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Encontro de Quadrados movimenta pavilhão de eventos

Mais de 2 mil pessoas passaram pelo evento durante este domingo, 19, para apreciar os 260 automóveis expostos

Dos mais originais aos modificados, dos mais raros aos clássicos. Assim pode-se resumir o 4º Encontro de Quadrados de Brusque, que ocorreu neste domingo, 19, no pavilhão de Eventos Maria Celina Vidotto Imhoff. Neste ano, 260 automóveis quadrados da Volkswagen (VW) participaram da exposição e mais de 2 mil pessoas passaram pelo evento.

Um dos organizadores, Luis Armando Silva, 35 anos, conta que a novidade desta edição foi o dinamômetro, que mede a potência dos veículos, tanto original como turbo. Além disso, dentro do pavilhão havia ainda o Mercado de Pulgas, exclusivo com peças da VW e o estande da marca Quadrados de Brusque, que comercializou as camisas do evento.

Segundo Silva, o evento a cada ano ganha uma proporção maior e atrai pessoas de várias cidades do país. Neste ano, vieram expositores de municípios do Paraná, como Campo Largo, Pinhais e Curitiba, também de Rondópolis, no Mato Grosso, mas a grande parte eram de cidades de Santa Catarina.

“Fizemos esse evento por paixão pelos carros mesmo, pois não é nenhum pouco rentável para nós. Mas é uma maneira de estimular a continuidade dos carros dos anos 80”, explica.

Outro organizador, Roberto Carlos Silveira, 32, revela que o grupo passou o ano inteiro se dedicando para que o evento ocorresse da maneira como planejavam. “A gente sempre participa também de encontros em outras cidades, faz amizades e chama para o nosso”.

Ao caminhar pelo pavilhão era possível encontrar carros desde 1986 até 1994, sendo os mais valorizados, os Gols GTS e GTI. “Tem muitos outros também muito valorizados, mas isso depende do cuidado e do zelo que cada proprietário deposita nele”, diz o organizador.

Apenas quatro veículos neste ano apresentavam a placa preta, que significa o grau de originalidade do veículo. “Para ganhar essa placa, é preciso passar por uma inspeção que verifica a originalidade, sendo necessário ter 80%, e não pode sofrer alterações nas suas características originais”, detalha Silva.

Ele também possui há seis anos um quadrado, um Gol GTS, 1994. Apaixonado pelo veículo, garante que não há valor que o faço vendê-lo. A intenção é deixar o carro como herança para se filho Leonardo, de cinco anos, que também é um aficcionado por quadrados.

O casal brusquense Maico, 35, e Francine Ponticelli, 35, foram visitar o pavilhão junto com a filha Alice, de sete anos, pela primeira vez. Para o patriarca, é muito bonito ver carros antigos tão bem conservados. “Nós somos da época desses carros, então é bom reviver, lembrar daquele tempo”, diz.

Francine complementa que o mais gostoso é abrir a porta dos carros e sentir o cheiro de uma época boa vivida em sua vida. “Esses carros tem um acabamento impecável. É bonito de ver mesmo”.

As amigas de Brusque, Bruna Diel, 22, e Cristiane Fernandes, 21, também circularam pelo salão e conheceram modelos bastante antigos. “Apesar de não sermos dessa época é muito legal ver esses carros, são muito estilosos”, comenta Bruna.

Jaison Pereira, 40, veio de Balneário Camboriú para admirar os automóveis no pavilhão. Ele conta que é um amante dos quadrados, e por isso, possui dois, um Gol Copa, 1994, e um Gol GTS, 1993, mas que já não saem mais de casa. Hoje são sua maior relíquia.

“Desde criança sempre gostei desses modelos. E agora, sempre que posso, visito os encontros. Aqui em Brusque está muito legal, tem carros muito bonitos, muitos GTS e GTI”.

Para Pereira, reunir os apaixonados pelos quadrados é muito legal, até mesmo por ser uma cultura que deveria ser mantida. “Na Austrália tem um grande evento assim, mas lá ganham apoio da Volkswagen. Infelizmente aqui ainda falta muito apoio”, analisa.

Troca justa

Na quinta-feira, 16, Adriano Bissoni, 27 anos, saiu de casa, em Rondonópolis, no Mato Grosso, viajou por 1,8 mil KM, em 24 horas, para participar do Encontro de Quadrados de Brusque. Há dois anos e meios Bissoni está com o Gol GL, 1993, que era de seu avô.

Ele conta que seus pais, que são de Brusque, deram um carro novo para o avô para se desfazer do carro antigo. “Fizemos uma troca, ele pegou um novo, e eu fiquei com o dele, até por ser uma relíquia”, diz.

Ao pegar o carro, Bissoni fez todas as reformas necessárias e deixou do seu jeito. “Foi uma troca justa, até porque sempre digo, ainda não tem alguém que tenha o valor suficiente para pagar por esse carro. Até porque ele tem todo um valor sentimental, por ser da família”, conta.

Esse foi o primeiro encontro que Bissoni participou, e além de trazer o carro para o evento, também veio com a intenção de mostrar para o avô. “Trouxe ele (o carro) em uma carretinha. Mesmo sabendo que teria condições de vir viajando nele, não tive coragem, pois ele não merece, iria judiar muito”, diz.

A intenção do rapaz é de nos próximos anos, se a data do evento coincidir com suas férias, participar novamente do encontro, que ocorre todos os anos no mês de junho.