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Empresa carioca criará 200 empregos ao se instalar na Buettner

Ex-funcionários da fábrica brusquense terão preferência na contratação

A empresa do Rio de Janeiro que se instalará no prédio da empresa Buettner, no bairro Bateas, pretende gerar entre 150 e 200 empregos. A Mudei para Melhor Comércio de Roupas produzirá peças de cama, mesa e banho, inicialmente, para a Bouton, que já opera em Brusque.

A companhia carioca recebeu aval da Justiça de Brusque para alugar uma parte do prédio da Buettner, que faliu no início do ano e está desativada. A juíza Clarice Ana Lanzarini autorizou a locação no último dia 14, a pedido do advogado Gilson Sgrott, administrador da massa falida.

Sérgio Lombardi, sócio da Bouton, explica que a Mudei para Melhor terá o apoio da empresa. O valor do aluguel não foi divulgado. As duas companhias são relacionadas, pois um dos sócios da Bouton é dono de uma marca chamada First Class. A Mudei para Melhor é uma franqueada da First no Rio de Janeiro.

Segundo Lombardi, inicialmente, a produção mensal da empresa carioca será de cerca de 100 toneladas ao mês. “Isso deve demandar de 150 a 200 funcionários”, explica. A ideia é que os ex-funcionários da Buettner tenham preferência na hora da contratação.

“Nós vamos auxiliá-los na contratação, o objetivo é contratar pessoas com experiência. O ideal é quem já trabalhou lá”, diz o sócio da Bouton. O objetivo da equipe da Bouton e da Mudei para Melhor é verificar quais funcionários da Buettner que ainda estão desempregados e, na medida do possível, contratá-los, quando necessário.

Nesta fase inicial, a produção da Mudei para Melhor será quase que exclusivamente para Bouton e First Class. O fato de a companhia já estar em Brusque foi determinante na escolha do município para a primeira fábrica da empresa carioca.

Segundo Lombardi, a Bouton tem um centro logístico em Brusque, por isso, fica mais fácil e barato o transporte do que for produzido e distribuído.

Objetivo é crescer

De acordo com a decisão da juíza Clarice, o contrato de locação terá duração de 18 meses. Neste período, a massa falida fará o levantamento dos bens, dívidas e imóveis, a fim de vender o que é possível para pagar os débitos.

Lombardi diz que a insegurança de não saber se a empresa poderá ficar por mais do que os 18 meses não é o cenário ideal, porém, a situação jurídica ainda engatinha e não há como saber o que pode acontecer.

O executivo afirma que não há como adiantar se a Mudei para Melhor poderá comprar ou não o imóvel da Buettner num futuro leilão. Lombardi diz que intenção é ficar em Brusque e crescer. Inclusive, quando a produção for maior, a ideia é que o volume produzido seja comercializado para outros clientes.

O nome da empresa locatária, Mudei para Melhor, poderá ser modificado no futuro, segundo Lombardi. Hoje, ela está registrada como negócio de comércio, mas passará para a categoria indústria, e com isso estuda-se uma mudança no nome.

Vantagem para os dois lados

Sérgio Lombardi e Claudemir Eduardo, sócios da Bouton, são ex-funcionários da Buettner. Saíram em 2009 para formar a sua própria fábrica.

“O mais importante é reavivarmos a indústria, mesmo que não do tamanho que ela era, para qua Buettner possa indenizar os ex-funcionários”. Ainda não há uma data definida para a instalação da empresa, e nem como será o processo de seleção de funcionários.


Ideia é criar um condomínio na Buettner

A autorização da juíza Clarice para a locação impõe a condição de que a empresa inquilina pague o aluguel e os custos proporcionais com energia elétrica, manutenção e vigilância. O advogado Gilson Sgrott, administrador da massa falida, diz que a locação é vantajosa.

Sgrott ressalta que, com uma empresa funcionando no parque fabril, os custos com manutenção são reduzidos e o maquinário fica em funcionamento. Com isso, a desvalorização é menor.

Ele explica que a Mudei para Melhor funcionará numa parte da tecelagem e do setor de acabamento. Já existe a Schlösser noutra parte da tecelagem, e a intenção é locar a fiação e a tinturaria para outras empresas.

“Vamos criar um condomínio”, diz Sgrott. Cada operação é feita com autorização da Justiça. O dinheiro do aluguel é administrado pela massa falida e será repassado aos trabalhadores e outros credores após a fase de arrecadação.