Empresas ajudam no combate a incêndios

Indústrias da região apostam na criação de Brigadas de Incêndio para minimizar prejuízos

Empresas ajudam no combate a incêndios

Indústrias da região apostam na criação de Brigadas de Incêndio para minimizar prejuízos

O engajamento dos funcionários da Fibla Fiação, de Botuverá, evitou o alastramento de um incêndio no começo do ano. Ao contrário do senso comum de que somente os Bombeiros combatem o fogo, duas normas técnicas, uma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e outra do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, determinam os critérios e as necessidades das Brigadas de Incêndio nas indústrias, estabelecimentos comerciais e outros locais com aglomeração de pessoas. Além de reduzir o risco de um desastre de grandes proporções, a iniciativa também representa uma economia para as companhias, que minimizam os prejuízos.

Fabrícia Terra, técnica em Segurança do Trabalho do Grupo Atlântica, que comanda a Fibla, afirma que a ação da Brigada de Incêndio da empresa foi importante para a contenção do incêndio. “Dentro da brigada cada um tem uma função, enquanto o eletricista desliga a energia, outro integrante já pega os extintores ou hidrantes para combater o fogo e alguém entra em contato com os Bombeiros. Isso foi importante para minimizar o impacto do incêndio no começo do ano. Muitas vezes o uso de dois ou três extintores em uma situação pode impedir que todo o prédio seja consumido pelas chamas”, diz Fabrícia.

A Fibla possui 110 funcionários, sendo que 18 fazem parte da Brigada. Eles passam por um curso de 30 horas sobre combate a incêndios, primeiros-socorros e como agir em situações de pânico. “Claro que a Brigada é importante no combate ao fogo, mas o foco é a prevenção. A solda, por exemplo, é feita na parte externa, entre outros procedimentos. Essas ações são muito importantes para não deixar o fato acontecer”, afirma Fabrícia. Ela destaca que ter pessoas qualificadas para entrar em ação em situação como esta é ainda mais necessário em cidades como Botuverá, em que os bombeiros que atendem as ocorrências são de Brusque. “Por mais rápido que eles venham, demora pelo menos uns 20 minutos. Nesse tempo, se for um incêndio, o fogo se alastrou. A Brigada pode ajudar a isolar a área e diminuir os riscos”.

Com 700 funcionários, a Sancris Linhas e Fios acaba de formar a primeira turma de 35 brigadistas. A técnica em Segurança do Trabalho da empresa, Rosane Terezinha Hining, explica que uma das preocupações na hora de formar a classe foi a distribuição entre os turnos e três unidades da Sancris na cidade. “Já estamos preparando para começar o curso com a segunda turma, que terá 25 alunos. Ter uma brigada é um ganho para a empresa, que reduz possíveis custos, e para os colaboradores, que tem mais uma garantia de segurança”. Rosane diz que um plano de ação foi montado e os integrantes do grupo de apoio nas emergências passarão por um treinamento a cada dois meses para reciclar os conhecimentos.

 

Regulamentação

A Instrução Normativa número 28, de junho de 2013, do Corpo de Bombeiros de SC rege o funcionamento das brigadas no estado. Existe também a norma 14.276 da ABNT, contudo, ela determina que a legislação local seja seguida. Fabrícia afirma que a principal mudança é em relação a carga horária dos cursos de capacitação, que para a ABNT pode variar entre 16 e 35 horas-aula e para os Bombeiros gira em torno de 40 horas-aula. Provas práticas e teóricas sobre prevenção de desastres e primeiros-socorros são aplicadas. A validade da certificação é de dois anos.
A instrução determina que edificações com 750 metros quadrados ou mais devem contar com uma brigada. No ato da construção, quando o proprietário do local requisita a autorização dos Bombeiros para construir ou habitar o espaço e recebe o alvará, ele deve apresentar o Plano de Implantação da Brigada de Incêndio. Nele devem estar previstos os recursos disponíveis para os brigadistas (equipamentos de proteção e sistemas de comunicação na edificação) e os procedimentos em caso de emergência (rotinas de trabalho, atribuições dos membros da Brigada, rotas de saída etc).

Um relatório com as atividades da brigada deve ser entregue aos bombeiros periodicamente. A tabela que determina a quantidade de brigadistas necessários em uma construção leva em conta o número de pavimentos, funcionários e turnos. Os brigadistas podem ser funcionários ou contratados, em caso de estabelecimentos industriais.
Embora haja uma regulamentação, o Corpo de Bombeiros de Brusque não exige que empresas tenham brigadas. Segundo a soldado Scheila Daiana Fuck, vistoriadora, o batalhão cobra “sistemas preventivos contra incêndio, como extintores e hidrantes, que possam garantir a segurança até a chegada dos Bombeiros”. “Seria bom para o Corpo de Bombeiros a existência de brigadas, porque haveria uma resposta mais rápida”, diz a soldado.

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