Escola Professora Anna Othília Schlindwein mantém viva a tradição de Osterbaum
Instituição realiza a decoração de Páscoa há quatro anos
Instituição realiza a decoração de Páscoa há quatro anos
Com o intuito de incentivar os alunos a manter a tradição de Osterbaum, a Escola Básica Municipal Professora Anna Othília Schlindwein, de Guabiruba, faz há quatro anos a Árvore de Páscoa. A Osterbaum é trabalhada em duas disciplinas: em Artes e Ensino Religioso e movimenta os mais de 600 estudantes da instituição de Educação Infantil ao 9º ano. Essa é uma das várias escolas que trabalham o tema neste período do ano.
Neste ano, há um mês, a árvore começou a ser montada pelas crianças no pátio central, com o auxílio dos professores e profissionais dos mais diversos setores da escola. A Osterbaum, de cerca de três metros e meio, foi feita com galhos secos de jabuticabeira, que foram fixados a um tambor de areia.
O cenário também foi decorado com grama, pinheiros que simbolizam a vegetação, vasos de flores, iluminação e troncos de madeira, e é claro, com mais de 200 casquinhas das mais diversas cores. Ao lado da árvore, a toca do coelho produzida com uma armação de ferro, que deixou o espaço mais encantador. Além disso, foram colocados tijolos intercalados – tradição na Alemanha -, para propiciar mais elementos à harmoniosa composição.
“As crianças se encantam com a Osterbaum, principalmente os mais pequenos, do 1º ao 5º ano. Também há muitas famílias de origem alemã em Guabiruba. É uma decoração simples, mas que traz beleza para esse período de Páscoa”, diz a diretora da escola Professora Anna Othília Schlindwein, Luciana Voss Dallabeneta.
Ela conta que nos anos anteriores a árvore foi colocada nos canteiros externos da instituição, porém, devido à chuva e com o receio de prevenir doenças como a dengue, decidiu-se trazer para a área interna central. Toda a decoração, principalmente a confecção das casquinhas de ovos, recebem ajuda dos familiares dos estudantes, que durante meses guardam as cascas para inserir na Osterbaum.
Luciana diz que a escola se preocupa em manter viva a tradição e por isso o conteúdo é trabalhado em duas disciplinas do calendário pedagógico curricular. Em Artes, onde os alunos fazem a decoração, as pinturas e a montagem, e na de Ensino Religioso, em que são trabalhados as datas comemorativas.
“É um resgate da cultura e um período em que todos se envolvem. São enfeites simples e muitas vezes reaproveitados de outros anos. No entanto, o que mais queremos com isso é que a Páscoa não passe batida e que tenha o sentido amplo que tem, onde trabalhamos o resgate do que vem ser o galho seco, o ovo, o porque das casquinhas. O ovo, por exemplo, representa a vida e a vida deve ser respeitada”, destaca a diretora.
O professor de Informática e um dos profissionais mais envolvidos com a decoração da Osterbaum, Wagner Fischer Westarb, diz que é na escola que “tudo começa” e que essa tradição não pode se perder. “Hoje se fica muito no ovo de chocolate comprado e se esquece que com poucos recursos e de forma simples é possível resgatar essa tradição que representa a morte e ressurreição de Jesus Cristo”. Ele ressalta que a escola incentiva os filhos a passar para os pais esses ensinamentos, e que muitos, inclusive, acabam reproduzindo a Osterbaum.
Kelli Monique Roden, de 13 anos, do 8º ano; Rafaela Antunes da Silva, 7, do 3º ano e Maria Eduarda Clementino, 9, do 4º ano ajudaram na decoração da Osterbaum e contam que esse período é especial na escola. Para Kelli, é algo diferente e que tem significado religioso. Já para Maria Eduarda, a tradição ainda é pouco conhecida e deveria ter mais sentido para as famílias. “Eu gosto muito das cores da Osterbaum e faço na minha casa. Precisamos lembrar que Páscoa não é só chocolate, e sim a morte de Cristo”.
Detalhes que fazem a diferença
O estudante do 9º ano da Professora Anna Othília Schlindwein, Lucas da Cruz, 15 anos, além de contribuir com a decoração de Páscoa na escola, há três anos é o maior incentivador da família a fazer a Osterbaum. Sua mãe, a costureira do Lageado Baixo, Vanderleia Schaefer da Cruz, 40, tinha o hábito de confeccionar a árvore, no entanto, aos poucos foi deixando de lado, até que Cruz novamente voltou a fazer.
A importância desta tradição é tamanha para o adolescente, que ele prefere investir o seu dinheiro na decoração. “Desde pequeno ele gosta de fazer a árvore. Quando começa a produzir dá até vontade de chorar, porque eu falei que eu e meu esposo daríamos um celular para ele, mas o Lucas preferiu gastar esse dinheiro com a decoração, tanto de Natal como de Páscoa”, conta Vanderleia.
O estudante diz que pesquisa na internet formas diferentes de decoração e que neste ano optou em fazer uma árvore (de bambu) menor do que em 2016. O investimento foi de R$ 130 com a compra de dois coelhos e um ovo. “Prefiro guardar o meu dinheiro para comprar isso, pois eu gosto muito. Tem que manter a tradição, se não vai esquecendo, tem gente que não dá bola e falam porque eu gasto dinheiro com a decoração, mas pra mim são esses detalhes que fazem a diferença”.