X
X

Buscar

Emaús comemora 35 anos de atuação em Brusque; conheça a história do movimento

Até implantação do curso no município, participantes viajavam para Florianópolis para receberem o ensino

Há 35 anos surgia em Brusque um movimento com objetivo de doutrinar os jovens sobre os valores humanos e cristãos: o Emaús. Nas últimas décadas, mais de 3,2 mil pessoas já passaram pelo movimento religioso.

No Emaús os jovens têm a oportunidade de realizar uma profunda reflexão sobre o valor da vida, da igreja e da vivência em uma comunidade. “O objetivo do curso de Emaús é formar e desenvolver líderes comunitários, que posteriormente atuarão em suas paróquias de origem, no trabalho, além de liderarem baseado nos princípios de jesus”, define o site do movimento.

As aulas de valores humanos e cristãos são restritas aos jovens entre 18 e 29 anos. O curso ocorre de maneira pedagógica com base na catequese por meio de palestras, meditações, atos litúrgicos e orações.

Primeiro Emaús feminino de Brusque que foi realizado entre 21 e 24 de maio de 1987 | Foto: Arquivo pessoal

Início da trajetória

O movimento ficou conhecido em Brusque após alguns jovens serem convidados para participarem do curso de valores humanos e cristãos em Florianópolis, em 1974. Até então, os moradores de Brusque que eram convidados para ingressarem no curso deveriam se deslocar até a capital do estado.

Uma das precursoras do movimento no município foi Giseane Morelli Pereira Adami. Ela comenta que após participar do curso fez questão de trazê-lo para Brusque para que mais pessoas pudessem participar. Na época, como as aulas eram realizadas em Florianópolis, cerca de duas a quatro vagas eram oferecidas aos moradores de Brusque por ano.

A intenção era aumentar esse número de vagas, o que só seria possível se o curso também fosse ministrado em Brusque. Em abril de 1986, quando Gise, o esposo Márcio Adami e o casal de amigos Ildete Regina Vale e Euclides da Silva participavam de um curso de dirigentes do Emaús, veio a ideia de implantar o curso no município. Durante um almoço, os jovens que integravam o grupo São Francisco de Assis decidiram correr atrás das tratativas para realizarem este sonho.

Primeiro Emaús masculino realizado em Brusque entre 3 e 6 de setembro de 1987 | Foto: Arquivo pessoal

Os casais conversaram com Monsenhor Bianchini, que era o orientador espiritual, e no mesmo dia ele conversou com Monsenhor Calazans, fundador do movimento e orientador espiritual nacional. “Ele achou ótima a ideia e colocou a Gertrudes Stoll, de Florianópolis, como a nossa ponte. Em um ano nós preparamos o material e equipes”, conta Gise.

Pouco tempo depois, em maio de 1987, o primeiro curso foi realizado em Brusque. Na época foram realizados os encontros de Emaús feminino e masculino, marcando o início da trajetória. No começo do curso no município, a maioria dos integrantes da equipe eram pessoas de Florianópolis que já atuavam lá.

Com o início dos trabalhos em Brusque, Ildete conta que foi preciso divulgar ainda mais o Emaús para selecionar as pessoas e preencher as 40 vagas disponíveis no curso no município.

Grupos de encontros

Após o curso, as pessoas passaram a frequentar o movimento e foi assim que surgiram os grupos do Emaús. Mesmo sem o ensino em Brusque, as pessoas que já haviam participado e que moravam na cidade criavam os grupos para realizarem os encontros e debaterem a palavra de Deus.

Grupo São Luís Gonzaga do Emaús em Florianópolis, em 1987 | Foto; Arquivo pessoal

O primeiro grupo da história do movimento no município foi o São Luís Gonzaga. Os jovens se reuniam no Salão São José, antiga estrutura que ficava ao lado da igreja matriz. Paralelo a isso também havia o grupo São Franciso de Assis. Ambos foram dissipados e os integrantes encontraram novos grupos.

Ildete, que hoje não está mais ativa no Emaús, conta que após participarem do curso, as pessoas realizavam um reencontro e eram convidadas a participarem dos grupos. Aos poucos foram sendo criados novos grupos, sendo alguns apenas com integrantes mulheres ou homens, entre casais e os mistos. Hoje, o movimento conta com 69 grupos.

Emauístas ativos

Hoje, o movimento conta com pessoas de 18 a 70 anos que juntos somam 800 emauístas ativos, entre solteiros, namorados, noivos e casados. Apesar da restrição de idade para os participantes do curso, os integrantes acima dos 29 anos são importantes para a dinâmica que o ensino exige. Além disso, muitos que integram o movimento participam desde o início, quando fizeram o curso em Florianópolis.

Retiro De volta à estalagem de Emaús realizado quando o movimento completou 30 anos em Brusque | Foto: Arquivo pessoal

“Fizemos o retiro ‘De Volta a Estiagem’ que é direcionado a quem já fez o curso de Emaús e está participando ativamente do movimento”, comenta o presidente do movimento em Brusque, Deivison Trindade.

Além dele, Maindra Koehler Trindade também integra a presidência do movimento. O casal conta com o apoio dos vice-presidentes Ronice Schlindwein Cardoso e Amarildo Cardoso; e de Joseleine Schlindwein e Juliano Pinheiro, que formam a Escola Missionária. O padre Diomar Romaniv atua no Emaús como orientador espiritual. O colegiado tem a função de comandar o Emaús, com as atividades e ações realizadas.

Curso dos valores

Os cursos femininos e masculinos acontecem uma vez ao ano, de maneira separada, com uma média de 50 a 60 jovens. No entanto, quando a presidência identifica a necessidade são realizadas novas edições durante o ano. “O objetivo principal é manter a chama dos cursos acesas. Ser um local de acolhida para quem nele está inserido. A verdade é que para além de um grupo acabamos nos tornando uma família”, conta o presidente.

As pessoas que participam do Emaús não são obrigadas a realizarem o curso de valores humanos e cristãos, apesar de este ser o caminho mais comum. A formação acontece em Brusque e tem duração de três dias. O encontro inicia às 19h de quinta-feira na Casa Retiros Padre Dehon e encerra com uma missa às 19h de domingo.

Missa para celebrar os 30 anos de Emaús em Brusque, realizada em 28 de maio de 2017 | Foto: Arquivo pessoal

De acordo com Deivison, para participar do curso o jovem precisa estar dentro das regras que a dinâmica exige. Além disso, o interessado também deve ter um padrinho que já deve ser membro do Emaús para fazer a ficha de inscrição.

“Caso não conheça ninguém, a pessoa pode nos procurar nas redes sociais que teremos o maior prazer de acolhe-lo”, finaliza o presidente. Os contatos são por meio do Facebook/emausdebrusque.subsecretariado ou pelo site: http://emausbrusque.org/blog/


Receba notícias direto no celular entrando nos grupos de O Município. Clique na opção preferida:

WhatsApp | Telegram


• Aproveite e inscreva-se no canal do YouTube