X
X

Buscar

Empresas de Brusque apostam no mercado plus size

Atualmente, lojas vendem peças para vários estados do país, como SP, RJ, MG, RS, PR e SC

Ainda pouco explorado no Brasil, o mercado de roupas plus size têm crescido cada vez mais em Brusque. Apenas 3,5% das lojas de varejo de moda do país são especializadas neste segmento, conforme pesquisa do Sebrae. Com isso, as empresas do município vislumbram um mercado cada vez mais promissor.

A proprietária da KD Tamanhos Nobres, Patrícia Daros, que hoje vende cerca de 8 mil peças plus size para vários estados do país por mês, analisa que atualmente as mulheres “mais gordinhas” estão se assumindo e buscando por peças que valorizam o seu corpo.

Ela observa que, no início da empresa, há 25 anos, havia muito preconceito do próprio público, que tinha vergonha de entrar em uma loja deste segmento.

“Foi uma grande quebra de tabu”, diz Patrícia, que afirma que buscam trazer nas peças conforto às clientes, para que vistam roupas com um bom caimento e acompanhem as tendências.

Da mesma maneira, a estilista e sócia proprietária da Mulher Única, Amanda Sebold Mendes Bernardi, destaca que a empresa produz peças que deixam o público-alvo mais bonito. Ela explica que antes de confeccionar qualquer roupa, escuta os fornecedores, para gerar roupas que agreguem valor.

Pensar com carinho nas mulheres deste nicho de mercado é o que motiva a proprietária da Xá Doce Plus Size, Gisele Gripa, ao elaborar peças inovadoras e que valorizem a modelagem da cliente. Ela analisa que este é um segmento que cresce cada vez mais, pois as mulheres hoje não têm mais vergonha do que são e estão se “abrindo à peças com diferenciais”.

Boas vendas
Blusas, saias, vestidos, shorts, regatas, coletes, entre outras, são algumas das peças comercializadas pelas empresas de Brusque. Atualmente os estabelecimentos citados na reportagem vendem para vários estados do Brasil, mas principalmente para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.

Os preços das roupas – jeans, tecidos, malhas -, que variam do tamanho 44 a 60, em média, possuem valores distintos. Há peças de R$ 40 até R$ 250, aproximadamente.

O tempo da produção é diversificado em cada local e depende do tipo da peça, mas geralmente é possível fazer uma roupa, já com seus ajustes, entre 7 e 15 dias.

Tendência
A KD Tamanhos Nobres, Xá Doce Plus Size e a Mulher Única já produzem peças para a próxima estação. Conforme as empresárias, a nova tendência plus size será de estampas florais, transparência com tule, t-shirts, regatas de bandas de rock, além de peças mais claras, com brilhos para festas e com pedrarias em tecidos mais elaborados.

Patrícia, da KD Tamanhos Nobres, diz que a moda Primavera/Verão destacará a silhueta e as curvas do corpo plus size. Aplicação de pedraria manualmente, plissado, modelagem com recortes e fendas estratégicas que exibem e modelam o corpo, aviamentos dos pom-pons e brilho fazem parte da coleção da empresa.

“Nosso principal foco é proporcionar para a cliente a possibilidade de usar as peças que ela vê nas novelas, comerciais, vitrines, mas no tamanho adequado para o seu corpo. Hoje elas não querem mais túnicas e batas, querem peças que valorizem o seu corpo”, afirma Patrícia.

Números do mercado
Apenas 3,5% as lojas do varejo da moda do Brasil são especializadas em moda plus size, conforme pesquisa do Sebrae. Os dados revelam que 71% das pessoas que usam GG encontram dificuldades para encontrar roupas nas lojas e 86% delas se diz insatisfeita com as opções de roupas para manequins grandes.

O estudo mostrou ainda que a maioria do público tem dificuldades de comprar vestido de festa (59%), calças (56%) e lingerie (49%).

No entanto, o segmento da moda plus size é um mercado que cresce a cada ano e movimentou, em 2014, cerca de R$ 5 bilhões. O dado representa 5% do faturamento total do segmento de vestuário, segundo a Associação Brasileira do Vestuário (Abravest).

Já a pesquisa do Instituto IEMI – Inteligência de Mercado -, identificou que 492 indústrias de confecção no Brasil desenvolvem coleções específicas para o segmento plus size – o equivalente a apenas 2,5% do total dos estabelecimentos em atividade no setor.

De acordo com o IEMI, de 2013 a 2015, o segmento avançou 7,9% em volumes de peças e quase 13% de receitas nominais.