Escolas do estado não terão mais professores nas salas informatizadas
Edital para o processo seletivo dos ACTs não previu vagas disponíveis para esta função
Edital para o processo seletivo dos ACTs não previu vagas disponíveis para esta função
Encerrado na semana passada, o edital que estabelece regras para o processo seletivo simplificado de contratação de professores em caráter temporário (ACTs) para a rede estadual de ensino não previu vagas para professores atuarem nas salas informatizadas das unidades escolares do estado.
A decisão do governo gerou polêmica e, por isso, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Ensino de Santa Catarina (Sinte) tem mobilizado os profissionais da área para tentar reverter a situação. Uma das ações do órgão foi protocolar uma representação junto ao Ministério Público do Estado (MPE) para que o edital de contratação dos ACTs seja revisto e as vagas para os professores das salas informatizadas incluídas.
O coordenador do Sinte da regional de Brusque, Charles Inmianozsky, afirma que o sindicato estadual também já protocolou dois ofícios na Secretaria de Estado da Educação solicitando a revisão do edital, no entanto, ainda não obteve resposta. “Estamos com várias ações a nível estadual para tentar reverter esta situação”, diz.
De acordo com ele, a Secretaria de Educação diz que vai contratar esses profissionais de uma outra maneira, no entanto, não deixa claro como será o processo. “A nossa preocupação é que se não trabalha com o aluno, esse professor passa a não pertencer mais a categoria do magistério, passa a ter uma condição de trabalho diferenciada”, destaca.
Hoje, segundo a Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Brusque, existem 34 professores orientadores de tecnologia educacional e informática nas escolas da região. Para Inmianozsky, ao retirar o professor de sala informatizada, o governo está “precarizando” o trabalho deste profissional. “Temos uma tendência forte de valorização, um investimento forte do governo federal na informatização das escolas. Toda essa aparelhagem foi montada pelo Ministério da Educação nos últimos 10 anos e essa não contratação desses professores precariza o trabalho, os investimentos”.
Procurada pelo Município Dia a Dia, a Secretaria de Estado da Educação se manifestou por meio de nota oficial. De acordo com a pasta, foi identificada a necessidade de contratação de profissional especializado para atendimento em manutenção corretiva e preventiva de equipamentos de informática. “O estudo também prevê o aperfeiçoamento dos profissionais que atuam na escola, levando em conta que a tecnologia deve estar presente em todas as áreas e ser trabalhada em todas as disciplinas curriculares com o novo modelo didático-pedagógico. Mais informações serão dadas a partir da finalização do estudo”.