Escola do Cedro Grande incentiva a educação ambiental com cultivo de hortaliças
Alunos estudam as propriedades dos alimentos plantados e a importância da alimentação saudável
Alunos estudam as propriedades dos alimentos plantados e a importância da alimentação saudável
O projeto Nossa Escola, Nosso Lar trabalhado na Escola de Educação Fundamental Edith Gama Ramos, localizada no bairro Cedro Grande, investe no ensino da educação ambiental e na alimentação saudável. Além das crianças aprenderem a ler e escrever, elas também são ensinadas a plantar e cultivar hortaliças no educandário.
As crianças do pré ao 4º ano lidam semanalmente com a horta, tanto dentro como fora da sala de aula. Segundo a diretora da escola, Maria Aparecida Vanine Machado, a Cida, o ensino da horta no educandário é integrado com todas as disciplinas em conteúdos relativos a plantação. “Então o que os professores estão trabalhando na sala, eles dão continuidade na prática”, afirma.
Assim, as crianças aprendem sobre as medidas da plantação em matemática, as cores das plantas em artes, as propriedades e vitaminas do alimento em ciências, o local e tempo certo para plantio em geografia, e finalizam com um relatório completo para a matéria de português.
Segundo uma das coordenadoras da Secretaria de Educação, Stela Maris Maccarini Fischer, é possível trabalhar o conteúdo pedagógico com a prática na horta. “Agora com o plantio de feijão eles podem trabalhar literatura com João e o Pé de Feijão. Então dá pra fazer um trabalho bacana. Sempre tem essa relação”, ressalta.
A escola do campo – que recebe esse nome por estar na área rural – será a Sementeira do projeto Nossa Escola, Nosso Lar. De acordo com Stela, por ter um amplo espaço para horta, a escola vai produzir e, posteriormente, “fazer a distribuição de mudas pras escolas que não conseguem fazer essa produção.”
Repassando conhecimento
O ensino já começa na hora do plantio quando Nelson Frenner, responsável pela horta, ensina aos pequenos os detalhes da plantação. Enquanto Nelson explica para Enzo como plantar a batata, Lidia Pedrine, professora do Mais Educação, cava os buracos na horta.
O aluno é instruído a pegar o adubo orgânico, depositar no buraco e espalhar com a terra, colocar uma pequena batata no meio e finalizar cobrindo o alimento com a terra adubada. A operação é repetida diversas vezes por vários alunos. Só entram na horta os estudantes que colocaram sacolas nos pés para não sujarem os tênis com o barro.
Depois de semeada, a batata será cultivada e colhida no tempo certo pelos alunos, assim como os diversos alimentos plantados na horta do educandário: alface, vagem, salsinha, beterraba, morango, quiabo e tomate.
“O objetivo maior da horta não é produção pra merenda, porque alimentação escolar já é garantida pelo governo municipal”, afirma Stela. “É pra ensinar”, complementa Nelson.
Cida afirma que o projeto também tem o intuito de fazer com que as crianças levem para casa o que aprendem na escola. “A sementinha tá nascendo porque eles cobram do pai porque o pai plantou errado, porque não está fazendo isso ou aquilo, pra fazer o certo.”
Segundo a diretora, no ano passado também era desenvolvido o projeto Horta Familiar, que consistia na criação de uma pequena horta na casa de novos moradores da localidade.
“Os alunos me falavam ‘professora, aquela família não tem nenhuma cebolinha’. Nós entramos em contato, marcamos um dia e levávamos as crianças na casa dessa família e inciávamos a horta na casa deles. Até hoje tem gente que tem a horta porque nós iniciamos com as crianças”, revela Cida.
No momento, o projeto está inativo, mas a diretora pretende retomar o Horta Familiar em breve.
Para a professora do ensino fundamental, Jucelia Redivo, a prática instiga os pequenos a levarem a horta para casa. “Uma aluna minha comentou que ela cuida da couve-flor em casa, pra ver se não tem bicho. Então eu acho que é um grande incentivo até pra família, pra criança e pros pais.”
“Mesmo sendo uma parte rural, as vezes têm pai e mãe que não trabalham muito com horta e as crianças, como elas trabalham aqui na escola, elas levam isso pros pais”, finaliza Jucelia.