[1940] Em qualquer época, amor de mãe é sempre igual
Olindina e Francisca relembram histórias de outros tempos
Numa época muito diferente da nossa, em que a vida era vivida de um jeito muito mais simples e com mais calma, Olindina e Francisca tiveram seus filhos. Era a década de 1940, quando as duas tinham seus 20 e poucos anos, recém-casadas. Agora, já com 90, elas tem muita história para contar sobre o que era ser mãe naqueles tempos.
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Dona Olindina Rudolfo morava no bairro Indaiá, no interior de Nova Trento, em um sítio, onde nasceram os primeiros três de seus 12 filhos. A filha mais velha nasceu em 1947, quando Olindina tinha apenas 20 anos. Ela teve todos os filhos em casa, muitas vezes com a ajuda de vizinhas e, em outras, pelas mãos da famosa parteira Frau Fuchs.
Aos 91 anos, Olindina fala com muito amor de sua família enorme: 9 filhos vivos, 26 netos, 34 bisnetos e 4 tataranetos. Ao todo, são 73 pessoas que ela guarda no coração e nas fotografias que forram as paredes da sala de sua casa.
Enquanto os filhos eram pequenos, ela trabalhou como merendeira numa escola e também nos Correios. Dona Olindina sempre tinha crianças em casa, afinal, a cada dois anos, em média, ela engravidava.
Hoje moradora do bairro São Luiz, dona Olindina é cheia de histórias para contar: já com os filhos adultos, ela, com quase 60 anos, decidiu aceitar uma nova proposta de casamento. Depois de dez anos, o segundo marido veio a falecer – agora, dona Olindina, entre risos, diz que “já chega”, que vive bem sozinha com seu papagaio e seu cachorrinho, que é sua companhia de todos os dias.
Francisca Cadore, a dona Chica, teve o primeiro filho em 1948, também aos 20 anos. Ao todo, teve dez. Hoje, aos 90 anos, tem na conta 22 netos e 12 bisnetos.
Ela e o marido moravam no bairro Limeira e, por mais que ele tivesse curso superior de Contabilidade, ela conta que o esposo não queria ser funcionário, e sim, dono do próprio negócio. Assim, eles abriram um comércio no bairro, onde ele trabalhava enquanto ela cuidava da casa e dos filhos. “Era um tempo mais difícil para nós, era muito trabalho”, diz.
Dona Francisca lembra que o marido viajava muito a trabalho e, para ela, não era fácil cuidar dos filhos e da casa. “Tinha dias que o cansaço era tanto…”, suspira. “Quando todos estavam com saúde, era bom. Foi difícil, mas, graças a Deus, a vida foi melhorando.”
Ela conta que, por sorte, os filhos sempre foram bons alunos e nunca lhe trouxeram problemas. Mas lembra de pequenas brigas que aconteciam entre a gurizada, como ela diz, no pátio de casa, onde ela gostava de ter os filhos e os amigos deles reunidos para brincar.
As duas, com um sorriso no rosto, relembram histórias dos filhos pequenos – e fica muito claro que, não importa a época, o amor de mãe é sempre igual.
Você está lendo: 1940: Olindina Rudolfo e Francisca Cadore
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