Empresas de Brusque estudam abrir filiais na Bahia
Comitiva de empresários e prefeitos baianos virá a Santa Catarina em março para formalizar acordos
Comitiva de empresários e prefeitos baianos virá a Santa Catarina em março para formalizar acordos
Cinco empresas de Brusque têm interesse na abertura de filiais e centros de distribuição em municípios do Sul da Bahia. A informação é do presidente da Câmara de Vereadores, Jean Pirola (PP), o qual recentemente viajou ao estado nordestino para tratar do assunto junto a prefeitos e empresários baianos.
As conversações sobre o assunto iniciaram em 2015, após Brusque se transformar em um ponto de referência para pessoas do Sul da Bahia em busca de emprego. Estimava-se, à época, que 10 mil baianos estavam morando aqui, fugindo da crise financeira e falta de emprego em seu estado.
Uma comitiva baiana que veio a Brusque naquele ano ofereceu soluções para conter o grande fluxo migratório, envolvendo cooperação empresarial: pela proposta, empresas de Brusque que quiserem abrir filiais no Sul da Bahia receberão todo o tipo de incentivo fiscal.
Segundo o vereador Pirola, há uma boa parte de baianos que já retornou para sua terra natal, e a ideia é aproveitar essa mão de obra, agora qualificada, na expansão das empresas de Brusque no Nordeste.
Isso não avançou em 2016 porque, segundo Pirola, foi um ano bastante conturbado economicamente, além de haverem as eleições municipais. Ele viajou a convite de empresários e da Prefeitura de Itabuna, que custearam as despesas, e disse que, com a mudança dos prefeitos, as propostas de incentivos fiscais voltaram à mesa.
Empresas interessadas
O presidente da Câmara diz que há empresas encaminhadas para expansão no Nordeste, desde que o governo da Bahia cumpra com o prometido e forneça os subsídios necessários. Ele afirma que se tratam de empresas que já mantém relações comerciais nesta região, mas prefere não revelar os nomes, por ora.
Conforme Pirola, há uma tecelagem, uma fiação, duas facções, uma empresa cimentícia e uma fabricante de meias que já se manifestaram interessadas em abrir filiais no Sul da Bahia.
“São cinco empresas mapeadas. Tem uma construtora que mostrou disposição de ir, mas não tem incentivo fiscal, que é apenas para indústrias”, diz o presidente da Câmara.
Para formalizar os acordos, prefeitos baianos virão a Brusque em março para conversar com os empresários locais, os quais já vendem para o Norte e o Nordeste.
Benefícios concedidos
O presidente do Legislativo diz que o governo e as prefeituras baianas oferecem diversas vantagens para ter empresas brusquenses lá. O governo baiano oferta, por exemplo, linhas de crédito e financiamento com juros reduzidos.
As prefeituras oferecem isenções fiscais para instalação das empresas e, além disso, no estado há alíquotas de importação e exportação menores do que as pagas em Santa Catarina.
Por fim, as leis fiscais baianas também são mais flexíveis e permitem, por exemplo, que as empresas que tem centros de distribuição paguem o imposto somente na saída do produto, e não na estrada, como é no Sul, o que dá mais fôlego ao caixa.
Há interesse, principalmente, na busca por parcerias no setor de fiação e tecelagem, já que a região é produtora de algodão.
Empregos e impostos
Questionado se a abertura de filiais no Nordeste pelas empresas locais poderá levar embora empregos de Brusque, assim como reduzir a arrecadação do município, o presidente da Câmara afirma que não acredita nessa possibilidade.
“A nossa conversação é que se for para diminuir emprego em qualquer empresa de Brusque, os prefeitos não aceitarão essa condição, somente filiais ou empresas novas, sem interferir nas condições das empresas daqui”, justifica Pirola.
“Quanto a isso não tenho preocupação nenhuma, não vai fechar nenhum posto de trabalho aqui com a abertura de filiais lá”, conclui.