Escassez de mão de obra qualificada na indústria gera atrasos no setor em Brusque e região
Pouca procura de emprego causou a redução dos requisitos mínimos para contratação
O setor da indústria em Brusque e região sofre com escassez de mão de obra qualificada, o que gera atrasos no desenvolvimento do setor, o que motiva uma preocupação constante de empresários e entidades ligadas ao setor. Ao jornal O Município, a gerente executiva do Senai, Silvana Meneghini, detalha o cenário e explica programas de qualificação de profissionais.
Atualmente no município há 1.950 empresas caracterizadas como indústrias. Esse número equivale a 33% de todas as empresas de Brusque. Além disso, elas empregam 27.509 trabalhadores, sendo 35% deles sem escolaridade. Em comparação com o quadro geral, os profissionais da indústria equivalem a 53% dos trabalhadores de todos os setores. A média de remuneração salarial é de R$ 3,6 mil.
Nesse cenário, houve 2.362 novas contratações entre 2023 e 2024. De acordo com a gerente executiva do Sesi, Silvana Meneghini, mesmo com a dificuldade em encontrar profissionais qualificados, essa quantidade é condizente com o número de empresas no município.
“Ele [número de contratações] evidencia o quanto a nossa região está aquecida. Brusque é um núcleo industrial e concentra o maior número de novos empregos gerados na região nos últimos anos”, diz.
Ela ainda diz que os trabalhadores ficam pouco tempo em uma só empresa, já que percebem que o mercado está com necessidade de contratação.
Falta de mão de obra qualificada
Silvana explica que a disponibilidade de profissionais não acompanha o crescimento da demanda de trabalhadores. A gerente diz que uma das ações feitas pelas empresas para contornar a situação é a mudança nos requisitos para contratação.
“Anteriormente tinha que ter ensino médio concluído, no mínimo, ou uma formação técnica na área. Hoje muitas empresas até baixaram o pré-requisito em relação à escolaridade para conseguir suprir a mão de obra”, afirma.
Outra questão que Silvana aborda é a taxa de desemprego no país. Segundo ela, em Santa Catarina a taxa é de 3,2%, menos da metade da nacional, que é 6,6%. A gerente explica que, quanto menor a taxa de desemprego, menos as pessoas estão dispostas a se qualificar.
Inversão da pirâmide demográfica
Outra mudança observada no cenário é a inversão da pirâmide demográfica. Segundo Silvana, no passado havia uma base forte de jovens economicamente produtivos, porém, atualmente, a base e o topo são basicamente os mesmos.
“Em 2050, ela perde o formato de pirâmide. Vamos ter muito menos jovens economicamente ativos. É necessária uma qualificação desses jovens e entender quais as condições de trabalho para eles permaneceram na empresa, caso contrário o cenário pode sofrer um colapso”.
Expansão, rotatividade e variação salarial
O Observatório da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) analisou os setores de todo o estado e criou o ‘Mapa do Apagão’, com base nos critérios de expansão de emprego, rotatividade e variação salarial.
Os setores mais presentes no Vale do Itajaí-Mirim são: indústria automotiva, têxtil, confecção, couro e calçado, máquinas e equipamentos. No mapa, a região ocupa o segundo lugar na legenda, o que indica que os municípios estão com os critérios altamente utilizados. “É uma situação crítica para o setor industrial. ”, diz Silvana.
Qualificação do Senai
No intuito de preparar as pessoas para o exercício de uma profissão, o Senai oferece diversos programas de qualificação, em conjunto com órgãos públicos e privados.
Uma solução oferecida tanto para as empresas quanto para os trabalhadores é o Emprega Já. Ela é uma plataforma onde os usuários encontram oportunidades de emprego e qualificação profissional de forma totalmente gratuita.
Iniciativa da Fiesc, o serviço é feito em parceria com diversas instituições. Além da procura de emprego, também há um quadro separada apenas para cursos de capacitação.
Assista agora mesmo!
Veja como foi chegar aos destroços do avião que caiu em Guabiruba em 1995: