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Energia elétrica fica 34% mais cara

Reajuste antecipado em março serve para evitar aumento ainda mais impactante em agosto

Desde ontem, a energia elétrica paga pelos consumidores residenciais catarinenses está 34% mais cara, conforme reajuste aprovado na última sexta-feira, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Para as indústrias, o peso do aumento será ainda maior: esses consumidores pagarão 43% a mais do que anteriormente.

O reajuste está relacionado a uma revisão extraordinária aprovada pela Aneel, com média de alta de 24,8% entre todos os consumidores de energia catarinenses (21,3% para residências e até 29,9% para indústrias). Soma-se a esse percentual uma elevação média de 13%, de acordo com a Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), com os novos valores das bandeiras tarifárias, as quais também foram reajustadas.

A revisão está prevista no contrato de concessão de distribuição e na Lei Geral das Concessões. A revisão, segundo a Celesc, é o mecanismo utilizado para promover o equilíbrio econômico e financeiro das concessionárias diante de eventuais custos extras.

O reajuste autorizado para a Celesc tem o objetivo de cobrir o aumento do custo da compra de energia da usina Itaipu, que sofreu variação de 46,14% no mês de janeiro; a elevação em 1,2 % dos encargos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), devido ao fim dos subsídios do governo federal aos programas sociais de universalização da energia elétrica e fomento à geração de energia alternativa; e também dos custos com a aquisição de energia em leilões de ajuste, necessários para atender o acréscimo da demanda.

Conforme a Aneel, o principal motivo para a variação da tarifa de Itaipu foi o cenário hidrológico adverso de 2014. Em razão das chuvas abaixo das médias históricas, a usina produziu abaixo da capacidade, e mesmo assim teve que manter a distribuição de cotas às concessionárias, no caso, a Celesc.

Novo reajuste em agosto

O gerente regional da Celesc, Cláudio Varella, explica que a concessionária tem por regra reajustar as tarifas em agosto, sendo aplicado no primeiro dia útil do mês. Contudo, devido ao cenário de crise na produção de energia elétrica por hidrelétricas, originado pela falta de água no país, a maior parte da energia consumida tem sido gerada por termelétricas, a qual custa muito mais caro.

“O reajuste engloba o que gastamos para comprar energia e manter o sistema ligado nos últimos 12 meses. Para não ter um reajuste muito grande em agosto, de 50, 60 ou até 70% em agosto, a Aneel liberou para as concessionárias fazer esse reajuste extraordinário em março”, afirma Varella.

Com isso, o valor reajustado agora leva em conta os custos da Celesc entre agosto de 2014 e fevereiro de 2015. De março a agosto, um novo cálculo será feito, para que um novo reajuste seja aplicado. “Não existe projeção, mas se for mantido este cenário sem água nas barragens, e tendo energia gerada por termelétrica, a tendência é chegar em agosto e ter outro reajuste, de 15, 20 ou 30%”, diz o gerente regional.