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Empresários de Guabiruba cruzam 5 mil quilômetros trazendo caminhão de Manaus

Veículo adquirido pela H3 Malhas possui apenas seis unidades semelhantes no país

Os sócios-proprietários da H3 Malhas, Jhoubert Schaefer e Athnei Schaefer, com o amigo Rodrigo Muniz, viajaram até Manaus (AM), para trazer um caminhão exclusivo para Guabiruba.

De acordo com Jhoubert, o caminhão 4×4 da marca Mercedes Benz, fazia parte da frota do aeroporto da Infraero no Rio Branco, capital do Acre, e servia de apoio em casos de incêndio. Anos depois, ele foi leiloado e um comprador de Manaus arrematou o veículo. Agora, ele foi adquirido pela H3 Malhas para transporte de matéria-prima, malhas e fios.

Pelo fato de ser um veículo robusto e praticamente único no mundo, Jhoubert e o pai decidiram ir até Manaus para comprar o caminhão e se aventurar nas estradas do Brasil.

O amigo Rodrigo Muniz, que organiza expedições de jipe na Amazônia, pelo grupo Amigos do Jipe Amazônia (https://www.instagram.com/amigosdojipeamazonia_oficial/), acompanhou os empresários para uma maior segurança no percurso.

“Nós gostamos de veículos 4×4, e aproveitamos a aquisição para atravessar a tão famosa BR-319, que liga Manaus a Porto Velho. Foi um prazer ter feito isso juntamente com meu pai”, destaca o empresário.

Viagem de ida

O grupo saiu de Guabiruba na quarta-feira, 30 de junho, decolaram de Navegantes e fizeram uma conexão em São Paulo (SP). Após quatro horas de voo desembarcaram em Manaus, por volta das 12h30.

“Chegando lá, nós resolvemos as papeladas do caminhão e já começamos a fazer compras de ferramentas para a viagem. Todo tipo de chave, cinta de reboque, cabo de chupeta e alimentos para vários dias para atravessar a rodovia fantasma, no meio da floresta amazônica”, conta.

 

Caminhão exclusivo

Jhoubert encontrou o caminhão durante buscas na internet.  “Nós precisávamos de um caminhão para a empresa, e pesquisando encontrei esse. Por se tratar de um veículo exclusivo e não desvalorizar, ainda irá fazer grande propaganda por onde passar”, conta.

O caminhão é do ano 2002 e foi feito exclusivamente para a Infraero para apoio do Corpo de Bombeiros nos aeroportos. Por conta disso, o veículo tem apenas 10 mil quilômetros.

“É um caminhão 4×4, com pneus grandes, de 48 polegadas. Existem outros parecidos, mas são da marca Iveco. Da Mercedes, só há seis unidades no país”, conta.

Ele explica que o caminhão não possui bomba d’água, era apenas para apoio, com giroflex, sirene, e possui compartimentos na traseira, onde os materiais de apoio eram armazenados, e o grupo também dormiu por uma noite durante o trajeto de volta.

Posteriormente, a empresa irá retirar a parte traseira do caminhão e instalar um baú, com detalhes parecidos com o que está instalado agora. Por rodar em qualquer tipo de terreno, o caminhão ficará disponível para auxílio em enchentes e deslizamentos na região.

Viagem de volta

Quando o documento do caminhão saiu, a viagem para Guabiruba teve início, na última sexta-feira, 2 de julho. Os empresários pegaram a balsa às 13h, para sair de Manaus com destino à BR-319, e durante a travessia passaram pelo encontro das águas do Rio Negro e Solimões. O empresário destaca que a cor das águas é bem nítida, sendo uma mais escura e outra mais clara.

Já na BR-319, após o trecho de 150 quilômetros asfaltado, depois de passar o último posto de combustível, há uma placa indicando o fim do trecho pavimentado.

“Levamos combustível reserva, e tivemos que andar a 30 km por hora por conta dos buracos. Pegamos vários trechos alagados, como o caminhão é bem alto, passamos com ele por dentro da água”, relata Jhoubert sobre o trecho de 350 km da rodovia fantasma.

