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Empresas de Brusque podem obrigar funcionários a se vacinarem? Sindicatos se manifestam

Empresas realizam campanhas para incentivar imunização entre colaboradores

Com a possibilidade de empresas exigirem a vacinação contra a Covid-19 dos funcionários, os sindicatos de Brusque avaliam de forma diferente a situação. A lei 13979/2020, que determina as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública contra a Covid-19, diz que poderão ser adotadas medidas como a vacinação compulsória.

Embora o tema seja controverso, há indicativos de que a Justiça do Trabalho pode adotar o entendimento de que o empregador pode exigir vacinação contra a Covid-19 para manter o funcionário empregado.

Em entrevista ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), a juíza Graziele Lima, da Vara do Trabalho de Colíder (MT), diz que a determinação “está dentro do poder diretivo do empregador”.

Dentro do contexto da empresa e dos interesses, o empregador “pode sim tomar como medida de precaução a exigência da vacinação dos seus empregados”. Ela também informou que o empregador pode demitir o funcionário por justa causa se recusar a ser imunizado.

Incentivo à imunização

A Associação Empresarial de Brusque, Guabiruba e Botuverá (Acibr) optou por conscientizar os associados sobre a importância da vacinação. A presidente da entidade, Rita Cassia Conti, explica que a associação estuda dar uma espécie de bônus para as empresas que tiverem todos os colaboradores vacinados.

“Fizemos uma campanha gigante de conscientização, recomendamos assembleia com colaboradores, chamar o Cipa, além de conversar com quem não quer tomar a vacina para entender o motivo, que às vezes é falta de informação ou por questão religiosa”.

Rita também é presidente do Sindicato das Indústrias de Vestuário de Brusque (Sindivest) e na mesma linha da Acibr, a entidade também optou pela conscientização. Também foram recomendadas assembleias nas empresas para mostrar a importância da imunização.

Ela relata que um funcionário que decidiu viajar ao Nordeste mudou de ideia sobre a vacina após uma conversa com a gestão da empresa. Foi explicado que, sem a imunização, ele provavelmente não conseguiria embarcar para visitar a família e, com isso, ele decidiu tomar a dose. Rita acrescenta que mais entidades deveriam aderir à campanha.

O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico de Brusque (Simmer), Edemar Fischer, diz que essa é uma questão delicada. No entanto, ele entende que é necessário que as pessoas se cuidem e tenham respeito pelo próximo. “Afinal de contas temos uma linha de produção onde se trabalha muito próximo”, diz.

“Hoje na empresa temos mais de 800 colaboradores e estamos próximos dos 75% vacinados com a primeira dose, 50% com a segunda dose e alguns já com a dose de reforço. Vejo como necessidade de cada um ter a consciência de vacinar”, salienta o sócio-proprietário e diretor na Irmãos Fischer.

Sobre aqueles que não querem tomar o imunizante, Edemar diz que isso é algo para se conversar e estudar.

“Temos que verificar o que a ciência pode esclarecer em cima disso. Nossa região e o Brasil estão atingindo uma média boa, mas temos que ter a consciência de que a luta continua”.

Vacinômetro instalado na Zen mostra números dos colaboradores imunizados | Foto: Zen/Divulgação

Vacinômetro 

A Zen S.A decidiu instalar um vacinômetro para mostrar quantos colaboradores já tomaram o imunizante. Os dados são atualizados diariamente. Conforme a gerente de Recursos Humanos, Schirlei Knihs Freitas, no momento 95% dos colaboradores já tomaram a primeira dose da vacina e mais de 70% tomaram a segunda dose. 

Ela enfatiza que desde o início da pandemia, a empresa se preocupou com a segurança dos funcionários. Foram criados protocolos de segurança quando ainda não existia a vacina. Depois, a empresa buscou a orientações com médico do trabalho e outros profissionais para realizar palestras sobre os mitos e verdades em relação ao imunizante. 

Com isso, veio a ideia de criar o vacinômetro, cujo objetivo é engajar com os colaboradores, e mostrar a importância da vacina para sairmos desse momento de pandemia que impacta em vários setores. “O vacinômetro atua como um incentivo para que as pessoas tomem a vacina. No entanto, a pessoa não é obrigada”, explica Schirlei.

Sem posicionamento

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção e do Mobiliário de Brusque (Sinduscon), Fernando José de Oliveira diz que a entidade não tem posicionamento formado ainda e que deixam a cargo dos empresários decidir qual escolha fazer.

A decisão do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem Brusque e Itajaí (Sifitec) é parecida. Conforme explica o presidente Marcus Schlösser, essa é uma questão polêmica e que como sindicato, é preciso acatar todas as opiniões. No entanto, ele afirma que no momento é “prematuro tomar um posicionamento”.


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