Entenda quais custos influenciaram no aumento da passagem de ônibus em Brusque

Reajuste concedido é classificado como meio-termo entre pretensões de empresa e prefeitura

Entenda quais custos influenciaram no aumento da passagem de ônibus em Brusque

Reajuste concedido é classificado como meio-termo entre pretensões de empresa e prefeitura

O consórcio Nosso Brusque, formado pelas empresas Santa Terezinha e Santa Luzia, apresentou uma planilha de custos para embasar seu pedido de reajuste da tarifa de ônibus. Nela, está prevista a aquisição de dois ônibus no próximo ano.

O valor da passagem de ônibus mudou em 1º de julho. Os valores passaram de R$ 3,99 para R$ 4,28 para pagamento antecipado no cartão e de R$ 4,15 para R$ 4,50 para pagamento no momento do embarque.

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No caso da passagem antecipada, o índice de reajuste foi de 7,27%. Já o preço do passe embarcado aumentou 8,43%.

A inflação oficial no período considerado (junho de 2018 a maio de 2019) foi de 4,66%. Portanto, o acréscimo autorizado pelo Conselho Municipal do Transporte Coletivo foi acima da inflação.

O técnico em planejamento urbano da Secretaria de Trânsito e Mobilidade (Setram), Luiz Henrique Blumer, explica que o custo estimado na planilha apresentada pela empresa é de R$ 4,36.

As tarifas reajustadas, segundo ele, são um meio-termo. O objetivo foi chegar a um valor para atender o equilíbrio financeiro da empresa e não inviabilizar o seu uso pela população.

Ele afirma que também se buscou incentivar o uso do cartão magnético. “É bom em dois aspectos, um é a segurança, porque ter dinheiro é um risco, e o segundo é o tempo de embarque. Como não existe mais cobrador, às vezes, demora para dar o troco, por exemplo”.

Planilha
Um dos principais custos que estão na lista de gastos é a previsão de compra de mais um ônibus leve, por R$ 268 mil, e outro veículo pesado, por R$ 331 mil. Blumer explica que é apenas uma projeção, portanto a sua compra ainda será efetivada.

A renovação da frota tem sido feita nos últimos anos. Contudo, boa parte dos ônibus é bastante usada.

De acordo com a documentação apresentada pelo consórcio, um ônibus tem de cinco a seis anos de uso; dois, de seis a sete anos; dez tem de oito a nove anos; nove de nove a dez anos; cinco têm entre dez e 11 anos; e quatro, de 11 a 12 anos.

Isso significa que 19 ônibus têm entre oito e dez anos de uso, o que representa mais da metade da frota, que tem 33 ônibus, dos quais 31 operacionais.

Outro item que também impactou fortemente na planilha foi o combustível. Blumer afirma que o preço do diesel subiu no último ano, o que foi sentido pela concessionária.

O gasto com pessoal também pesou no orçamento do consórcio. Blumer avalia que, junto com os investimentos previstos e o diesel, foi um dos maiores custos.

Linhas
A documentação enviada pelo consórcio para fundamentar seu pedido de reajuste também informa a média de passageiros transportados e a quilometragem rodada.

Os dois fatores influem diretamente na sustentabilidade do transporte coletivo. No caso dos passageiros, existe a questão das gratuidades.

Blumer explica que é preciso ponderar se vale a pena isentar um grupo de pessoas de pagamento, pois os demais acabam por absorver o custo.

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A quilometragem também é variável. O técnico da Setram dá o exemplo da rua Azambuja, que passou por várias obras. Isso impactou no trajeto da linha ônibus.

Quanto mais quilômetros rodados, maior a necessidade de passageiros para rentabilizar o sistema. Essa correlação explica a dificuldade em expandir o transporte público no município.

A criação de mais linhas ou mesmo o acréscimo do trajeto de uma rota já existente podem provocar prejuízo e não se sustentar no longo prazo.

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