Entidades alertam para o aumento de abandono de animais em Brusque e Guabiruba
Acapra e Pata também têm dificuldade de encontrar lares temporários no fim de ano
Com a proximidade do verão e a chegada das festas de fim de ano, o abandono de animais torna-se um problema ainda maior para as entidades voltadas à causa animal na região. O período não é crítico apenas pelos abandonos, mas também pela redução das adoções e de lares temporários.
A presidente da Associação Brusquense de Proteção aos Animais (Acapra), Lilian Dressel, atribui o problema ao desejo das famílias de poderem viajar sem o compromisso com animais domésticos. “As pessoas ainda têm uma cultura de 10 dias de desespero por férias. Querem viajar e, se tem o animal em casa, sem alguém para cuidar, não querem gastar com hotéis especializados”.
O período é de acúmulo de trabalho para as entidades. Aliado ao aumento da demanda, a representante da Acapra vê a disponibilidade de voluntários para lares de passagem cair, já que muitos viajam.
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Apesar do esforço durante o ano, as ações são consideradas insuficientes dar conta da demanda. “As pessoas vão pedindo ajuda, mas temos uma limitação. Tentamos focar nos animais debilitados e filhotes”.
Mutirões como aliados
Mesmo com a ajuda pontual de voluntários ao longo do ano, Lilian destaca a necessidade de busca por uma redução gradual do número de animais abandonados. Aliado às ações de conscientização, os mutirões de castração são indicados por ela como uma forma de controlar a população de rua.
Com três mutirões em 2018, cerca de 505 animais foram castrados, além de outros 200 que passaram pelo procedimento em clínicas. A maioria, segundo Lilian, eram fêmeas. Outra ferramenta destacada é a colocação de microchips de identificação. Mesmo com casos de reincidência, ela acredita que o controle digital seja um inibidor de novos abandonos.
Entre os animais abandonados, os cães são a maioria. Gatos costumam exigir atendimento da ONG durante o inverno, mesmo com a ocorrência de abandono nas outras estações.
Menos lares
Desde novembro a voluntária Jéssica Ricardo recebe uma média diária de 10 gatos abandonados. Destes, no máximo cinco conseguem ser destinados a lares temporários. No início da semana, 12 aguardavam por adoção ou alocação na casa dela.
A dificuldade de encontrar um destino para os animais resgatados faz o rendimento do trabalho reduzir e há casos de gatos que possuem alta nas clínicas veterinárias, mas não têm um destino para serem encaminhados. “Sinto como se estivesse enxugando um gelo eterno”.
Segundo ela, o problema de abandono de cães costuma ser mais generalizado na cidade, já bairros como Cedrinho, Águas Claras, Limeira e Steffen costumam ser os locais mais recorrentes de abandono de felinos.
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Período crítico
Em Guabiruba, a presidente da ONG Protegendo Animais com Todo Amor (Pata), Kelly Stricker, descreve o período do ano como “o mais crítico”. Desde o início de novembro, os casos de abandono são praticamente diários, principalmente em ruas sem muitos moradores.
No município, a entidade tenta reduzir os problemas com a conscientização sobre a posse responsável. Palestras e atividades em redes sociais são desenvolvidas. Outro perfil de ocorrência já identificado pela ONG é o de abandono de animais em imóveis alugados. É comum os animais ficarem sem acesso à água ou à comida até alguém notar o caso.
De acordo com ela, existe a dependência de lares temporários e é comum que os custos de atuação da entidade aumente no período. “Infelizmente o número de abandono está sendo muito maior que pessoas dispostas a ajudar”.
Quer ajudar?
Acapra (Brusque) – acaprabrusque@gmail.com ou facebook.com/acaprabrusquesc
Pata (Guabiruba) – facebook.com/ongpataguabiruba