Escolas de Brusque avançam no ensino musical

No entanto, os educandários encontram dificuldades para encontrar profissionais qualificados

Escolas de Brusque avançam no ensino musical

No entanto, os educandários encontram dificuldades para encontrar profissionais qualificados

O ensino musical já faz parte da grade curricular das escolas de Brusque. Da Educação Infantil ao Ensino Fundamental, os alunos têm acesso ao conteúdo em todas as séries e podem, inclusive, participar de bandas e fanfarras dos colégios. Para ampliar a difusão da musicalidade nos educandários, a Prefeitura de Brusque entregou na última semana 480 instrumentos novos para nove escolas da rede municipal, que devem ser utilizados pelos estudantes nos próximos anos letivos.

As aulas de música na rede municipal acontecem dentro da grade curricular e também no contra turno escolar. “Além das fanfarras e bandas, como atividades extracurriculares, a música é um componente da disciplina de artes e começa a ser trabalhada desde a educação infantil até o fundamental”, diz Gleusa Fischer, secretária de Educação.

Segundo ela, o planejamento pedagógico das escolas envolvem vários processos de ensino musical, as cantigas de roda na Educação Infantil, as aulas teóricas de musicalização, a criação de instrumentos musicais a partir de materiais reciclados e a formação de corais. Todos esses trabalhos são desenvolvidos com os professores de educação artística das escolas, já que a música é uma parte da disciplina e não um conteúdo exclusivo da grade curricular. Para os alunos que desejam aprimorar seus conhecimento e testar suas habilidades, podem se juntar aos grupos da fanfarra, por exemplo.

O próximo educandário que deve formar uma fanfarra é a Escola de Ensino Fundamental (EEF) Isaura Gouveia Gevaerd, do bairro Tomaz Coelho, que foi a primeira a receber os novos instrumentos. “Nossos alunos estavam tão ansiosos por isso que, quando fomos perguntar nas salas quem gostaria de participar da fanfarra, fechamos o grupo em questão de minutos”, conta a diretora da escola, Lurde Bianchessi. Além deles, outros oito colégios devem ganhar o material nas próximas semanas. No total, 13 escolas da rede municipal terão um grupo de fanfarra na cidade.

Atualmente, quatro escolas possuem bandas e com a chegada desses novos instrumentos, mais de 400 estudantes, entre nove e 14 anos, serão beneficiados. Na EEFProfessora Georgina Carvalho Ramos da Luz, no bairro São Pedro, por exemplo, será montada uma banda alemã, composta por instrumentos como flauta, percussão e escaletas. Além de ensinar os alunos a tocar os instrumentos, será trabalhado também toda a cultura da música alemã, seus compositores e músicas típicas.

Já a escola José Vieira Côrte, no bairro Santa Luzia, deve-se trabalhar a música italiana, de forma bem parecida com a Georgina, porém, com uma cultura diferente. Na EEF Oscar Maluche, no Steffen, terá uma banda de percussão coreografada, ou seja, além da música, será trabalhada também a dança. Os outros educandários terão implantados novos grupos de fanfarras.

A ideia é montar futuramente uma banda municipal com a união dos trabalhos feitos nos colégios municipais, para isso, dez professores serão encarregados de ensinar a parte teórica e prática nas escolas. Segundo Gilsenei Lopes, coordenador musical da Secretaria de Educação, todos eles possuem vasta experiência no meio musical. “A maior parte dos alunos que vão participar deste projeto são do quarto, quinto e sexto ano. Queremos resgatar as raízes das comunidades através da música e despertar uma nova habilidade e um novo conhecimento entre os estudantes”, afirma.

A lei 11.769 determina que a música deve ser conteúdo obrigatório nas escolas públicas e particulares. Ela foi sancionada em 2008, com o prazo de três anos para que as instituições de ensino do país se adequassem a nova regra. Desde 2011, todas as escolas do Brasil devem oferecer o ensino musical. Uma das maiores dificuldades é encontrar professores habilitados para dar as aulas, por isso, a Secretaria de Educação montou uma coordenação específica, comandada por Lopes, que cuida do ensino musical nas escolas, desde a teoria até a prática. Além disso, ele é o responsável pelas fanfarras e pelas aulas nos contra turnos escolares.
Escolas estaduais e particulares

Rodrigo Cesari, gerente regional de educação da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de Brusque, afirma que a música é conteúdo da disciplina de Educação Artística, mas nem todas as escolas recebem a matéria, pela falta de professores qualificados para o ensino musical. “O nosso grande problema é que faltam profissionais habilitados ou com conhecimento mais aprofundado dessa disciplina, por isso, quando o docente conhece um pouco da prática musical, ele oferece isso dentro das aulas de Artes”, explica.

A escola João XXIII, no bairro Primeiro de Maio, por exemplo, trabalha a música desde a Educação Infantil na sala de aula, com cantigas de roda e paródias, que são introduzidas nas disciplinas. Essa é também a única escola da rede estadual que possui uma fanfarra no contraturno escolar, que conta com a participação de 50 estudantes.
“Temos instrumentos suficientes para equipar quatro fanfarras, mas infelizmente não temos profissionais que possam ensinar esses alunos a prática dos instrumentos. No momento, temos a ideia de montar um outro grupo na escola Ivo Silveira até meados de abril”, conta Cesari.

Já nas escolas particulares, a situação é diferente. Além do ensino musical como atividade extracurricular, como as aulas de violão e violino, por exemplo, o Colégio Cônsul Carlos Renaux oferece a prática e a teoria na disciplina de Artes do sexto ano até o Ensino Médio. “Nosso ano letivo é dividido em trimestres, no primeiro os alunos aprendem sobre artes cênicas, depois música e, por último, artes plásticas”,conta o diretor, Otto Grimm.

No Colégio São Luiz, a música é uma disciplina da grade curricular até o quinto ano do Ensino Fundamental, tanto o ensino prático de alguns instrumentos quanto o teórico. A partir da sexta série até o Ensino Médio, ela é oferecida dentro da disciplina de Artes. Já no colégio Energia, que oferece o Ensino Médio, a música não é oferecida e na escola Cultura a atividade acontece no contraturno das aulas.

 

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