Em um mês, bombeiros atenderam mais de 20 incêndios em vegetação em Brusque
Maioria das ocorrências foi gerada pela ação do homem, tempo seco contribui para a propagação mais rápida do fogo
Em um mês, o Corpo de Bombeiros de Brusque atendeu a 23 ocorrências de incêndio em vegetação. O número é considerado alto, representando quase um incêndio por dia e, na maioria deles, foi gerado pela ação do homem, ou seja, poderia ter sido evitado.
O comandante dos bombeiros de Brusque, capitão Jacson de Souza, destaca que as ocorrências de incêndio demandam o emprego de grande parte do efetivo de serviço diário, fazendo com que outras ocorrências fiquem prejudicadas.
“A viatura e guarnição que é deslocada para o incêndio florestal é a equipe multitarefa. Em caso de acidente com vítimas encarceradas, por exemplo, é esta mesma equipe que faz o atendimento. Estes incêndios que estão acontecendo, em sua maioria, poderiam ser evitados e desta forma, poderíamos resguardar nossos esforços, tempo e recursos para ocorrências que realmente necessitam de nossa intervenção urgente”, diz.
O tempo seco e a baixa umidade do ar contribuem muito para que uma pequena queimada de lixo, considerada por muitas pessoas inofensiva, se transforme em algo maior.
“Pedimos para que a população não use essa técnica de limpeza. O tempo seco, a baixa umidade, e o vento, aliados ao descuido, podem causar incêndios de grandes proporções, como estamos vendo em várias regiões do estado. Aqui em Guabiruba já tivemos quatro incêndios, todos com expressiva área queimada”, afirma.
Desperdício de água
O capitão Jacson chama atenção também para outro problema gerado pelas queimadas: o desperdício de água em meio à estiagem.
O comandante lembra que os níveis dos rios e dos locais de captação de água estão baixos, justamente por isso o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) está pedindo para a população economizar água.
Neste período, já foram utilizados 45,8 mil litros de água para poder controlar os incêndios em Brusque, em um total de 18 horas. Já em Guabiruba foram 5 mil litros de água em 11 horas de trabalho.
“Atitudes irresponsáveis de algumas pessoas acabam levando a um consumo ainda maior, visto que em alguns incêndios houve a necessidade de um elevado aporte de água para a extinção, sem contar os riscos de danos a propriedades alheias, aos animais e ao meio ambiente de forma geral”, ressalta o capitão.
O tenente-coronel Jefferson de Souza, que integra a Câmara Técnica de Combate a Incêndios Florestais, lembra que a falta de chuva é o grande propulsor dos incêndios florestais, uma vez que a vegetação perde umidade e a combustão ocorre mais fácil e rapidamente.
“Além de iniciar o incêndio, a propagação é significativamente acelerada com o combustível seco. Os incêndios têm relação com a falta de chuva, vegetação seca e ação humana, isso é certo. O que é preciso fazer são campanhas grandes de conscientização, sobretudo em épocas de seca, como a que estamos vivendo agora”, diz.
O bombeiro alerta que incêndio florestal é crime, previsto na Lei de Crimes Ambientais.
Recomendações do Corpo de Bombeiros
– Não inicie queimadas, principalmente próximo a áreas de vegetação;
– não queime lixo, terrenos ou pastagens;
– não jogue bitucas de cigarro na mata, nas ruas ou em beira de estradas;
– não deixe garrafas plásticas ou de vidro em áreas de vegetação (o sol faz o efeito lupa e pode queimar a vegetação);
– ao fazer trilhas evite acender fogueiras, fogareiros e demais opções que possam propagar fogo na vegetação.