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Empresário de Guabiruba acusado de receptação e roubo de carga continua preso

Defesa espera reverter prisão preventiva em breve

O empresário Clóvis César Silva, de Guabiruba, continua preso preventivamente. No dia 1º, ele recebeu, em audiência de custódia, uma decisão pela concessão de liberdade provisória, mas ainda está detido porque responde a outra ação, por suposta receptação e lavagem de dinheiro.

Clóvis foi preso em operação realizada no dia 28 de fevereiro pela Polícia Civil. Ele é acusado de intermediar um esquema que envolvia roubo de cargas.

Segundo a investigação policial, Clóvis, da APE Malhas, intermediava a vinda de cargas de algodão para fiações de Guabiruba. Elas recebiam o material em caminhões, com nota e outros documentos, dando a impressão de que se tratava de produto lícito.

Depois, essas empresas enviavam a mercadoria para a APE Malhas e então a carga ia para uma tinturaria ou outro destino pré-determinado.

No entanto, de acordo com a apuração da Polícia Civil, esse produto é fruto de roubos e as empresas eram fantasmas. O delegado apurou que uma quadrilha usou algumas empresas de Guabiruba para introduzir esses produtos no mercado como se fossem de origem legal.

Essas empresas acabaram envolvidas, mas como vítimas, pois supostamente não sabiam da origem ilícita.

Além de Clóvis, outros três empresários, cujos nomes não foram divulgados, foram presos na região, durante a operação. Uma outra pessoa, apontada como a responsável pela organização, foi presa em outra cidade, não informada.

Esses outros três empresários guabirubenses foram soltos na segunda-feira, 4, porque a Justiça entendeu que não cabia a prisão preventiva. Mas Clóvis permaneceu preso por responder ao outro processo.

Rogério Ristow representa os quatro envolvidos. Ele afirma que Clóvis já foi absolvido do crime de receptação anteriormente, mas o delegado continuou a investigá-lo e também considerou que o seu padrão de vida é incompatível com sua renda, por isso a inclusão da lavagem de dinheiro.

O advogado de defesa justifica, no entanto, que o cliente é de uma família tradicional e que herdou bens. “Estamos mostrando que ele não tem nada a ver com o pessoal do roubo de carga, ele foi mais uma vítima de Guabiruba”, diz Ristow.

“As diligências da polícia não mostraram, aparentemente, a relação do Clóvis com roubo de carga. Ele não está preso por ter sido condenado”, esclarece o advogado.

A defesa vai pedir que Clóvis seja interrogado para esclarecer os fatos. Com isso, a defesa espera que a prisão preventiva seja suspensa e o empresário seja solto para responder em liberdade.

“Vamos mostrar que não existe mais razão da prisão preventiva, assim como não existia mais na manutenção das prisões daqueles três, que prestaram depoimentos e foram soltos”, explica Ristow.