Entrevista: Caito Maia
Dinâmico e mutante. Essas expressões definem o jeito de empreender do fundador da Chilli Beans, Caito Maia. Um case formidável, apresentado como exemplo que ultrapassa seu segmento, a moda.
O empresário falou ontem sobre Inovação e Criatividade durante o Balneário Trends, evento que reúne por três dias, nomes de peso da moda no Balneário Shopping.
Antes de começar o evento, ele conversou com o blog.
André Groh: Você é um empreendedor e vem aqui compartilhar seu case hoje. Qual dica é fundamental para quem está no mercado?
Caito Maia: Uma recomendação não é das mais sofisticadas, ela é muito simples. Faça algo com muito amor, que te dê muito prazer, e é isso que vai te fazer vencer. Antes de você investir, não pensa no dinheiro agora. Pensa do que te dá tesão. Não faça algo por dinheiro, isso é muito importante. É amor, pimenta, arroz e feijão. Amor é aquilo que você ama. Pimenta é você ter uma personalidade diferente, e não precisa fazer o que todo mundo está fazendo agora. Eu cutuco meu time inteiro, e depois de 20 anos estamos na melhor fase da nossa história.
A.G.: A melhor fase se deve a que?
C.M.: A muita porrada na cara e soco no estomago. Muita humildade de escutar o mercado, escutar e entender as necessidades. E num momento delicado, por a sua coragem e criatividade no negócio.
A.G.: Planos para o futuro?
C.M.: Vamos expandir para 1200 pontos de vendas nos próximos 4 anos.
A.G.: Para o exterior também?
C.M.: Vamos dobrar, e chegar a 200 pontos. Hoje só no Oriente médio são 40. Tem muita semente internacional que plantamos e está crescendo agora.
Nós vendíamos um produto só, marca de moda. Esse é o objetivo, continuar consolidando. Muitas coisas novas.
A.G.: Chilli Beans Fashion Cruise vai voltar?
C.M.: Sim, e ele vem para Balneário Camboriú. São duas atrações bombásticas para a próxima edição em 2017.
A.G.: Eletrônico?
C.M.: Eletrônico e um pop que é foda.
A.G.: Emicida e Anitta são as próximas coleções.
C.M.: A coleção da Anitta está radical, são óculos muitos conceituais. Nós acompanhamos a evolução dela, e desenhamos junto com ela a campanha.
A.G.: Será esse nome para o cruzeiro?
C.M.: Não, quero nomes novos que estão vindo agora. A gente aposta em novos nomes que estão chegando agora. Anita é minha musa para o resto da vida, mas a roda anda e tem muita coisa nova chegando. Já apostamos em nomes muito importantes que não eram nada, e agora acabaram de explodir.
A.G.: Emicida, mesma pegada da coleção da Anitta?
C.M.: Emicida é mais preto e branco, Anitta é mais cor. O interessante é que temos o consumidor de Anita e o consumidor de Emicida. Pegamos um carioca e um paulista. Um rapper, e uma fanqueira. Nós temos sorte nas apostas.
A.G.: Qual é o segredo pra ter uma equipe tão participativa?
C.M.: Tem coisas que eu sei explicar, tem coisas que não. É uma doideira. Só no meu celular tem 300 tatuagens. Cheguei em Dubai agora, e a gerente da loja tem uma pimenta tatuada na perna escrito Chilli Beans em árabe.
A.G.: Como é pra você ver isso?
C.M.: Eu fico assustado. Tatuar, a perna inteira meu… jura?
A.G.: Mas você entende que essas pessoas vestem a camisa?
C.M.: É uma relação de amor, gratidão e reconhecimento absurda. Esse é o segredo do sucesso. A gente vem, conversa com as pessoas frente a frente.
A.G.: O que define a inovação da Chilli Beans?
C.M.: Sou uma empresa mutante, um corpo constante e mutação durante o tempo. Ficamos em cima de nossa base, mas nos permitimos abrir. Somos fanqueiros, rapper, rock’n roll… Com a nossa cara, do nosso jeito.