O trecho, que normalmente é feito em pelo menos três dias, foi feito em um dia e meio por conta dos dias mais secos. “Quando chove, a BR fica cheia de atoleiros, onde muitos carros sem o devido preparo ficam atolados”, explica.

Ainda na sexta-feira, por volta das 21h o grupo chegou no sítio do ex-dono do caminhão para dormir. Segundo Jhoubert, a recomendação é não sair do veículo ou trafegar após as 22h, pois as onças saem para caçar.

No dia seguinte, o grupo seguiu viagem e como o tempo estava ameno, o grupo não parou novamente para dormir, chegando na cidade de Humaitá por volta das 2h de domingo, 4 de julho.

Eles se hospedaram em um hotel, e por volta das 9h já estavam na estrada novamente, dessa vez em direção a Porto Velho, capital de Rondônia.

“Nós registramos vídeos durante o trajeto mas não paramos com frequência, rodamos quase mil quilômetros por dia. Cortamos todo o estado de Rondônia, todo pavimentado, muito plano, lindo e com estradas desertas”, comenta o empresário.

 

Contratempo em Rondônia

Durante a noite, nas rodovias de Rondônia, o caminhão ficou sem diesel – o marcador de combustível estava descalibrado, e não marcou o nível de combustível corretamente. Sem um galão reserva e sinal de celular, os amigos ficaram “no meio do nada”, esperando que algum veículo parasse para ajudar.

Jhoubert explica que não sabia qual era a autonomia do caminhão, que marcava ter meio tanque de combustível, mas já estava na reserva. Antes do veículo parar, eles viram uma placa que indicava a próxima cidade em nove quilômetros.

Com isso, O grupo baixou o pescador de combustível, para que o caminhao sugasse o restinho de Diesel do tanque e conseguiram andar mais 19 quilômetros, sem chegar na cidade indicada e sem encontrar um posto de combustível.

Athnei deixou uma lanterna sinalizadora na via e em seguida um rapaz que trabalha com frete parou no local e levou Jhoubert até o posto mais próximo onde pegou diesel e continuou o percurso. Por volta das 2h, na segunda feira, o grupo dormiu na cidade de Vilhena (RN).

Continuando o trajeto…

Na tarde de segunda feira os empresários atravessavam o Mato Grosso, passando perto da Bolívia. Na terça-feira feira cedo ja no Mato Grosso do Sul, eles viajaram por aproximadamente mil quilômetros para dormir na cidade de Maringá no Paraná.

Ao amanhecer foram convidados pelo engenheiro de uma fábrica de veículos off road para conhecer a empresa, pois ele também queria ver de perto o caminhão! Por volta das 11:00 partiram de Maringá com destino a Guabiruba.

“Atravessamos todo o estado do Paraná e chegamos em casa quarta feira às 23h30. Cansados, parecia que o corpo estava anestesiado”, ressalta Jhoubert, que mesmo assim considera a viagem uma grande aventura e faria novamente sem pensar duas vezes.

 

Caminhão será exposto

Para os interessados em conhecer o caminhão de perto, ele será exposto na praça da Prefeitura de Guabiruba, no próximo domingo, 18 de julho, das 9h às 12h.

Sobre a empresa

A H3 Malhas começou em 10 de junho de 2013, no mesmo dia do aniversário de Guabiruba, fundada por Athnei Schaefer e seus filhos. Ele foi sócio de outra empresa de malhas e possui mais de 30 anos de experiência no ramo.

A empresa que está há oito anos no mercado, produz em média 80 toneladas de malhas por mês. Ela possui tecelagem e todo material comercializado é de fabricação própria. As malhas são vendidas em rolos e enviadas para todo o Brasil.

H3 Malhas

Endereço
Rua Guabiruba Sul 205, Guabiruba

Email
textilh3@hotmail.com

Telefone
(47)3354-2753