Empresas de Brusque são extorquidas por hackers

Criminosos exigem pagamento para liberar dados bloqueados dos computadores pelo vírus Ransonware

Empresas de Brusque são extorquidas por hackers

Criminosos exigem pagamento para liberar dados bloqueados dos computadores pelo vírus Ransonware

Um vírus que bloqueia os arquivos do computador e que exige pagamento de uma taxa para a liberação dos dados está gerando transtornos e prejuízos a empresas de Brusque desde a metade do ano passado. As vítimas do município chegaram a desembolsar até R$ 15 mil para resgatarem os arquivos bloqueados.

Nos últimos seis meses, o técnico em informática Nilceu Marcarini atendeu cerca de 20 empresas que foram vítimas do sequestro virtual. Ele explica que o vírus chama-se Ransonware e infecta os computadores quando algum usuário clica em um link enviado por e-mail.

“Ransonware é o nome da técnica que os hackers usam. Eles não visam estragar o computador ou se apropriar dos dados, eles visam criptografar, deixando os dados ilegíveis e inacessíveis para os usuários. A pessoa somente conseguirá voltar a ter acesso por meio de uma senha que o hacker só envia depois do pagamento de um valor”, explica Marcarini.

O pagamento da taxa, segundo o técnico em informática, é realizado por meio de moedas virtuais denominadas de bitcoins. A transação é semelhante à que se faz em casas de câmbio. O usuário compra os bitcoins e, posteriormente, transfere para a conta do hacker. Cada bitcoin vale, em média, 500 dólares – equivalente a cerca de R$ 1,8 mil.

Também técnico em informática, Ivo Alan Appel acredita que os hackers definem o valor do resgate após analisarem os dados bloqueados: se percebem que as empresas têm muitos arquivos e muitas informações, eles cobram valores mais altos.

“Eles conseguem visualizar todos os dados e arquivos que estão bloqueados. Então a partir disso eles provavelmente percebem se a empresa é de grande ou de pequeno porte”, diz. “Computadores de pessoas físicas também podem ser atingidos, mas se o hacker ver que só há fotos e poucos documentos nos arquivos, eles acabam nem bloqueando porque acham que a pessoa não vai pagar”, completa.

Da metade até o fim do ano passado, Appel atendeu mais de dez empresas infectadas. Dessas, cinco pagaram para desbloquear os arquivos. O valor máximo exigido pelos hackers foi de três bitcoins, o que equivale a cerca de R$ 5,4 mil.

“Depois que o usuário paga o valor, o hacker envia por e-mail uma senha e por meio dessa senha o usuário consegue desbloquear os dados. Nos casos que eu atendi aqui, o hacker se comunicou com o usuário por e-mail e em inglês. No e-mail dizia algo como ‘infectamos o computador e os dados foram criptografados’, aí ele indicava o valor em bitcoins que deveriam ser pagos”, explica.

Ainda segundo Appel, não há formas de ter acesso aos dados bloqueados sem o pagamento da taxa. Para se desfazer do vírus sem arcar com os custos, o usuário precisará formatar o computador. No entanto, perderá todos os arquivos.

Vítima

Na semana passada, a empresa de máquinas de costura Guaranimaq somou-se ao número de empresas vítimas do Ransonware em Brusque. Entretanto, diferente das outras, a Guaranimaq não pagou o valor exigido pelos hackers – um bitcoin. Segundo o gerente comercial, Tiago Westarb, a empresa optou por não pagar pela falta de garantia de que os dados realmente fossem desbloqueados.

“Havia conteúdo importante, mas não tão valioso quanto o sistema operacional, que não foi bloqueado. Mas ainda assim ficamos no prejuízo porque tivemos de fazer limpeza em todas as 18 máquinas, daqui de Brusque e da nossa filial de Nova Trento. E também tivemos de instalar um antivírus melhor”, afirma.

Boletim de ocorrência

Para se protegerem do ataque dos hackers, os técnicos em informática aconselham os usuários a não clicarem em links suspeitos e a manterem os antivírus e os sistemas operacionais atualizados. Quando um Ransonware infecta o computador, além do pagamento da taxa, Marcarini afirma que o correto é fazer um boletim de ocorrência.

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