Escolas da região de Brusque começam a implantar o Novo Ensino Médio; saiba o que muda
Estudantes do 1º ano já iniciarão o ano letivo com o novo modelo
Estudantes do 1º ano já iniciarão o ano letivo com o novo modelo
Aprovado em 2017, o Novo Ensino Médio começa a ser implantado gradualmente a partir deste ano em todas as escolas da rede pública e privada. Todos os alunos que ingressarem no Ensino Médio em 2022 já iniciam com este novo modelo de formação.
As escolas da rede estadual de Brusque, Guabiruba e Botuverá estão se preparando para o novo modelo. De acordo com o supervisor regional de ensino da Coordenadoria Geral de Educação (CGE), Odair Bozio, as 13 escolas da região já iniciarão o ano letivo com o novo formato.
Ele explica que as instituições das três cidades seguirão a matriz A1, ou seja, quatro dias com seis aulas e um dia com sete aulas. Neste ano, as escolas terão somente as primeiras séries seguindo o modelo do Novo Ensino Médio. A exceção, em Brusque, é a Escola Yvonne Olinger Appel, e em Guabiruba a Escola João Boos, que desde 2020 atuam como instituições piloto do Novo Ensino Médio e, por isso, oferecerão o modelo também para os segundos e terceiros anos.
Nas demais instituições a mudança será gradual. A expectativa do Ministério da Educação é que em 2024 o Ensino Médio já esteja todo modificado.
O novo formato prevê o aumento de horas letivas anuais, uma mudança na grade curricular e até no objetivo do próprio ensino médio, que passa a ter uma visão mais voltada para o mercado de trabalho.
“O objetivo da mudança é tornar o ensino médio mais atrativo para os estudantes, onde além da base comum que é obrigatória, é oferecido a parte diversificada que os próprios estudantes podem escolher o que querem estudar. Dessa forma, nossos alunos tem uma carga horária maior, porém, já se preparam para o mercado de trabalho”, destaca Bozio.
O Novo Ensino Médio divide o currículo entre uma parte de Formação Geral Básica (máximo de 1,8 mil horas nos três anos) e uma parte flexível (mínimo de 1,2 mil horas nos três anos).
A Formação Geral Básica prevê quatro áreas do conhecimento: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Linguagens e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias. Em Santa Catarina, todos os componentes curriculares, que antes eram desenvolvidos no modelo de disciplinas, como Língua Portuguesa, Geografia e Ciências, por exemplo, estão mantidos na matriz.
Já a parte flexível do currículo é composta pelos Itinerários Formativos que, em Santa Catarina, compreendem: Projeto de Vida, Segunda Língua Estrangeira, Componentes Curriculares Eletivos e Trilhas de Aprofundamento.
Na região, os itinerários formativos serão oferecidos apenas para as segundas séries do Novo Ensino Médio, por isso, somente a Escola Yvonne Olinger Appel, em Brusque, e a Escola João Boos, em Guabiruba, oferecerão essa modalidade, que foi definida por cada escola junto com os alunos e a comunidade.
Antes da implantação do Novo Ensino Médio, a matriz do currículo era composta por 25 aulas semanais, que estavam distribuídas em cinco aulas a cada dia da semana.
Com a ampliação da carga horária, o estudante poderá ter seis ou até sete aulas em um período ou ainda ter um ou mais dias com período integral (matutino e vespertino). Essa definição varia conforme a matriz escolhida pela escola para atender a carga horária de 1 mil horas anuais. As escolas da rede pública de Brusque e região vão atuar na matriz A estendida, que são quatro dias com seis aulas e mais um dia com sete aulas.
O componente curricular Projeto de Vida permite que os estudantes tenham um período na escola toda semana para falar sobre o futuro. O objetivo é compartilhar vivências e experiências que refletem interesses dos estudantes, desenvolvendo o protagonismo e a responsabilidade sobre suas escolhas futuras. A ideia primordial é a participação dos jovens na construção de um percurso formativo que considere os seus próprios projetos de vida.
Em Santa Catarina, além da Língua Inglesa, que se torna obrigatória na Formação Geral Básica do Ensino Médio, a parte flexível do currículo terá uma segunda língua estrangeira: espanhola, alemã ou italiana.
O objetivo é ampliar o atendimento de línguas estrangeiras na escola. Essa escolha foi feita com base na realidade do contexto da unidade escolar, na disponibilidade de profissionais e no processo de escuta da comunidade. A novidade será oferecida com carga horária de duas horas semanais.
Os Componentes Curriculares Eletivos buscam tornar a escola um espaço para discussão e vivências sobre os temas atuais e que interessam aos estudantes. Estão divididos entre investigação científica, mediação e intervenção sociocultural, processos criativos e empreendedorismo. Os estudantes podem escolher os componentes eletivos ofertados pela escola que estiverem mais relacionados ao seu projeto de vida.
Alguns exemplos de Componentes Eletivos que estarão disponíveis nas escolas são: Cultura Digital, Pensamento Computacional, Educação Empreendedora, Matemática Financeira, Educação Fiscal, Prática em Libras, Jogos de Raciocínio Lógico Matemático, entre outros.
As Trilhas de Aprofundamento são ofertadas a partir da 2ª série do Ensino Médio. De acordo com a matriz curricular, a trilha apresenta 10 ou 15 aulas semanais. O estudante cursa em cada ano duas trilhas de sua escolha, entre as ofertadas pela escola.
Ao todo, são 25 possibilidades, sendo que 14 estão em uma área do conhecimento específica e 11 são integradas entre duas ou mais áreas do conhecimento. Ainda há possibilidade de trilhas ligadas aos 13 Eixos Tecnológicos do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos.
Como explica a gerente de Educação do Ensino Médio e Profissional da SED, Letícia Vieira, as trilhas permitem que o estudante aprofunde seus conhecimentos conforme o seu interesse. “Por exemplo, na 2ª e 3ª série, o estudante poderá aprofundar seus conhecimentos em uma área de conhecimento com a qual se identifica mais, ou ainda, poderá mudar para outra área de conhecimento durante seu processo formativo, caso não se identifique com a área escolhida no primeiro momento”.
Na rede privada de Brusque, a maioria das escolas começou a implantar o novo modelo em anos anteriores. A Escola S, por exemplo, começou a transição para o Novo Ensino Médio em 2019. O Colégio Uniavan começou a implantar o modelo em 2020, e no ano passado foi a vez do Colégio Unifebe e do Colégio Cônsul Carlos Renaux iniciarem as mudanças. Já o Colégio São Luiz implantará o novo modelo a partir deste ano.