Em um mês de governo, 17% dos comissionados da Prefeitura de Brusque foram demitidos

Promessa feita pelo prefeito Bóca Cunha, no entanto, é de que 50% dos cargos de confiança seriam reduzidos

Em um mês de governo, 17% dos comissionados da Prefeitura de Brusque foram demitidos

Promessa feita pelo prefeito Bóca Cunha, no entanto, é de que 50% dos cargos de confiança seriam reduzidos

Embora tenha informado em promessa de campanha na eleição indireta que haveria uma redução pela metade do número de cargos comissionados, o prefeito José Luiz Cunha, o Bóca, exonerou, passados pouco mais de 30 dias de governo, menos de 20% desses servidores.

Do dia 6 de junho, data do primeiro dia de governo de Bóca, até ontem, foram exonerados 96 comissionados. Em contrapartida, houve 79 contratações. Na prática, isso significa que 17,7% dos cargos exonerados não foram repostos.

Esses números fazem parte de levantamento feito pelo Município Dia a Dia em todas as edições do diário oficial do município, publicadas durante o mandato do atual prefeito. Lá, devem constar obrigatoriamente todas as demissões e admissões feitas pelo poder Executivo.

As exonerações e nomeações citadas referem-se a coordenadores, chefes, diretores e assessores jurídicos, e também aos agentes políticos (secretários, superintendentes e diretores-presidentes) e incluem ainda o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Samae) e o Instituto Brusquense de Previdência (Ibprev).

A redução mais significativa ocorreu no primeiro escalão. Quando Bóca assumiu o governo, havia 19 agentes políticos com status de secretário; hoje são 11.

No entanto, desses 11, dois acumulam funções pelo mesmo salário: o vice-prefeito Rolf Kaestner, que dirige a Secretaria de Turismo, e Rogério Lana, que responde pelas secretarias de Orçamento e Gestão e também pela Fazenda.

Levando-se apenas essa informação em conta, o corte de cargos de agentes políticos fica em 52,6%, como prometeu o prefeito enquanto candidato.

Ele abordou publicamente o assunto em alguns momentos pré e pós campanha. Um deles foi em 2 de junho, às vésperas da eleição, durante evento de lançamento de sua candidatura. Noutra oportunidade, já eleito, ele voltou a mencionar o assunto, em uma coletiva de apresentação dos secretários interinos de seu governo.

Governo diz que demissões serão graduais

O Município Dia a Dia tentou contatar o prefeito Bóca Cunha para comentar o assunto, mas o telefone estava desligado. O vice-prefeito Rolf Kaestner, por sua vez, afirma que o governo continuará as avaliações para reduzir o número de comissionados. Segundo ele, será um trabalho gradual, a ser feito até dezembro.

“Não é apenas a questão do número de cargos, a questão principal é o dinheiro”, afirma Kaestner.

“Digamos que tem 80 cargos de chefe, se eles ganham cada um R$ 1,5 mil, dá R$ 120 mil por mês. Se tem dez secretários, que ganham R$ 12 mil, também são R$ 120 mil por mês. Se você reduzir pela metade os secretários, tem R$ 60 mil de economia. Pra você conseguir ter a mesma economia nos chefes, teria que tirar mais da metade deles”, argumenta o vice-prefeito.

Ele afirma que a redução do número de cargos deve continuar, mas avalia que ela tem que ser gradual para não correr risco de paralisação dos serviços.

“O Bóca está conversando com os partidos para que a redução continue, há uma resistência neste início, inclusive até para poder se tocar a própria máquina, não queremos prejudicar os serviços”, explica. “A medida em que a gente vai sentindo que esses serviços podem ser executados com três em vez de quatro cargos, a gente vai reduzindo o quadro”, conclui.

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