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Envenenamento de cães leva moradores de Brusque a registrarem boletim de ocorrência

Pelo menos quatro animais foram encontrados mortos na localidade de Volta Grande

A morte de animais na localidade de Volta Grande tem chamado a atenção de moradores e entidades de proteção aos animais. Os últimos casos ocorreram no sábado, 6, e envolveram animais de Alexandre da Silva, 33, e de um vizinho. Ao todo, quatro cachorros foram encontrados com sinais de envenenamento. Na quarta-feira, 10, ele registrou um boletim de ocorrência sobre o caso.

Silva voltava de uma viagem quando encontrou o cão da família espumando pela boca e sujo. Era a segunda vez em três meses. Com medo de perder o segundo animal desde o ano passado, a família tentou um salvamento com procedimentos domésticos, mas sem sucesso. No pátio ao lado, um vizinho teve dois cachorros mortos. Um quarto também foi encontrado.

Com uma filha de sete anos, Silva, tenta explicar o motivo da morte do cão de estimação. Sem provas diretas, o morador tem suspeitas da possível autoria. De acordo com ele, possíveis latidos durante a noite teriam motivado o envenenamento.

A família cuidava do animal há quatro anos. “Todos eles foram criados por nós desde filhotes. Ficavam soltos no pátio e eram cães de guarda para a noite”.

Há oito anos morando na localidade, sabia de casos isolados, mas não envolvendo um número tão grande de animais. Silva afirma ter procurado órgãos de proteção aos animais e a Polícia como uma forma de alertar e evitar novas ocorrências semelhantes.

Ato de crueldade
A recorrência de casos semelhantes ao relatado por Silva criam uma imagem equivocada de normalidade, na avaliação da presidente da Associação Brusquense de Proteção aos Animais (Acapra), Lilian Dressel. Relatos de envenenamento de animais, segundo ela, chegam à entidade praticamente todas as semanas.

Ela salienta a importância não só da denúncia dos casos, mas da divulgação do registro policial como forma de alertar e coibir ataques. Entre as dificuldades, salienta a precariedade de fiscalização em pontos de vendas e de provas para conseguir responsabilizar os culpados.

De acordo com ela, desavenças pessoais, com casos de barulho, costumam servir de estopim para medidas tão drásticas. Períodos de maior número de abandono de animais também funcionam como agravante do número de ocorrências.

“É uma coisa que não tem um bairro específico, acontece em qualquer local, as pessoas acabam descontando nos animais, mas não são só eles que sofrem”.

A presidente da Acapra alerta para a necessidade de busca de profissionais especializados para um tratamento adequado dos animais. Procedimentos caseiros, afirma, devem ser encarados como uma forma de ganhar tempo até a medicação.