Empresários pleiteiam instalação de subestação da Celesc em Botuverá
Oscilações no fornecimento de energia causam prejuízos para empresas da cidade
Oscilações no fornecimento de energia causam prejuízos para empresas da cidade
O prefeito Alcir Merizio (MDB) aproveitou a presença do governador Carlos Moisés (Republicanos) para o lançamento do edital da barragem na cidade para fazer algumas reivindicações de melhorias para a região. Além da pavimentação de trecho da SC-486, Alcir pleiteou a implantação de subestação da Celesc no município, demanda importante dos empresários botuveraenses.
Coordenador do Núcleo dos Empresários de Botuverá, vinculado à Associação Empresarial de Brusque (Acibr), Edson Rubem Muller, o Pipoca, explica que o problema enfrentado pelas indústrias da cidade acontece por causa de variações de energia muito grandes.
Segundo ele, Botuverá atravessa um momento muito difícil no abastecimento de energia elétrica. A economia da cidade se desenvolveu em dois segmentos principais: a indústria têxtil, mais particularmente na fiação, e na mineração de calcário. Essas empresas produzem em torno de 5 mil toneladas de fios por mês, temos dez fiações na cidade, e também duas mineradoras, que produzem cerca de 5 mil toneladas de calcário por dia.
“Os dois segmentos exigem energia elétrica em uma escala muito grande. Nos últimos 20 anos, nós quase triplicamos o nosso consumo. Botuverá, segundo a Celesc, é fora da curva normal do crescimento no estado. Por essa razão, o núcleo levantou a bandeira que, para a cidade continue a manter o crescimento e os investimentos, precisamos da subestação”, explica.
Atualmente, o fornecimento de energia para Botuverá é feito pela subestação que fica no bairro Rio Branco, em Brusque. A distância e problemas causados por eventos naturais acabam interferindo no abastecimento na cidade.
“Não é mais admissível dependermos da unidade do Rio Branco por vários motivos. O vento acaba interferindo, faz a energia oscilar. Hoje, Botuverá sofre com um índice de variação de energia muito grande, causando prejuízos de grande monta”.
Repentinamente, acontecem variações da energia, que interrompem a produção das fiações, que tem produção informatizada e por um sistema de sucção.
“Quando acontecem essas oscilações, imediatamente, arrebentam todos os cabos da máquina. Nossa eficiência, de 95%, cai para 0%. A energia não cai, mas a variação, mesmo de alguns segundos, rompe os fios e passa a produzir tudo do zero. Até voltar à capacidade, leva mais de duas horas. Isso acontece com todas as empresas. Esse prejuízo, os empresários que tem que arcar”.
Os empresários e o prefeito já tiveram duas audiências com a presidência da Celesc pleiteando a instalação de uma subestação em Botuverá, embasados nos números apresentados.
Segundo Edson, o governo do estado pretende fazer uma melhoria na subestação do Rio Branco para atender a cidade, com proposta de, em até 60 meses construir uma subestação. Para o núcleo, a medida não é a ideal.
“Queremos que antecedam isso. O núcleo não concorda com esse prazo, é muito longe. Tem que ser no máximo 24 meses. Os investimentos estão acontecendo, foram mais de R$ 100 milhões investidos em máquinas ultramodernas no município, e elas precisam de qualidade de energia”.
Enquanto o problema não é resolvido, nove empresários se reuniram para financiar uma melhoria de rede com recurso próprio. “As outras que estão entrando com pedido de demanda, não estão recebendo. Essas variações só vão terminar com a instalação de uma subestação, com certeza. Hoje nosso consumo já esta na casa dos 26 mil kVA”, conta Edson.
Receba notícias direto no celular entrando nos grupos de O Município. Clique na opção preferida: