Especialista palestra sobre desafios e conquistas do Estatuto da Criança e do Adolescente
Evento está marcado para as 8h15 de hoje, no plenário da Câmara de Vereadores
Evento está marcado para as 8h15 de hoje, no plenário da Câmara de Vereadores
Hélio Abreu Filho é especialista em temas que dizem respeito à criança e adolescente. Graduado em administração e direito, autor de 11 livros, presidiu o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA-SC) em quatro gestões. Hoje pela manhã, estará em Brusque para palestrar sobre o tema.
A palestra será realizada às 8h15, no plenário da Câmara, no âmbito do seminário que tratará da eficácia do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no dia em que completa 27 anos de criação. O evento, promovido pelo Grupo de Proteção da Infância e Adolescência (Grupia), é gratuito.
Em entrevista ao jornal O Município, Abreu Filho adiantou opiniões que abordará na sua conferência. Para ele, é inegável que houve avanços trazidos pelo ECA, sobretudo nas áreas de assistência social e saúde.
“Os avanços se deram de forma concreta”, afirma, ao destacar que o poder Judiciário e o Ministério Público tiveram papel fundamental para isso, fazendo cumprir a lei, que, a princípio, pensou-se que ficaria apenas no papel.
“Muitas coisas aconteceram no país porque a legislação foi confirmada, não é uma lei para inglês ver”.
Ele cita como exemplo a redução da mortalidade infantil registrada no país nos últimos anos, sobretudo pela priorização do atendimento de crianças e adolescentes na área da saúde.
Para o especialista, entretanto, ainda é necessário evoluir na forma de lidar com os adolescentes infratores e aqueles expostos ao uso de drogas.
Abreu Filho diz que ainda não se conseguiu implementar ações concretas para lidar com esse tema. Falta, segundo ele, programas e projetos para trabalhar a ressocialização dos menores.
“São situações que precisam de um novo olhar da sociedade sobre o estatuto. Ele tem os mecanismos pedagógicos para dar esses encaminhamentos”, diz.
Maioridade penal
Ainda sobre a forma de tratamento aos menores infratores, ele não é a favor da redução da maioridade penal como forma de reduzir a criminalidade entre adolescentes. Para o especialista, mandar jovens para cadeias com adultos não fará nenhum bem a eles.
Ainda segundo Abreu Filho, caso uma eventual redução da maioridade penal seja aprovada, somente filhos dos pobres irão para a cadeia, pois na sua avaliação, os filhos dos ricos conseguiriam driblar a lei por meio de advogados.
“É um engodo”, diz, sobre a possibilidade de alteração na lei neste sentido.