Empresários criam sistema para integrar câmeras de vigilância em Brusque
Cooperativa está sendo criada para gerenciar o projeto, que inclui ainda um aplicativo de monitoramento
Membros do Núcleo de Tecnologia da Informação da Associação Empresarial de Brusque (Acibr) articulam a criação de uma cooperativa que atuará no monitoramento do município via câmeras de segurança.
A Uniciti, como foi denominada, está em processo de oficialização nesta semana, e as câmeras devem, em breve, entrar em operação.
Segundo Alexandre Dietrich, um dos coordenadores do projeto, o objetivo é criar um sistema integrado de monitoramento e prevenção à criminalidade, em parceria com associações de moradores e órgãos da segurança pública.
Conforme Dietrich, serão instaladas somente câmeras novas para serem integradas ao sistema de monitoramento, porque as câmeras já existentes na cidade foram testadas e foi constatado que boa parte delas tem sistema analógico, e baixa qualidade de imagem.
A adesão ao projeto ocorrerá por meio de contatos que o núcleo fará com as associações de moradores e lideranças comunitárias de Brusque.
As associações serão convidadas a discutir com os moradores, em cada bairro ou localidade, os locais onde as câmeras podem ser instaladas, e a quantidade necessária. Nesse caso, a cooperativa faz a instalação e disponibiliza acesso ao sistema, mediante uma mensalidade, que é rateada entre os moradores.
Um ponto de acesso que monitore quatro ou cinco casas, por exemplo, terá apenas uma mensalidade, e com isso os moradores de todas essas casas rateiam o valor, o que barateia os custos.
Nos bairros, será criada também uma estrutura denominada comissão de segurança, com pessoas responsáveis pela operacionalização do sistema e estar em contato com autoridades policiais, em caso de necessidade.
Conforme Dietrich, isso facilitará o trabalho de monitoramento e também a elucidação de crimes, já que hoje a Polícia Civil precisa procurar imagens em várias fontes diferentes e, neste caso, teria todas as imagens em uma única fonte.
O projeto ia ser tocado por meio do núcleo, mas como começou a ganhar tamanho foi criado um CNPJ e decidida a formalização de uma cooperativa, para que o dinheiro recebido seja reinvestido em tecnologia.
O coordenador do Núcleo de TI da Acibr, Vanderlei Albino Leão, acredita que o sistema, depois de consolidado, poderá evoluir tecnologicamente, e ser utilizado, por exemplo, para o transporte coletivo, com monitoramento e informação das rotas dos ônibus.
Ainda segundo o coordenador, o sistema de câmeras integradas será acompanhado de um aplicativo que possibilite “cidadania participativa”.
Isso consiste na criação de uma rede social exclusiva para os associados da cooperativa, que lá podem ter acesso às câmeras e também compartilhar informações relevantes, avisando-os uns aos outros sobre eventuais problemas.
A ideia é que o serviço também esteja disponível para os órgãos de segurança pública, para que possam utilizá-lo na prevenção e combate ao crime.
Segundo Leão, só poderão utilizar o aplicativo os usuários do sistema integrado de câmeras, devidamente cadastrados com suas informações pessoais, para que o aplicativo seja uma espécie de “facebook de segurança pública”.
Há, no aplicativo, também um botão de pânico para avisar outros usuários de alguma situação de perigo.
Há intenção de uma parceria com a Unifebe, conforme conversas prévias, na qual a universidade cederia uma sala para instalar a Uniciti e desenvolver projetos de tecnologia em conjunto.