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Estado atrasa repasse de medicamentos de processos judiciais há três meses em Brusque

A Insulina e a Spiriva estão no topo da lista de remédios em falta na sede da ADR

Os moradores de Brusque, de Guabiruba e de Botuverá que têm problemas respiratórios ou diabetes sofrem, há pelo menos três meses, com a falta de medicamentos para o tratamento dessas doenças.

O motivo está relacionado ao atraso no repasse do governo do estado, que é responsável pelos medicamentos conseguidos por meio de processos judiciais movidos pelos pacientes.

De acordo com a farmacêutica da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Brusque, Cristina Santi, a Insulina e a Spiriva estão no topo da lista de remédios em falta na sede do órgão.

“Isso chama a atenção pela gravidade das doenças. E oscila bastante. Não temos um parâmetro para dizer quando falta e quando vem. Às vezes ficam dois meses sem vir, depois vem um mês e passa mais três sem vir”, diz.

Quando os pacientes procuram a ADR para retirar os medicamentos, Cristina diz que a única informação que o órgão pode repassar é a que está descrita no sistema: o remédio está em processo de compra.

Remédio de R$ 8,7 mil
Também na lista dos medicamentos em falta, o Enbrel não é repassado há três meses. Uma leitora que entrou em contato com o Município Dia a Dia e preferiu não se identificar lamenta o atraso. Ela tem espondilite anquilosante – doença inflamatória que afeta as articulações – e quando não toma o remédio sofre com dores.

“Eu tenho dores insuportáveis. Então tenho que dar um jeito de comprar. As minhas economias foram todas porque tive que comprar e ele custa R$ 8,7 mil. Não posso ficar sem”, diz.

Processos
Atualmente, a Defensoria Pública do Estado de Brusque conta com mais de 200 processos em andamento na Justiça estadual para conseguir medicamentos a moradores de Brusque, Guabiruba e Botuverá.

“O que posso dizer é que a grande maioria dos medicamentos o estado não está oferecendo, mesmo com ordem judicial. Há cerca de um ano começou alguns casos, mas nos últimos seis meses isso começou a acontecer na maioria dos casos”, explica a defensora pública Luisa Rotondo Garcia.