A inconsistência gerada na correção dos gabaritos do Enem 2019 deixou muitos estudantes inseguros com o futuro, uma vez que alguns participantes tiveram suas provas corrigidas erroneamente. Apesar de esclarecimentos oficiais do Ministério da Educação, (MEC) na tentativa de tranquilizar os estudantes, muitos ainda não confiam que as notas divulgadas estejam corretas.

Os erros no Enem deixaram a estudante Ana Caroline, 17, insegura com o resultado que obteve na avaliação. Ela prestou o Enem pela primeira vez, no ano passado, para estudar Ciências Biológicas. “Independentemente de terem autorizado a divulgação das notas eu não consigo acreditar que as provas de milhares de pessoas foram corrigidas. O prazo foi curto e ninguém tem garantia da segurança desse sistema”, desabafa a estudante, que pensa em angariar uma bolsa de estudo caso sua nota não seja suficiente para os programas do governo.

Assim como Ana, milhares de estudantes continuam na expectativa pelos programas do governo. Mas para quem deseja garantir uma vaga e iniciar o ensino superior, ainda neste ano, há possibilidade de contar o apoio do Educa Mais Brasil, que disponibiliza bolsas de estudo em todo o país, com descontos que podem chegar a 70%. Tudo isso sem precisar da nota do Enem. Basta acessar o site e fazer a inscrição.

Após a polêmica do Enem, várias reclamações foram feitas nas redes sociais. Diante da situação, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) reconheceu a falha e afirmou que as irregularidades foram verificadas nos dois dias de aplicação das provas, 3 e 10 de novembro de 2019.

De acordo com o MEC, a gráfica responsável pela impressão das provas associou incorretamente o caderno de questões à folha de respostas. Assim, quem fez prova de uma cor teve o gabarito corrigido como se fosse outra cor.

Sisu: faculdades com inscrições suspensas

Diante da repercussão do erro no Enem 2019, a União Nacional dos Estudantes (UNE) divulgou, nas redes sociais, uma lista com universidades públicas que estão com as inscrições suspensas pelo SISU, mesmo após a liberação dos resultados do programa. Confira a relação:

-UFSC
-UFGD
-UFRN
-UFOPA
-UFPA
-UEPA
-Unifesp
-IFCE
-UFPEL
-UFES
-UFMT
-UEPB
-IFPB
-UNIFAP
-UFR
-UFRA
-IFPA
-UFBA
-UFT

Erros no Enem

Apesar de não serem esperadas, as falhas na aplicação das provas do Enem não são inéditas. Seja durante a divulgação dos resultados ou posterior, o Exame Nacional do Ensino Médio tem um histórico de polêmicas desde a sua criação.

Abaixo, há uma retrospectiva de fatos que marcaram o exame. Confira!

1998 – Criação do Enem

O Exame foi criado na gestão de Paulo Renato Souza, estando à frente Ministério da Educação, no governo de Fernando Henrique Cardoso.

1999

As Instituições de ensino superior começaram a utilizar o Enem como forma de ingresso ao nível superior.

2000

Neste ano, o processo passou a ofertar provas em braile e também a opção ampliada, com o auxílio de leitores.

2001

Marca o início da política de inscrição gratuita para concluintes do ensino médio no ano da edição.

2004

Os resultados passaram a ser utilizados como critério para inscrição no Prouni.

2005 – Popularização do Enem

Com a adesão do Prouni, o Enem registrou uma marca história de inscritos em 2005: 3 milhões de inscrições e 2,2 milhões de participantes.

2009

Ocorreu um furto do caderno de questões dentro da gráfica responsável pela impressão e o grupo de acusados tentou vendê-lo para veículos de comunicação. Também nesse ano o exame começou a ser aplicado para pessoas privadas de liberdade (Enem PPL).

2010

Dados pessoais de participantes das edições de 2007, 2008 e 2009 do Enem vazaram e ficaram disponíveis na internet.

2011

Nesse ano, mais de mil estudantes do Rio de Janeiro descobriram que o local da prova indicada no cartão de confirmação estava incorreto, causando transtornos aos inscritos.

2012

Em 2012, cerca de 129 redações do Enem 2011 tiveram “erro material” na sua correção e parte delas teve sua pontuação alterada.

2013

A nota do Enem passou a ser utilizada na concessão de bolsas de estudos do programa Ciência sem Fronteiras.

2014

É assinado um acordo interinstitucional com uma Instituição de Educação Superior Portuguesa, a Universidade de Coimbra como forma de ingresso dos estudantes através das notas obtidas.

2015

Início da política de atendimento por nome social.

2016

Estreia da coleta de dado biométrico e o uso de detectores de metal na entrada e saída dos banheiros.

2017

Após Consulta Pública, o exame passou a ser aplicado em dois domingos consecutivos, evitando o “confinamento” de participantes que “guardam o sábado” por motivos religiosos.

2018

Foi implantada a etapa de justificativa de ausência e solicitação de isenção em período anterior à inscrição.

Fonte: Agência Educa Mais Brasil