Esculturas de mármore espalhadas pelos bairros sofrem depredação em Brusque
Prefeitura tem planejamento para recuperar ao menos 20 delas de volta para o Parque das Esculturas
Na última sessão da Câmara de Brusque, o vereador Jean Pirola (PP) demonstrou sua preocupação com a situação das esculturas de mármore branco espalhadas pela cidade. Ele mostrou fotos de várias delas, que estão depredadas, manchadas e até quebradas pelos bairros.
“Brusque é a cidade que tem mais esculturas de mármore branco na América Latina, são 106 obras, algumas valem R$ 4 milhões. Fizemos um cálculo rápido e, no mínimo, elas valem R$ 100 mil cada”, destacou o vereador.
Das 106 obras da cidade, 41 estão no Parque das Esculturas. Para Pirola, é importante que as outras tenham o mesmo destino, para que possam ser preservadas e tenham acesso facilitado.
“Lá na nossa praça, as estátuas estão com as informações, bem armazenadas, bem-cuidadas. Tem várias obras com ranhuras, vandalizadas, sujas, pichadas, várias quebradas, coisas que não dá para recuperar. São obras que não dá para mensurar o valor. Se destrói o patrimônio público, o valor sentimental de uma peça, que não se sabe se vai dar para recuperar. É uma pedra porosa, que não dá para lavar de qualquer jeito. Estamos perdendo um patrimônio cultural imensurável”, lamentou.
Pirola elogiou o trabalho da Diretoria de Turismo e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que cuidam do Parque das Esculturas, mas fez um apelo à prefeitura.
“Gostaria de pedir para que o governo reveja o orçamento do Turismo e faça um trabalho de recuperação e coloque elas no único local. São 27 países representados nessas obras, que poderiam ser tombadas até como Patrimônio da Humanidade”.
Recuperação das obras
Diretor-geral de Turismo de Brusque, Ivan Jasper acredita que a rota das esculturas não é viável, até pelo crescimento da cidade, mas que algumas comunidades “adotaram” algumas obras e as mantêm bem-cuidadas. De acordo com Jasper, a prefeitura tem um planejamento para resgatar ao menos 20 dessas estátuas e levar de volta ao parque.
“Concentrar as esculturas facilita o acesso e vamos buscar esse resgate. Temos um projeto, mas que ainda não tem o recurso garantido. Estamos ampliando um parque, em uma área que vamos trabalhar com paisagismo e, lá, existe esse espaço. Primeiro, porém, precisamos da aprovação do projeto, e depois buscar as empresas para fazer a captação de ICMS. A prefeitura tem outras prioridades, como a saúde neste momento de pandemia, não é justo tirar esse recurso. Mas estamos trabalhando”, reforça.
Jasper ainda destaca que existem outros planos que incluem a área do Parque das Esculturas, como um Parque Linear, que já tem projeto, mas ainda não o recurso. Outra possibilidade, ainda no campo das ideias, seria a cessão da obra abandonada do Observatório Astronômico para a iniciativa privada, com a possibilidade de construção de um restaurante panorâmico e também de um Museu da Moda, que poderiam ser conectados com o parque através de trilhas.
“Queríamos que as coisas fossem mais rápidas, mas não são, tem todo um trâmite burocrático. Não tem como acelerar, mas tem muito que pode ser feito”.
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