Encontro reúne ONGs de todo o estado em defesa dos animais
Evento conta com oito palestrantes, 15 ONGs de Santa Catarina e 60 participantes inscritos
Brusque sediou no sábado o 3º Encontro de Organizações Não Governamentais (ONGs) Catarinenses em Defesa dos Direitos dos Animais. O evento, que ocorreu das 8h30 às 17h30 na Câmara de Vereadores, contou com oito palestrantes, 15 ONGs e cerca de 60 participantes inscritos. A Associação Brusquense de Proteção Animal (Acapra), a Hachi e a Aprablu, de Blumenau, e a Aprabave, de Barra Velha, foram as ONGs que organizaram o encontro.
A presidente da Acapra, Lilian Dressel, conta que não há seleção específica para a escolha do município que sediará os encontros. Os próprios representantes das entidades são quem decidem, entre si, o próximo local. De acordo com Lilian, a ideia dos eventos é aproximar as ONGs e discutir alternativas para melhorar o amparo aos animais.
“Existem ONGs que são do mesmo município, mas nas quais os integrantes não gostam uns dos outros. Eles atuam como rivais, quando na verdade toda entidade de proteção animal atua pelo bem maior, que são os animais”, afirma a presidente. “É claro que há opiniões diferentes. Por exemplo, algumas ONGs são a favor da eutanásia e outras não. Porém, isso não é motivo para brigas. Nós queremos, aqui, que as entidades atuem juntas para conseguirem lutar pelos direitos dos animais”, completa.
Palestras
Cães de aluguel, crimes contra os animais, história do início da proteção animal no estado, abrigos de animais e doenças foram alguns dos temas abordados nas palestras. A presidente da Acapra de Florianópolis, Heliete Leal, foi quem falou sobre a proteção animal no estado. Além de abordar detalhes da história, ela aconselhou os integrantes das ONGs a se aproximarem das universidades dos municípios e também disse que as entidades precisam lutar contra os acumuladores de animais.
“É muito importante que as entidades não estimulem o acúmulo de animais. Há pessoas que têm 50, 80, 100 cães e gatos em um terreno. O problema é que o protetor pode acabar sofrendo algum acidente ou morrendo e esses animais ficam presos naquele local sem tratamento algum. É preferível que o animal fique na rua onde pode correr atrás de alimentos e água do que fique preso sofrendo”, disse.
A opinião da presidente da Acapra de Florianópolis é semelhante à de Ângela Caruso, presidente do Quintal de São Francisco – ONG que existe desde 1961 em São Paulo. Ângela falou sobre o tema “a ilusão dos abrigos” em razão da experiência de mais de 20 anos com o abrigo do Quintal de São Francisco que, atualmente, tenta encerrar as atividades devido à falta de verba.
“Decidimos fechar o abrigo em 2009, mas até agora não conseguimos. É muito fácil montar um abrigo, você lota um terreno de cinco mil metros com 600 animais em um mês. Mas você não consegue fechar. Para se abrir um abrigo, é preciso estudar muito sobre a viabilidade, tanto em relação à saúde financeira quanto em relação a questões como a recolocação do animal na sociedade”, analisa.