Encontro entre ex-funcionários da Renaux é marcado pela amizade e boas histórias

Almoço contou com a presença de 23 pessoas que integravam o setor de revisão e acabamento da empresa

Encontro entre ex-funcionários da Renaux é marcado pela amizade e boas histórias

Almoço contou com a presença de 23 pessoas que integravam o setor de revisão e acabamento da empresa

Os ex-funcionários do setor de revisão e acabamento da Renaux realizaram um encontro na manhã deste domingo, 28. O evento ocorreu na Associação dos Moradores da Rua Nova Trento (Amont) e contou com a presença de 23 pessoas. A primeira reunião foi regada a churrasco, galeto e histórias. Muitas pessoas não se encontravam há mais de 30 anos.

A organizadora do evento, Marlene Bernardo Jeske, 65 anos, teve a ideia para realizar o almoço após encontrar alguns ex-colegas nas redes sociais. Ela diz que não via os colegas há mais de 40 anos. Ela conversou com Zoraia Quidota, 61, que gostou da ideia e procurou o contato dos ex-colegas para formar um grupo no WhatsApp.

Outro fato que motivou o encontrou foi Cecília Bernardo, 83, ex-funcionária e uma figura muito querida e lembrada por todos. Como muitas pessoas sentiam saudade da colega, Marlene fez questão de chamá-la para que todos pudessem colocar o papo em dia. “Ela trabalhava no nosso setor, mas todos da empresa gostavam dela”, afirma Marlene.

Zoraia, Marlene e Ivone foram as responsáveis pelo evento / Foto: Eliz Haacke

Zoraia considera que foi fácil encontrar os ex-colegas e organizar o evento. “Falei com a Marlene que precisávamos marcar logo por causa da dona Cecília que já está com 83 anos. Um dia à noite encontrei as pessoas no Face, peguei o contato de todos e fizemos o grupo”, afirma Zoraia. Depois do evento, as organizadoras afirmam que pretendem realizar outras reuniões.

Mais de duas décadas
Cecília Bernardo, 83, trabalhou na empresa por 25 anos. A aposentada entrou na Renaux quando tinha 14 anos e se aposentou na fábrica. Ela era a mais velha do setor e por isso sempre foi considerada a mãe de todos. Boa parte dos ex-funcionários eram adolescentes na época. Eles lembram que aprenderam muito com dona Ceci, como é conhecida.

Segundo ela, Marlene e Zoraia se esforçaram para esconder o encontro e fazer uma surpresa, mas dona Ceci acabou descobrindo. Mesmo assim, ela garantiu que estava muito feliz por reencontrar os antigos colegas. “Um ou outro eu encontrava na farmácia. Alguns eu não reconheci porque elas entraram muito novas. Foi uma surpresa para mim”.

Dona Ceci ficou emocionada com a surpresa / Foto: Eliz Haacke

Em família
A família Gianesini foi uma das que trabalharam dentro da fábrica. O patriarca Evaldo, hoje falecido, era considerado um bom funcionário e teve a permissão para levar os filhos para trabalhar na empresa quando completaram 14 anos.

O primeiro a entrar foi Luiz Gianesini, 70, depois entrou Lourdete Nisch, 66, e Maria Guilhermina da Luz, 64. Ele trabalhou por muito tempo no escritório enquanto as irmãs estavam no setor de acabamento. “Nós tínhamos muito cuidado com o trabalho, se não em casa o pai brigava. Ele era bem rígido”, explica Luiz.

Luiz trabalhou por 31 anos na empresa, Maria ficou um ano e depois foi para a Fiação Limoeiro, que também pertencia à Renaux, onde trabalhou por 12 anos. Já Lourdete ficou na empresa por oito anos. Para os irmãos, foi muito bom reencontrar os amigos da época. “Foi muito bom, principalmente o seu Elio, jamais pensei que fosse encontrar ele”, diz Maria.

Maria Guilhermina da Luz e Lourdete Nisch trabalharam juntas na Renaux / Foto: Eliz Haacke

De geração para geração
Elio João Gonçalves, 89, entrou na Renaux em 1947, onde trabalhou por 32 anos. Por ser funcionário antigo, ele tinha o privilégio de colocar os filhos na empresa. Foi assim que três filhos dele conseguiram o primeiro emprego. A primeira foi Rose, depois Ivone e por último Gilmar.

Ivone Gonçalves, 66, entrou na fábrica quando tinha 14 anos. Ela ficou na empresa por cinco anos, mas teve que sair quando casou. Na época era normal as mulheres pedirem demissão para casarem.

A professora lembra até hoje que na época ela e os irmãos precisavam “andar na linha” dentro da empresa, caso contrário o supervisor comunicaria ao pai deles. “Ele sempre falava ‘vocês não me façam passar vergonha”, recorda.

Apesar de trabalharem na mesma empresa, cada um atuava em um setor diferente. Gilmar atuava no escritório, Elio, na mercerização dos tecidos e Ivone, no acabamento. Para Gilmar, 60, o encontro foi muito bacana. “Por mais que as pessoas falem que a rede social traz um problema, nesse caso ela ajudou a nos reunirmos”, avalia.

Seu Elio colocou Ivone e Gilmar para trabalhar com eles na fábrica / Foto: Eliz Haacke
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