Empresa é investigada por suspeita de extração irregular de areia no rio Itajaí-Mirim, em Brusque

Auto de infração ambiental foi registrado pelo IMA em outubro de 2021; empresa se manifesta

Empresa é investigada por suspeita de extração irregular de areia no rio Itajaí-Mirim, em Brusque

Auto de infração ambiental foi registrado pelo IMA em outubro de 2021; empresa se manifesta

Uma empresa de Brusque é investigada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) por suspeita de extração irregular de areia no rio Itajaí-Mirim.

O inquérito civil foi aberto em 7 de julho para apurar possíveis irregularidades ambientais cometidas JBL Comércio e Extração de Areia em Área de Preservação Permanente localizada no bairro Dom Joaquim. A investigação está a cargo do promotor de Justiça substituto Leonardo Silveira de Souza.

Em outubro do último ano, o empreendimento foi autuado pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA). De acordo com o auto do IMA, a infração ambiental foi registrada em 24 de agosto. A empresa teria executado pesquisa, lavra ou extração de minerais sem autorização, permissão, concessão ou licença da autoridade ambiental competente ou em desacordo com uma autorização obtida.

No caso, a empresa executou a lavra de areia por escavação no leito do rio. Para isso, fez a construção de uma espécie de barramento no terço central do rio, o que formou uma cava com visível alargamento da margem encurvada.

IMA/Divulgação

“Foram observadas escavadeiras posicionadas na porção central do rio retirando material no sentido do centro para as margens, no interior da “cava” que foi formada a partir do barramento. Foram observados caminhões circulando na estrutura de barramento”, relata documento do IMA.

Ainda segundo o auto de infração, a empresa descumpriu um item das condições específicas da Licença Ambiental de Operação (LAO). Também executou a obra em Área de Preservação Permanente, não autorizada pelo IMA e sem estar em conformidade com as normas ambientais.

Foi registrado agravante da infração pela empresa executar a obra com fins de vantagem financeira. Com isso, o empreendimento teria que pagar multa de R$ 17,7 mil pela infração.

O MP-SC solicitou manifestação à empresa, que precisa ser enviada em um prazo de 15 dias úteis. No caso, trata-se do interesse dos sócios em recuperar a área degradada e a regularização das atividades de extração de areia do leito do rio.

Empresa apresenta defesa

Representada pelo sócio Pedro Lucas Sagas Venier, a empresa se manifestou ao jornal O Município sobre o auto de infração do IMA e o inquérito civil do MP-SC.

De acordo com Pedro, ao receberem a informação sobre o auto de infração, a JBL Comércio e Extração de Areia procurou o IMA para apresentar a defesa. Ele detalha que houve uma demora no processo pois o IMA procurou a empresa em um endereço antigo, em Canelinha.

Conforme o sócio, o processo foi protocolado após uma reunião de conciliação com o IMA. Contudo, o MP-SC abriu o inquérito e foi comunicado em seguida sobre a defesa. “Enquanto não tivermos uma resposta do IMA, não temos como nos defender no MP-SC”, explica Pedro.

Na documentação, a empresa mostrou fotografias recentes que mostram o local recuperado e sem sinais de infração. Além disso, o empreendimento também protocolou licenças ambientais e alvará de funcionamento.

Em relação a LAO, a empresa alegou ao IMA que não tinha conhecimento de que a licença havia sido emitida e seguia documentação anterior junto com protocolo de renovação. Assim, a JBL não providenciou estudo de estabilidade geotécnica e o levantamento batimétrico do trecho. Porém, a empresa afirma que já está em tratativas para providenciar as documentações.

Sobre a multa, Pedro afirma que a empresa ainda não fez o pagamento, pois aguarda o resultado da defesa. Segundo ele, existe a possibilidade do valor ser diminuído em até 70% ou até mesmo da multa ser descartada. “Estamos aguardando o parecer do IMA. Dependendo dele, mostrará se cometemos a infração ou não”, completa.

JBL Comércio e Extração de Areia
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