A coisa cresce e atinge mais áreas da indústria da comunicação. Claro, todas as outras áreas, que não têm visibilidade e nomes conhecidos, devem ser iguaizinhas. Mas não rendem mídia. Quem mais veio nessa rede? Temos mais um ator super reverenciado, Jeffrey Tambor, premiadísismo pelo papel da trans Maura Pfefferman, da série Transparent.
Assim como Spacey, ele foi acusado de assédio – e negou as acusações, assumindo só ter um temperamento difícil. Quem confundiria os dois comportamentos? De qualquer jeito, assim como Spacey, Tambor também não deve voltar para a nova temporada da série que protagoniza. Tempos difíceis, esses. Além das reputações, séries de qualidade estão sendo dizimadas pelas denúncias – que são mais que necessárias, é claro. Ainda que o resultado seja temporariamente terrível até para nós, público do outro lado da tela.
Além de Weinsten, outro todo poderoso caiu semana passada: John Lasseter, cofundador e diretor de animações da Pixar, criador de Toy Story, foi afastado depois de um caso recente de denúncia. A atriz e roteirista Rashida Jones se afastou do quarto filme da franquia depois de ser assediada por ele. E, pelo que contam funcionários da empresa, não foi um caso isolado.
Vozes que se calaram por décadas, agora, tomam coragem para relatar abusos. Até Melissa Gilbert, aquela que ficou conhecida por viver a menina Laura Ingalls na série Os Pioneiros, veio a público contar que foi assediada pelo diretor Oliver Stone, na época da escolha de elenco do filme The Doors. Vixe.
No jornalismo televisivo dos States, o escândalo envolveu o apresentador de telejornais Charlie Rose, da CBS, acusado por várias mulheres de assédio sexual. Foi mais um que se desculpou pelo “comportamento inadequado”.
Nem os conceituados, nem os poderosos e… nem os simpáticos escapam. Mais uma acusação vem da cantora inglesa Lily Allen, que disse ter sido assediada pelo fenômeno James Corden – sim, aquele que leva todos os famosos para cantar em seu Carpool Karaoke e que já apresentou o Grammy e o Tony.
Embora seja uma acusação mais leve – uma cantada desnecessária no programa que a cantora apresentava na TV inglesa em 2008, é mais um exemplo de que é preciso, cada vez mais, tomar cuidado com palavras e ações. Tudo tem consequências.
Tem que ter, mesmo. E não é porque o mundo “está mais chato”… muito pelo contrário. Depois de ser sacudido por tantas acusações entaladas em tantas gargantas, talvez o mundo fique mais equilibrado e mais justo.