estabelecida para apresentar as defesas”, complementa.
Questionado sobre as possíveis penas que os criminosos podem receber, o delegado conta que é preciso analisar todo o contexto, visto que se trata de múltiplos crimes.
Alex aproveitou para prestar alguns esclarecimentos à comunidade. Segundo o delegado, é preciso que a população entenda que delegados e policiais não possuem poder para solicitar verba, não instaurar inquéritos ou procedimentos.
“Não existe poder para que policiais possam solicitar valores (qualquer que seja), para que então possam trancar e deixar de investigar.
“Pedimos para que as pessoas tenham muito cuidado com aquilo que enviam e para quem enviam. Recebemos muitos casos de vazamento de fotos íntimas e pedimos que, se forem íntimas, que se mantenham na intimidade de preferência. Com ações como esta é possível evitar golpes de extorsão”, complementa.
Leia também:
– Além da sala de aula: professora de Brusque ensina português e auxilia imigrantes em busca de emprego
– MP-SC arquiva denúncia de fraude em concurso da Secretaria de Obras de Brusque
– Frio pode trazer neve a SC nunca antes registrada em novembro; entenda
– VÍDEO – Carro é arrastado por 200 metros após colidir com trem em Joinville
– Conheça a história das Casas Gropp’s e seus idealizadores, Emil e Albert
– Assista agora:
“O apoio da família ajuda a superar essa fase difícil”, diz brusquense que venceu o câncer de mama