Envenenamento de animais no São Pedro preocupa moradores

Seis casos foram registrados nos últimos oito dias; quatro animais não sobreviveram

Envenenamento de animais no São Pedro preocupa moradores

Seis casos foram registrados nos últimos oito dias; quatro animais não sobreviveram

Na última sexta-feira, 12, um dos gatos da família da mestranda da Udesc, Barla Testoni, foi envenenado com chumbinho próximo ao terreno de casa, localizado na rua Medeiros, bairro São Pedro. Neno sobreviveu graças ao socorro prestado por um vizinho, que é veterinário. No entanto, outros quatro animais – três gatos e um cachorro -, também de moradores da rua, não tiveram a mesma sorte: eles acabaram morrendo após consumir o veneno. Os casos ocorreram nos últimos oito dias.

“O Neno e nossa outra gata sempre passam a noite dentro de casa, mas de manhã cedo nós soltamos para eles darem um passeio e fazer as necessidades. Na sexta-feira, depois de meia hora solto, ele voltou agitado. Corria e subia no telhado, parecia um gato louco. Ele estava muito mal. Depois de um tempo, ele parou embaixo do carro, começou a miar de um jeito muito estranho e começou a perder os movimentos das patas até não conseguir se sustentar mais. Foi horrível ver ele sofrendo”, conta a mestranda.

Alertada pela mãe sobre o estado do animal, Barla ligou para o vizinho, que capturou Neno e o levou para uma clínica veterinária. Lá, ele foi entubado para receber carvão vegetal no estômago – o produto absorve o veneno. Além disto, outros medicamentos foram aplicados na veia. Por volta das 9h, o animal começou a recuperar os movimentos da pata e, à tarde, sarou-se por completo.

“Agora nós estamos aplicando o medicamento em casa. Mas ele está 100%. Nós entendemos que os animais vão próximo aos terrenos dos vizinhos para fazer as necessidades. Só que em vez de fazer uma medida drástica como essa, a pessoa deveria conversar conosco e avisar que o animal está atrapalhando. É o mínimo que se pode fazer, porque daí nós, proprietários, vamos fazer alguma coisa para evitar transtornos”.

A mestranda diz que a família tem gatos há 10 anos. Durante o período, nenhum problema com a vizinhança havia sido registrado. Inclusive, a maioria dos vizinhos se relaciona bem. Quando algum animal incomoda, Barla conta que eles conversam e o proprietário soluciona o problema.

“O cachorro da vizinha do lado também se recuperou, mas o resto morreu. Agora nós ficamos apreensivos com o que pode continuar acontecendo. Porque uma pessoa para fazer uma maldade dessas não vai perder outra oportunidade. O veterinário disse que tivemos sorte porque o Neno não ingeriu muito veneno e logo foi para a clínica receber medicação”.

Para alertar os outros vizinhos, Barla comunicou a situação à Associação Brusquense de Proteção aos Animais (Acapra) que, por meio de postagem no Facebook, divulgou os casos aos seguidores. O post gerou 98 curtidas e 65 compartilhamentos, além de comentários de usuários com receio de eventuais envenenamentos.

De acordo com a presidente da ong, Lilian Dressel, casos assim são comuns no município. Geralmente ocorrem da mesma forma que ocorreu no bairro São Pedro: alguém lança o veneno em vários pontos de uma rua ou dentro do terreno alheio. Ela diz também que grande parte dos casos não passam pela Acapra pois os donos acreditam que os animais morreram em virtude de algum outro problema e não de envenenamento.

“Normalmente esses casos de venenos acontecem por problemas pessoais entre vizinhos, que acabam descontando no animal. Em casos que são direcionados para os animais mesmo, geralmente é porque alguém se incomoda com o latido e o miado do animal, ou porque o animal vai no terreno fazer as necessidades”.
Quando o animal se comportar de forma diferente ou quando o proprietário perceber que trata-se de envenenamento, Lilian afirma que o pet deve ser levado imediatamente para o veterinário. Além disto, o dono deve fazer um Boletim de Ocorrência mesmo sem saber quem é o culpado. Segundo a presidente, também é importante avisar a Acapra para que os voluntários divulguem o caso no Facebook e para que alertem os outros moradores da região atingida.

 

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