Escola de Blumenau afasta dois professores após denúncias de abuso contra adolescentes
Familiares procuraram a Polícia Civil e a direção da Escola Luiz Delfino
A direção da Escola de Educação Básica Luiz Delfino, no Centro de Blumenau, afastou nesta terça-feira, 10, dois professores dos cargos após receber denúncias de abuso sexual contra estudantes. Familiares de uma aluna de 16 anos procuraram a instituição alegando que a menina vinha sendo abusada. Os homens têm 47 e 54 anos de idade.
No dia 30 de março, a namorada do professor de 47 anos teria procurado a família da adolescente e relatado que, no dia anterior, o havia flagrado mantendo relações com a menina dentro da casa dele.
Os familiares mostraram à escola cópias de mensagens de WhatsApp enviadas pelo professor flagrado com a garota. Nelas, ele admite que os dois mantinham uma relação em segredo. A reportagem teve acesso às mensagens e ao boletim de ocorrência registrado pela família na delegacia de Polícia Civil.
Pressionada pelos familiares, a aluna teria relatado abusos cometidos também por um segundo professor, ao longo de 2017, quando ela tinha 15 anos de idade. Segundo o relato do boletim de ocorrência, o professor de 54 anos a assediava pelo WhatsApp. A adolescente teria mostrado as mensagens à mulher dele, que também é professora. Mesmo assim, os contatos continuaram. No fim do ano, os dois acabaram tendo relações por três vezes, segundo a menina disse aos pais.
De acordo com a escola, uma segunda denúncia de abuso contra um dos professores surgiu depois de o caso vir à tona. Segundo o diretor, Mauro Medeiros, as denúncias foram analisadas em uma reunião com a equipe pedagógica e a Associação de Pais e Professores. Os documentos reunidos foram enviados à Gerência Regional de Educação para que seja aberta uma sindicância.
Os dois professores são profissionais de carreira, que trabalham na Luiz Delfino há mais de 15 anos.
“É um escândalo, né? Nossa escola vai fazer 105 anos este ano, o corpo docente é experiente, trabalhador. Estamos aqui pedindo a Deus para que essa denúncia não se confirme, mas o Judiciário, a Gerência de Educação vão dar a devida atenção para que todos tenham ampla defesa e ao mesmo tempo haja todo o esclarecimento necessário”, avaliou Medeiros.
A reportagem procurou os dois professores citados no boletim de ocorrência, mas eles não atenderam as ligações. Como o caso envolve adolescentes, as investigações vão correr em segredo de Justiça.
Nesta reportagem, os nomes dos envolvidos não foram divulgados em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente.