X
X

Buscar

Entidades de Brusque avaliam perspectivas após o impeachment

Lideranças falam em retomada lenta da economia, mas reforçam necessidade de reformas

O Brasil vive um momento de transição política. Dilma Rousseff (PT) deixou definitivamente a presidência da República na quarta-feira, 31, quando o Senado decidiu por 61 votos a favor e 20 contra pelo impeachment. Com isso, o presidente interino Michel Temer (PMDB) assumiu o cargo no mesmo dia.

Para saber a visão das principais entidades de Brusque sobre a atual situação política do Brasil, o Município Dia a Dia conversou com seus representantes para que avaliem o impeachment e as perspectivas para economia.


Associação Empresarial de Brusque (Acibr)

Halisson Habitzreuter, presidente

“A classe empresarial esperava esse impeachment, não via como possível outro desmembramento para a situação, não só por causa da situação que ela (Dilma) própria criou – pelas irregularidades, pelas pedaladas fiscais -, mas pelo ambiente político que o país vive.

Acreditamos que esse momento será um divisor de águas para melhor. Não víamos como possível qualquer reação da economia, qualquer reação da atividade empresarial, sob a administração do governo Dilma. Agora temos esperança no trabalho do Michel Temer, até pelo que já vem sinalizando, pelas politicas que ele pretende adotar na questão de reforma política, da redução do gasto público, a questão tributária que também precisa ser mexida. Esperamos deste governo a reforma política e condições favoráveis para uma retomada do crescimento.

Esperamos que o povo brasileiro tenha aprendido a lição e vote mais consciente, e entenda que quando se fala em economia não está só se falando em empresários e sim na economia do país, que importa tanto para classe empresarial, como para a política, a trabalhadora, para qualquer cidadão”.


Centro Universitário de Brusque (Unifebe)

Günther Lother Pertschy, reitor

“O impeachment ocorreu dentro de uma normalidade, dentro dos regramentos institucionais do país, inclusive foi estendido demais essa decisão, um país não pode ficar tanto tempo num julgamento.

Acho que essa era a medida correta, o retrocesso e a crise que o Brasil passa – se não é a maior da história econômica, é uma das piores que já ocorreram. Havia, sim, a necessidade de estancar isso. Por detrimento de ganhar uma eleição, ela (Dilma) levou o país a um problema seríssimo economicamente, socialmente e eticamente. Nunca antes observamos tantos escândalos. Quanto às perspectivas econômicas, a mudança era necessária com este intuito, de novamente a iniciativa privada voltar a investir no país, na produção, gerar emprego, acreditar mais uma vez que esse país pode ter um outro futuro. Também para gerar motivação, que o grande investidor externo volte a acreditar que o Brasil é um país viável para ser investido. Acredito que a médio e a longo prazo tenhamos um país melhor. Acredito que no fim deste ano já veremos números melhores, mas estamos longe de sair de um momento desconfortável”.


Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Brusque 

Michel Belli, presidente

“Temos uma convicção muito grande de que com a definição política que ocorreu, onde confirmou-se o impeachment, os investimentos do exterior vão retornar, aquelas pessoas que estavam investindo e deram uma segurada para aguardar essa definição. Creio que agora vai haver uma retomada na economia, bastante lenta, e é preciso que sejam feitos vários ajustes. O próprio governo estava aguardando essa definição, mas após as novas medidas que o governo tomar, a economia também retomará gradativamente. Acredito que a primeira retomada vai se dar nos bens de necessidade, nos setores supermercadistas, de roupas. Já os investimentos precisarão aguardar a posição do governo, para haver crescimento apenas no início de 2017. Será uma mudança lenta.


Fórum de Entidades Sindicais de Trabalhadores de Brusque e Região

Anibal Boettger, representante

“Quem mais perdeu com o impeachment foi o povo brasileiro. Foi um retrocesso para toda a economia e para o povo. Em qualquer pais democrático, foi a derrota do povo, daqueles 54 milhões de votos. Foi um golpe à democracia esse processo, não foi provado que houve crime algum cometido pela presidente. O que o Michel Temer pretende fazer será um retrocesso – ele quer alterar o que está previsto na CLT [Consolidação das Leis do Trabalho] – isso não vamos admitir de forma alguma. No projeto de alteração da Previdência Social haverá um retrocesso para o trabalhador, aposentado e pensionista. Quanto à economia, passou e vem passando por um período turbulento, devido à situação política que o país vem atravessando e com a participação muito eminente justamente da classe empresarial que fez com que a economia paralisasse”.