Empresários de Brusque criticam fim da desoneração da folha
Na prática, medida significa aumento de tributo para empresas
Na prática, medida significa aumento de tributo para empresas
O fim da desoneração da folha de pagamento, anunciado pelo governo federal no início do mês, desagrada ao empresariado brusquense. A Associação Empresarial de Brusque (Acibr) se posiciona contra o aumento de tributos e cobra medidas mais enérgicas do governo federal para que a administração pública se torne mais eficiente.
A desoneração da folha de pagamento abrangia 56 setores da economia. Desoneração significa uma renúncia (desconto) que o governo dava para alguns segmentos. No caso, as empresas podiam escolher entre pagar 20% sobre o valor da folha de pagamento ou então pagar entre 2,5% e 4,5% do faturamento total para a Previdência Social.
Essas opções eram vantajosas para algumas empresas, mas significava renúncia fiscal para a União. Algo em torno de R$ 70 bilhões entre 2012 e 2016. No dia 29 de março, os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, anunciaram o fim desse benefício para 52 dos 56 setores.
O motivo do anúncio do fim da desoneração é que o governo tem de cobrir um rombo de R$ 58,2 bilhões do Orçamento de 2017. A medida, junto com outras, deverá significar receita de R$ 42,1 bilhões para a União, segundo informou Meirelles durante o anúncio oficial.
O presidente da Acibr, Halisson Habitzreuter, posiciona-se contrário ao fim da desoneração. “Já de longa data falamos que somos contra toda e qualquer medida para aumentar impostos, direta ou indiretamente”.
O fim da desoneração significa, indiretamente, um aumento de tributos para as empresas, apesar dos esforços da equipe econômica de dar outro tom. “É um retrocesso que está acontecendo, que se reflete na geração de empregos”, afirma Habitzreuter.
O empresário e presidente da entidade avalia que o governo federal deve buscar, primeiramente, a sua eficiência, antes de aumentar impostos, mesmo com a situação financeira do país.
Entidades empresariais de vários estados já se manifestaram contra o encerramento das desonerações. Em Santa Catarina, a Federação das Indústrias (Fiesc) e a Federação de Comércio, Bens e Serviços (Fecomércio-SC) também criticaram o governo de Michel Temer.
“A opção do governo de não discutir uma ampla reforma tributária que torne o sistema brasileiro mais justo, eficiente e racional, funcionando como um mecanismo de desenvolvimento econômico por meio do direcionamento eficaz do dinheiro público, e não apenas oneroso e indutor de perda de competitividade, como se encontra o atual modelo”, diz o presidente da Fecomércio-SC, Bruno Breithaupt.