Entidades empresariais de Brusque pedem o fim do governo Dilma
Acibr, CDL e OAB são favoráveis ao impeachment da presidente
Acibr, CDL e OAB são favoráveis ao impeachment da presidente
Entidades empresariais de todo o país anunciam, desde a semana passada, posicionamento a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em Brusque, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), a Associação Empresarial de Brusque (Acibr) e a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) são favoráveis à saída da presidente da República.
O estopim foi a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil e a liberação das escutas telefônicas de Dilma, pela Polícia Federal, nas quais há indícios de crimes, negados pela presidente.
O Município Dia a Dia entrou em contato com a CDL, Acibr e OAB de Brusque para perguntar o seu posicionamento. Todos acreditam que apenas a mudança no comando do governo poderá trazer estabilidade ao país. Tem sido divulgado nas redes sociais vários pedidos para uma greve geral, e tanto a associação empresarial quanto a de lojistas veem esta atitude com bons olhos, mas não existe nada planejado.
Empresários querem novo governo
O presidente da Acibr, Halisson Habitzreuter, é a favor da saída da presidente da República. “Ela não pode continuar, já perdeu toda a governabilidade”, avalia. Para ele, o mais importante no momento é que a presidência seja mudada, indiferente se por meio do impeachment pelos crimes de responsabilidade fiscal ou malfeitos eleitorais.
Pesam contra Dilma várias acusações, porém, elas podem ser divididas em dois grupos. O primeiro diz respeito à condução da economia. Há denúncia de que ela tomou algumas ações sem o aval do Congresso Nacional. O segundo está relacionado ao suposto recebimento de dinheiro de empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato para a campanha de reeleição à presidência, em 2014. A diferença é que no primeiro caso sai apenas a presidente, no segundo, ela e o vice, Michel Temer.
Habitzreuter considera a nomeação de Lula um ato de protecionismo. “Não tem motivo algum”, diz, e completa: “claramente, foi para proteger o Lula na Operação Lava Jato”. O presidente da Acibr cobra providências. “Como entidade de classe, esperamos que os políticos tomem providências para o impeachment da presidente”.
O presidente da CDL, Michel Belli, considera a nomeação de Lula para a Casa Civil uma assinatura de “culpa no cartório”. Uma vez ministro, o ex-presidente ganha foro privilegiado e só pode ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), não mais em Curitiba, pelo juiz federal Sérgio Moro.
“Vejo o impeachment como uma ferramenta jurídica legal para o início da limpeza que precisamos na política brasileira, sabemos bem que pelas investigações que acompanhamos não é só a presidente Dilma a culpada pela atual crise política e econômica, mas é preciso dar o primeiro passo, e o impeachment é um grande passo”, afirma Belli.
OAB decide apoiar
A OAB de Santa Catarina se posicionou a favor do impeachment da chapa de Dilma e Michel Temer, assim como o Conselho Federal da entidade. A decisão foi tomada em uma reunião extraordinária na quinta-feira, 17, da qual o presidente da OAB de Brusque, Renato Munhoz, participou. A entidade pede o impedimento da chapa governista e que sejam anexados aos processos as novas informações de que se tem notícia.
Munhoz conta que apenas três participantes da reunião votaram contra este entendimento da OAB-SC. O presidente afirma que a ação defendida pela entidade tem base nos crimes de responsabilidade e não nas escutas telefônicas. Nas interceptações, o ex-ministro Jaques Wagner fez comentários contra o presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia. A entidade também manifesta repúdio a este comportamento.
A atuação do juiz Sérgio Moro está, agora, no centro de uma polêmica. Muitos discutem sobre a legalidade das interceptações telefônicas. Munhoz considera que não é possível avaliar a atuação do magistrado de longe, sem ter mais conhecimento.
Entidades empresariais
As entidades e federações empresariais catarinenses – Fiesc, Faesc, Facisc, Fampesc, FCDL, Fecomércio e Fetrancesc – realizaram reunião na última quinta-feira, 17, na qual elaboraram um manifesto a favor da deposição de Dilma Rousseff, com o objetivo de impulsionar o crescimento econômico.
Em nota, as entidades defendem o fortalecimento das instituições democráticas e pedem mudanças. “O atual governo perdeu as condições para guiar os destinos do país. É preciso que um novo governo, com credibilidade e apoio da sociedade brasileira, encaminhe as reformas estruturais necessárias para vencer as dificuldades e recolocar o país no trilho do crescimento econômico e do desenvolvimento social”, diz o documento.
O documento também é assinado pela Associação Catarinense de Medicina (ACM-SC), pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (Crea-SC), pelo Conselho Regional de Contabilidade (CRC-SC) e outras entidades integrantes da Associação dos Conselhos Profissionais de SC (Ascop).