Empresas de TI de Brusque aumentam suas atividades e número de clientes
Setor registrou aumento de 3,6% na geração de empregos em 2015
Setor registrou aumento de 3,6% na geração de empregos em 2015
O setor de Tecnologia da Informação em Santa Catarina registrou aumento de 3,6% na geração de empregos em 2015. O dado foi divulgado da Associação Catarinense de Empresa de Tecnologia (Acate) em um estudo inédito intitulado Acate Tech Report 2015. Diante de um ramo tão promissor, poder público e empresários de Brusque tentam pegar carona no bom momento da TI para alavancar as empresas do município.
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O levantamento da Acate analisou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Receita Federal, Ministério do Trabalho e outros órgãos oficiais, além da própria base de dados das companhias. O resultado mostrou que, enquanto a geração de empregos em geral em Santa Catarina caiu, o setor de TI surfa numa onda em sentido contrário.
Juntas, as cerca de 2,9 mil companhias catarinenses de tecnologia empregam cerca de 47 mil pessoas. Se analisados por região, os números mostram que o Vale do Itajaí desponta como um polo tecnológico. Blumenau foi a segunda cidade que mais gerou empregos em 2015: crescimento de 3,04%.
O mesmo estudo mostra que o Vale do Itajaí é o segundo maior centro de TI do estado, atrás apenas da Grande Florianópolis. São 804 empresas, que em 2015 tiveram faturamento de R$ 2,9 bilhões. O montante representa cerca de 25% do faturamento total de Santa Catarina.
“Um diferencial de Santa Catarina é que o setor de tecnologia é formado por empreendedores locais. Ele não se desenvolveu em função de empresas de outras regiões ou grandes multinacionais que vieram para cá. E mesmo num cenário de crise, nossos principais polos cresceram”, diz o secretário-executivo da Acate, Gabriel Santos.
Potencial brusquense
Na avaliação do secretário interino de Desenvolvimento Econômico, Jorge Bonamente, Brusque tem muito potencial para crescer no ramo de Tecnologia da Informação, mas ainda não o aproveita como poderia. “É um mercado muito interessante, mas ainda muito incipiente”, avalia Bonamente, que já trabalhou com uma incubadora de empresas no passado e tem longa história com o setor.
Segundo números da Prefeitura de Brusque, os serviços prestados pelas empresas tecnologia da cidade correspondem a, aproximadamente, 4% do valor arrecadado pelo poder municipal. Não estão incluídos nesse valor produtos de tecnologia vendidos por lojas, apenas os serviços.
Bonamente afirma que Brusque reúne todas as condições para ser grande em TI no estado. Um ponto importante é a geografia: a cidade fica perto dos três maiores polos do setor em SC, Blumenau, Joinville e Florianópolis.
Iniciativas
Há alguns anos, Brusque teve uma incubadora para empresas de TI. Uma incubadora é um local onde o empresário pode montar o seu negócio para dar os primeiros passos com as próprias pernas. Depois de estabelecido, ele pode procurar uma sede própria. Blumenau, por exemplo, conta com um espaço assim. Brusque não tem mais.
Para o diretor da vertical (área) Têxtil da Acate, o brusquense José Carlos Jeske, uma incubadora seria importante para aproveitar o potencial do município. Na avaliação dele, a cidade conta com muitos profissionais bem qualificados, sendo que tem três instituições com cursos na área, mas não sabe como aproveitá-los.
Jeske diz que investir numa incubadora para os jovens promissores de TI é, inclusive, uma alternativa para sair da crise.
Tanto Jeske quanto Bonamente destacam a criação do Centro Inovação Tecnológica (CIT) do governo do estado no município. O local servirá como um “tanque de ideias” para o setor de tecnologia.
Empresas brusquenses pisam no acelerador
O ditado de que se deve buscar a oportunidade em meio à crise cai como uma luva para as brusquenses Hiper e Armazém Datacenter. As empresas registram crescimento em 2015 e continuam a aumentar suas atividades, “apesar da crise”.
O Armazém Datacenter começou a operar em 2011 e desde então registrou aumentos seguidos acima dos 50%. O CEO Márcio Bernardo diz que o crescimento meteórico da empresa deve-se, justamente, à crise.
“Em TI, quando se presta um bom serviço e tem crise, se cresce. Porque todo mundo fica mais preocupado com o controle de custos, e a TI auxilia neste controle”, afirma Bernardo. O datacenter armazena dados das empresas, que pagam um valor mensal.
Em meio à crise, as companhias não costumam investir em servidores próprios e apelam para os datacenters. No caso do Armazém, Bernardo diz que a vantagem buscada pelas empresas é a segurança e a flexibilidade – não é preciso altos investimentos para aumento o espaço de armazenagem, por exemplo.
A expectativa do CEO é das melhores para o restante do ano. Ele prospecta um crescimento de 100%, ou até mais.
Hiper cresce 83%
O Hiper, com sede no bairro Guarani, oferece aos lojistas um sistema de gestão de vendas, emissão de notas fiscais e demais comprovantes. Com o poderio econômico, o município se apresenta como um mercado promissor.
O CEO do Hiper, Thiago Vailati, diz que a empresa cresceu 83% em volume de clientes em 2015 e fechou o ano com 5,5 mil clientes.
Conquistou 2,5 mil somente no último ano. “Em termos de faturamento, o cenário é igualmente positivo, pois houve elevação de 80%, também na relação ano contra ano”.
A expectativa do executivo é continuar em ritmo acelerado. “Neste ano, continuamos crescendo de forma acelerada. Até o mês de maio de 2016, conquistamos mais de 1,6 clientes e a nossa taxa de retenção é bastante elevada, o que comprova o alinhamento do produto com as necessidades do mercado”, afirma Vailati.
A meta do Hiper para 2016 é alcançar a cifra de 10 mil clientes. ” No meu ponto de vista, as empresas que conseguem apresentar crescimento mesmo em meio à crise são aquelas que conseguem provar a geração de valor para os clientes, ou seja, que contribuem para o sucesso dos seus clientes”, diz o CEO.